Capítulo 14 - Você é um idiota!

“Vamos, mas eu to sem skate...”

“Tenho dois, te empresto um, amiga.”

Nos trocamos e descemos, peguei uma barrinha de cereal e fui comendo, porque não tinha tomado café e poderia passar mal. Fazia muito tempo que não andava de skate e, pelo visto, ainda ia bem. Descemos a rua de casa e fomos entrando em algumas ruas, quando cansamos, sentamos no primeiro banco que encontramos. Esse lugar me era familiar.

“Jura que faz tempo que não anda de skate, amiga?”

“Juro, quase 3 anos.”

“Ta melhor do que a Gio, que andava todos os dias.” Riu.

“Falando nela, foi legal ontem?”

“Até que foi, só vimos um filme, jantamos e fomos embora, tirando o...” Ela levou uma das mãos à testa. “Desculpa.”

“o Cody?”

“É... Desculpa, eu falo o que não deve...”

“Tudo bem, o Cody é livre, não temos nada.”

“Não querendo me meter, mas já me metendo... Alguma coisa vocês tem sim.”

“Um lance, coisa passageira ou uma relação apenas de prazer, ele não sente nada por mim, a não ser desejo.”

“Mas, tem a coisa do passado de vocês.”

“Ele não se lembra de mim.”

“Tem certeza absoluta disso?”

“Acho que sim, ele nunca me falou nada sobre isso e quando meu colar sumiu, mesmo ele pegando ele, também não lembrou...”

“Ele também nunca me disse nada, mas vai saber...”

“Giorgia mora por aqui, não é?” Perguntei apontando pra ela, que vinha da rua de trás em direção à praça, a rua aqui era bem vazia.

“Sim, naquela rua de que ela saiu.”

Olhei novamente, Cody veio correndo da mesma rua que ela e a puxou pelo braço, eles pareciam conversar, pelo meu entender, ele pedia desculpas... Giorgia olhou em volta e nos achou. Ela voltou a olhar pro Cody e beijou ele, logo veio na cabeça que foi pra me provocar. Há um tempo, Alli tinha dito que não importava com quem fosse, poderia ser melhor amiga dela, quando se tratava do Cody pra Gio tudo era motivo de competição. Senti meus olhos transbordarem, mas eu não queria chorar... Porque estava me apaixonando por ele novamente? Eu só iria sofrer com isso e no fundo eu sabia.

Alli me olhou e levantou. “Giorgia é assim mesmo. Vamos embora daqui.”

Peguei meu skate, ela o dela, fomos pra casa sem dizermos uma palavra, ela sabia que no fundo eu estava mal. Fui pro meu quarto sem falar nada com a Alli, apenas deixei o skate com ela. Sentei no apoio da minha janela e fiquei olhando fixamente pro nada, o que estava acontecendo? Eu não podia estar assim por ele. Porque ele tinha que mexer tanto comigo? Porque? Às vezes desejava que Nina nunca tivesse me colocado aqui, mas logo pensava nos momentos como ele e isso desaparecia. Minhas lágrimas já estavam começando a rolar... Não Heloísa, não! Você não pode chorar por alguém que não está nem ligando pros seus sentimentos. Passei as mãos pelo rosto pra me livrar das lágrimas e levantei dali. Tomei um banho e, após me trocar, fiz um make básico pra me livrar da cara de choro.

“Helô, quer jogar Xbox comigo depois do almoço?”

“Claro, Tommy.” Abri um pequeno sorriso.

Descemos pra almoçar e almoçamos em silêncio, os pais do Cody estranharam o silêncio na mesa.

“Vocês falam tanto... Porque estão quietos hoje?” Brad perguntou.

“Nada.” Eu e Alli respondemos juntas.

“Eu não sei, cheguei quase agora.” Cody levantou os braços.

“Falando nisso, saiu sem seguranças de novo... Brad converse com seu filho, um dia pode acontecer algo.”

“Relaxa mãe, eu to inteiro, só encontrei umas quatro ou cinco fãs no caminho, mas só fotos e autógrafos.”

“Uma hora pode acontecer algo.”

“Para com isso, dona Angie.”

“Sua mãe ta certa.” Brad disse enquanto enrolava o macarrão no garfo.

“Deixa os caras descansarem um pouco, eles passaram todos os meses em turnê comigo, nem eu aguentaria mais ver minha cara.” Ele riu.

Continuamos comendo em silêncio, Tom me cobrou de ir jogar Xbox e eu fui, ficamos jogando um de golf, ele sempre ganhava de mim.

“É legal jogar com você, parece treino, porque eu sempre ganho.”

“Ah, uma hora eu aprendo e você só vai perder.” Dei língua pra ele.

“Quero só ver.”

“O que estão fazendo?” Cody perguntou escorado no batente da porta.

“Eu tava ganhando da Helô.”

“Vou ensinar vocês como é que se joga.” Ele tirou a camisa e estralou os ombros, pegando o controle da mão do Tom em seguida.

“Não quero jogar com você, pode jogar, Tommy.”

“Ta com medo de perder?”

“Não, só não to afim de jogar com você.”

“Larga de ser fresca.”

“Larga de ser idiota.”

“Quando eu fui idiota com você?”

“Sempre.”

“DR na minha frente não, por favor.”

“Não tem DR porque não tem relação, Tom.” Pausei e coloquei o controle na cama. “Outro dia a gente joga de novo.”

Fui pro meu quarto e Cody me seguiu, ia fechar a porta e quase pegou na cara dele.

“Que ceninha foi aquela? O que eu fiz dessa vez?”

“Você é um idiota, Cody!”

“Eu sou um idiota? Porque sou um idiota?”

“Porque ta me iludindo! Quantas garotas você tem?”

“Quem disse que eu to te iludindo?”

“O seu beijo na Giorgia!” Andei pelo quarto passando as mãos pelo rosto. “Vamos acabar com a coisa que a gente tem por aqui.”

“Eu gosto do que a gente tem.”

“Uma relação de prazer? Isso você encontra em qualquer esquina! Eu não sou o que você quer.”

“Você manda muito bem no recado.” Ele deu ombros.

“Ta vendo? Sai daqui, por favor.”

“A casa é minha, eu posso ficar aqui.”

“Sai Cody!”

“Para de bobeira, Helô... A gente tem um lance, mas você é minha melhor amiga. Vamos acabar a amizade por isso?”

“Não, mas eu quero AMIZADE, nada mais do que amizade, me entendeu?”

“Vou me controlar.” Ele piscou pra mim. “Agora vamos passar um som no estúdio?”

Descemos pro estúdio da casa, ele arrumou algumas coisas e eu sentei no sofá que tinha lá. Ele afinou as cordas do violão e tocou algo.

“Qual música?”

“Não sei, escolhe uma.” Dei ombros.

“Vai mesmo ficar nesse clima?”

“Eu to aqui, não to? Se tiver incomodado, chama a Giorgia pra ficar com você.” 

~ POV Cody Simpson ~

Ela virou a cara e não olhou mais pra mim. Daí eu tive certeza de que ela ainda sentia algo por mim e não era de agora... Mas, eu não merecia o amor dela, ela merecia coisa melhor do que um garoto que só quer diversão. Ela se levantou sem dizer nada em meio aos acordes que eu estava dando e subiu as escadas correndo, percebi que ela estava chorando... Eu tinha feito ela chorar, realmente, eu era um idiota. Parei de tocar e suspirei, deixando o violão de lado. Liguei o som e deitei no sofá em que ela estava, acabei dormindo. Acordei com Alli me sacudindo.

“Que foi, Alli?” Perguntei ainda sem abrir os olhos.

“Levanta daí que o Matt ta lá em cima.”

Passei as mãos pelo rosto, tentando mudar a cara de sono e subi com Alli.

“Até que em fim, dorminhoco.” Matt disse se levantando e fazendo um toque comigo.

“E ai, Matt.” Ri. “O que foi?”

“Temos uma entrevista pra você amanhã.”

“Amanhã? Assim de última hora?”

“É, me ligaram agora.”

“Que horas?”

“Você tem que estar lá 13h, não se preocupe que eu vou com você.”

“Matt, e a Sarah? Tem que passar um tempo com ela.”

“Eu já liguei pra ela, ela vai vir pra cá e estou pensando em morarmos aqui. Então não se preocupe.”

“Tudo bem... Então, amanhã à 13h.”

“Tem direito a levar três pessoas no programa.”

“Okay, vou ver direito quem quer ir.”

“Só passei pra isso, vou descansar um pouco e esteja pronto.”

“Pode deixar.”

Matt foi embora e eu sentei com Alli na sala.

“A Ísa tava com você?”

“Não, ela ta no quarto, aconteceu alguma coisa entre vocês?”

“Não... Nada.” Levantei antes que ela perguntasse algo e subi pro meu quarto.

Entrei no twitter e falei com os caras pra ver qual deles queria ir amanhã, todos eles tinham planos... Alli com certeza iria comigo, mandei sms pra Ísa perguntando se ela queria ir e ela me respondeu com “Pode ser...”. Okay, levaria as duas e tentaria conversar com ela sobre nossa amizade esse lance. O clima da janta foi pior do que o do almoço... Logo fui dormir, no dia seguinte acordei atrasado, já eram quase 11 da manhã, fui correndo pro banho, coloquei uma regata com um desenho na frente, uma calça preta e um sapato preto também, arrumei o cabelo e desci. O almoço já estava quase pronto, mas mesmo assim, comi um pouco de cereal. Almoçamos e Matt chegou eram 12h15, fomos pro carro e o clima de silêncio continuou, estava me incomodando muito e Matt não entendeu muito bem. Vi como seria o esquema de lá e fui pro camarim com os três.

“Ísa, posso conversar com você?” Segurei de leve no braço dela.

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Oi meninas, ficou pequeno, mas tenho que ir dormir u.u o próximo fica maior, prometo! No que acham que vai dar a conversa? COMENTEM BASTANTE E EU POSTO BEM RÁPIDO, SÓ COMENTAREEEEEM! Xoxo <3