~
POV Heloísa Dobrev ~
Três noites se passaram desde que tínhamos
chegado, não aguentava mais ficar nesse "buraco", ainda mais sem
saber quem estava por trás disso.
"Levanta daí, patricinha." O cara
disse logo que entrou.
Apenas meus braços estavam amarrados e eu
levantei. "Pra onde vai me levar?" Perguntei quando ele me puxou.
"Conhecer umas pessoas." Deu ombros.
"Fica caladinha porque não quero te ouvir, flw?" Olhou pro Tom.
"Você espera ela aí." Trancou a porta.
Subimos as escadas, o resto da casa era "parecido"
com o quartinho em que estávamos mantidos, essa casa parecia não ser habitada
frequentemente. Também não havia barulho de carros, não devíamos estar no
centro se ainda estivéssemos em Los Angeles... Uma porta estava aberta, ele me
empurrou pra dentro, estava escuro... Tateei com os pés o lugar e me encostei
na parede, logo ouvi passos.
"Olha só quem está aqui."
Conhecia aquela voz mas não conseguia me
recordar de quem era. Permaneci em silêncio com medo do que podia acontecer...
"Cortaram sua língua?"
"Qu-quem é você? Porque eu e o Tom estamos
aqui?"
"Vamos repassar os fatos, você me desafiou,
roubou o que era meu, está bom ou quer mais?"
"Re-rebecca?" Gaguejei com a voz
falha.
"Acertou na mosca!" Acendeu uma das
luzes, mesmo assim ainda estava escuro. "Disse pra não se meter comigo,
garota." Cravou os dedos dos dois lados das minhas bochechas e soltou
bruscamente.
"Solta o Tom, ele não tem nada a ver com
isso. Esse assunto é entre nós duas."
"Vou pensar no seu caso."
"Você tem que apodrecer em um
manicômio."
Ela riu. "Apenas estou te mostrando que com
Rebecca não se brinca."
"O que você ganha com isso?"
"Tudo o que eu quiser."
"Para de sonhar! Nem tudo é como você
pensa, está querendo que paguem resgate com isso? Se diz ter tanto dinheiro,
porquê quer mais? E ainda desse jeito."
"Não se mete na minha vida, otária."
"Me meto a partir do momento em que isso
interfere na minha vida!"
"Modera esse tom pra falar comigo!"
"Solta o Tom, Rebecca, é a única coisa que
te peço. Pode fazer a merda que quiser comigo, mas deixa ele ir."
"Boa proposta, adoraria te ver sofrendo um
pouquinho."
"Você não sabe o que diz e muito menos o
que faz! Teu lugar é atrás das grades."
Ela apertou meu rosto novamente enquanto cerrava
os lábios. "Pensa que alguém vai ficar sabendo? Se qualquer pessoa souber,
faço questão de torturar todos a sua volta, TODOS." Riu. "Inclusive o
Cody."
"O que quer que eu faça?"
"Me obedeça, por enquanto." Andou
envolta de mim. "Hoje a noite o garotinho estará longe daqui." Parou
à minha frente. "Logo nos vemos, Ísa."
Ao voltar pro porão, guiada pelo cara mascarado,
não disse nada pro Tommy sobre o ocorrido e nem sobre provavelmente ele sair
daqui. Já escurecia quando entraram no quarto.
"Você vai embora daqui, Tommy." Disse
baixo.
"Não vou te deixar sozinha."
"Você vai sair, pense apenas nisso, ok? Eu
vou ficar bem."
"Não, Helô, não posso sair!"
"Vai acalmar sua família, eles precisam de
você."
"Parou com o lenga-lenga." O cara
soltou ele, que me abraçou.
Ele foi arrastado até a porta, que logo bateu.
Agora era apenas eu aqui, apenas eu por mim, sentia medo do que podia
acontecer. Apoiei a cabeça na parede e me perdi em pensamentos tortuosos.
~ POV
Cody Simpson ~
Após uma ligação fui pra rua pedida e cheguei
exatamente na hora que pediram, não tinha ninguém por ali... Talvez fosse um
teste pra ver se eu iria mesmo, mas ainda tinha esperanças de algo bom
acontecer ali naquela noite, talvez não, mas tinha que esperar. Batia os dedos
freneticamente à espera de algo. Demorou pra que eu avistasse dois faróis bem a
frente, o carro não ficou muito ali, esperei alguns segundos e resolvi ir até lá,
sem me importar se aconteceria algo ruim. Uma pessoa coberta pela sombra vinha
na direção do meu carro, um calafrio percorreu meu corpo, não podia voltar
atrás agora. Parei a poucos metros da pessoa e pude perceber que era o Tom, ele
apressou os passos e me abraçou forte quando desci do carro.
~ POV Alli Simpson ~
A equipe toda estava em
casa pra tentarmos resolver algo quanto ao sequestro mas não chegávamos a
conclusão alguma, Cody havia saído a bastante tempo sem dizer onde ia e isso
nos deixava preocupados. Um silêncio dominava a sala, mas foi quebrado pelo
destrancar da porta, Cody entrou com um leve sorriso nos lábios.
"Tenho uma surpresa pra vocês."
Nesse momento, Tommy entrou em casa e ele fechou
a porta. Não tive reação se não a de me derramar em lágrimas, ele parou na
minha frente depois de abraçar nossos pais, secou minhas lágrimas e me abraçou.
Notei que Cody estava com o mesmo sorriso mas seus olhos traziam grande brilho
quando ele subiu sem que o percebessem. Segui ele com o olhar e quando Tommy
foi falar com o restante da equipe fui pro andar de cima. Bati na porta do
quarto do Cody mas ele não estava lá, andei até o quarto da Ísa e o encontrei
sentado na cama com a cabeça baixa.
"Posso?" Perguntei apenas com a cabeça
pra dentro.
Ele assentiu e eu me abaixei a seu lado.
"O que houve?"
"Eu não aguento, Alli, preciso dela de
volta."
"E porquê não a soltaram também?"
Juntei minha mão na dele.
Ele ficou em silêncio fitando a cama. "Não
sei..."
"Você sabe de algo a mais, desabafa comigo,
fica entre nós, eu prometo."
"Que fique entre nós." Suspirou.
"O Tom não é a peça chave do sequestro e sim a Ísa, além de tudo ser pra
me atingir."
"Como assim? Como você sabe?"
"Eu estava sendo ameaçado e pediram pra eu
terminar com ela, como não fiz isso..."
"Meu Deus!"
"O pior de tudo é não poder fazer nada, não
saber o que está acontecendo..."
"Fala com o Tommy depois, ele pode acalmar
você."
"Ou me preocupar mais."
Entortei os lábios e suspirei. "Alguém
falou pra irmã dela?"
"Não, eu não tenho cabeça pra isso."
"Acho melhor falar, é a irmã dela..."
"Então você liga, minha situação com a
família dela não está boa, sabe disso..."
"Sei... Vem, vamos falar com o Tom."
Levantei e estiquei a mão pra ele.
"Depois, só quero ficar sozinho
agora."
~ POV
Cody Simpson ~
Alli saiu do quarto e eu levantei pra trancar a
porta, não queria ninguém aqui, apenas precisava de um tempo só... O quarto
estava arrumado exatamente do jeito que ela tinha deixado, tudo estava arrumado
do jeito dela. Pensei em tudo o que tínhamos passado até agora, apesar das brigas
e tudo não ficávamos sem o outro, sempre estávamos perto seja brigando ou se
amando. Olhei nossa foto na cabeceira da cama e a peguei, acariciei o rosto
dela com a ponta dos dedos.
"Preciso de você, pequena..." Funguei.
"Preciso de você." Repeti num sussurro.
Permaneci olhando pra foto enquanto pensava,
como seria quando ela voltasse? Pra isso não se repetir, sabia que teria que
fazer o que eles pedissem. Como iria terminar com a garota que mais amava? Com
toda a certeza isso acabaria comigo, mas preferia terminar e ter ela perto e
protegida ao invés de tê-la longe e sem saber o que estava acontecendo. Pensava
em se ela estava sentido dor, se estavam machucando ela... Se pudesse trocaria
de lugar com ela sem pensar duas vezes. Afoguei o rosto nas mãos e cocei meus
olhos pra secar as lágrimas, suspirei e desci sem que me percebessem, passei
pela cozinha e acendi uma vela, a levei pro jardim, com a vela em mãos fiz uma
oração, fixei a vela em um local seguro e fiquei olhando o fogo a derreter. Uma
corrente forte de vento passou por ali, mas a chama da vela permaneceu depois
de quase ter sido apagada.
~ POV
Heloísa Dobrev ~
Tommy já devia estar em casa a essa hora, não
aguentava mais estar aqui, nas mãos da Rebecca...
"E ae, princesinha." O mesmo cara entrou.
"Vim fazer meu trabalho, espero que fique boazinha."
"O que vai fazer comigo?" Perguntei
com a voz folha.
"Se estivesse nos planos, te comeria agora
mesmo, mas como não posso, vou fazer o que a chefe pediu." Deu ombros.
"O que vai fazer comigo?" Repeti com
temor à resposta.
"Seja boazinha e eu serei bonzinho com
você." Abriu as algemas da parede e desatou os nós das cordas que prendiam
meus braços.
Ele prendeu cada corda a uma algema e as prendeu
em meus braços novamente, minhas pernas foram soltas e eu temia o que poderia
acontecer. Um pano foi amarrado em minha boca, estava muito desconfortável e o
medo em meu olhar devia ser nítido. Fechei meus olhos e em pouco tempo senti
algo estalar em minhas coxas fortemente, o grito foi impedido de sair por causa
do pano. Minhas mãos tremiam e meus olhos já deixavam cair várias lágrimas, o
pequeno chicote voltou a cortar minha pele, ardia demais e a dor era
insuportável. Queria gritar e me soltar mas era impossível, a cada chicoteada
eu parecia ficar tonta, estava com medo, muito medo.
Olhei pra minhas pernas e estavam cortadas em
vários pontos, os cortes latejavam e o sangue escorria, agora ao invés de
acertar em mim, ele acertava no colchão. Minha tontura aumentava a cada vez
mais, em questão de segundos tudo começou a girar e eu apaguei.
Não sei ao certo durante quanto tempo fiquei
desacordada, estava sem o pano na boca, um de meus braços estava solto e um
copo com água estava a meu lado, o esvaziei rapidamente. Minha fraqueza
aumentava a cada segundo... Rebecca entrou no quartinho com um sorriso no rosto
e acompanhada pelo mascarado.
"Bom trabalho, espero que capriche enquanto
eu estiver fora."
"Pode deixar comigo."
"Tenha bons dias, Ísa." Riu e deu meia
volta. "Me ajuda a descer as malas."
Demorou algum tempo mas o cara voltou.
"Quer deitar um pouco?"
Não consegui responder, minha fraqueza me
deixava mole e "sem movimentos". Ele empurrou o colchão pra mais
perto de onde estavam as algemas, de modo com que eu pudesse deitar.
"Como se sente?"
O encarei com o canto dos olhos e entortei os
lábios.
"Foi idiota perguntar isso. É crueldade o
que a Rebecca está me mandando fazer contigo e, bom, eu paro por aqui."
"Me tira daqui." Disse baixo.
"Não posso."
"Por favor... Eu posso te pagar por
isso."
"Não é a questão." Retirou um saquinho
do bolso com um pó branco nele.
Ele despejou um pouco na palma da mão e inalou
tudo em poucos segundos.
"Quer um pouco?"
"Não, obrigada."
"Me sinto mais calmo com isso aqui."
Pausou. "Deveria experimentar."
"Não acho uma boa."
"O que posso pegar pra você se sentir
melhor?"
"Água."
"Já volto."
Enquanto ele foi, pensei um pouco, tinha que
achar um jeito pra ele me ajudar a sair daqui, um jeito de convencer ele antes
de a Rebecca voltar de viagem. Ele me entregou uma garrafa com água e voltou a
se sentar.
"Quando a Rebecca vai me soltar?" Bebi
um gole da água.
"Não faço ideia."
"Tenho medo do que ela possa fazer."
"Ela não faz, manda fazer."
"De qualquer jeito..."
"Se quer tanto sair, eu posso ajudar."
"Sério?"
"É, a minha irmã se foi em um sequestro,
sua família deve estar como nós estávamos."
"Sinto muito por ela."
"Eu também... Ela tinha uma dívida e não
conseguimos pagar."
"E porquê faz isso com as pessoas
agora?"
"É o único jeito de sustentar meu
vício."
"Existem outras maneiras, tipo trabalho."
"É fácil pra uma riquinha com estudos dizer
isso. É difícil ver sua família se desintegrando, quase sendo despejada... Eu
já tentei trabalhos mas ninguém quer quem não tenha estudos, esse é o único
jeito, minha família depende disso, minha droga também."
"Eu não posso dar palpites, não sei como é,
desculpa."
"Não devia mesmo."
"Desculpa..."
Sob o efeito das drogas ele tinha ficado
compreensivo com a situação e talvez assim eu conseguisse algo.
~ POV
Cody Simpson ~
"Quer conversar?" Tommy sentou ao meu
lado.
"O que aconteceu lá?"
"Ficamos em um quartinho amarrados, vez ou
outra um cara mascarado entrava lá pra dar comida ou ver o que estávamos
fazendo."
"Como a Ísa estava quando saiu?"
"Com medo, eu não queria ter deixado ela
sozinha, ela não sabe o que faz..."
"Porquê diz isso?"
"Ela responde o cara com tom de
desafio."
"Puta que pariu!" Passeis as mãos
fortemente pelo cabelo.
"Cody, temos que resgatar ela."
"Eu não sei o que fazer."
"CODY, SEU CELULAR." Alli gritou da
janela.
O peguei rapidamente e atendi, era de um
programa pedindo show, disse que não podia e a moça deve ter entendido como
agenda cheia ou coisa assim. Fiquei por um longo tempo com o celular em mãos,
até ele tocar. A voz estranha perguntou apenas se tinha recebido meu irmão, não
tive chances de perguntar nada por logo desligarem.
"Droga!" Murmurei e chutei a grama.
Subi sem falar com ninguém e deitei pra um
cochilo, coloquei o despertador para as 3 da manhã e dormi até lá. Juntei tudo
o que precisava em uma mochila, coloquei um moletom e uma calça e desci
devagar, olhei cautelosamente antes de sair, tentei fazer o mínimo barulho
possível até cruzar o quarteirão. Era uma decisão perigosa mas dirigi até o
lugar em que havia pegado meu irmão mais cedo, fui à diante tentando achar um
mínimo sinal de vida em meio ao matagal que cercava a estrada, em poucos metros
ele ia desaparecendo e dando espaço a cascalhos e árvores secas. Andava sem
direção e ao olhar pro relógio uma hora já tinha se passado, não me importava
com a hora ou com a distância, apenas precisava achá-la.
~ POV
Heloísa Dobrev ~
Pela janela empoeirada dava pra se notar que o
sol estava nascendo quando acordei, talvez hoje pudesse sair daqui se o cara
acordasse com o mesmo humor do dia anterior, claro... Me perdi olhando pra janela,
os primeiros raios de sol começaram a entrar algumas horas depois.
"Bom dia." Entrou e me entregou
algumas bolachas em um pacote.
"Obrigada." Peguei o pacote.
"Estive pensando durante a noite sobre como
te mandar pra casa e eu pensei em uma coisa."
"Pode falar." Mordi metade da bolacha.
"A Rebecca não iria gostar de que você
morresse aqui..."
Interrompi. "Vai me matar?"
"Não." Riu de leve. "Mas ela pode
pensar que depois de tanto sangue perdido você teve uma fraqueza muito forte e
permanece desacordada, não sei mas posso pensar melhor."
"Achei genial, serei eternamente
grata."
"Não é pra tanto, princesinha."
"É claro que é."
"Antes de eu sair, preciso deixar isso com
você." Tirei o relógio e o restante das pulseiras que estava usando.
"Não posso aceitar."
"É um presente, se for em um lugar bom
conseguirá um bom dinheiro com isso."
"Não pos..."
Interrompi. "Não é educado recusar um
presente."
"Me lembre de devolver seu celular antes de
ir, está em algum lugar lá em cima."
"Ok... Bom, pegue." Estiquei a mão com
as coisas pra ele.
"Obrigado..."
Pela tarde ele começou a treinar o que falaria.
~ POV
Cody Simpson ~
Me hospedei em um hotel de beira de estrada
apenas pra não ficar ao relento ou dormir no carro, tinha gasolina reserva no
porta-malas e isso me deixava mais tranquilo em relação a quanto tempo ficar.
Recebi uma ligação de casa mas não atendi na primeira, sabia que iria receber
sermão...
~ Ligação
~
"Alô?"
"Cadê você, meu filho?"
"Estou resolvendo as coisas, mãe, só volto
quando eu tiver a Ísa comigo."
"Está louco? Volta já pra casa, Cody Robert
Simpson, eu estou mandando!"
"Não vai rolar... Eu vou ficar bem, te
amo."
"Filho, não!"
"Preciso disso, eu vou conseguir levar
minha pequena, você vai ver."
~ Ligação
Off ~
Joguei o Iphone na cama e passei as mãos no
rosto pra tentar me acalmar, por onde poderia começar? Peguei água no frigobar
e desci apenas com os documentos no bolso, andei pelo meio das trilhas, nenhum
sinal, nenhuma merda de sinal de vida. Voltei pro hotel quando vi que essa
trilha não daria em lugar algum, com o carro poderia ir mais longe na estrada,
mas precisava comer antes. Tomei um banho rápido e pedi algo do hotel pra
comer. Tracei uma rota pra onde iria seguir com o carro.
~ POV
Alli Simpson ~
"Cody enlouqueceu de vez, como esse garoto
sai desse jeito pra procurar ela?"
"Não tem como parar um apaixonado, Matt.
Ele fará de tudo pra conseguir o que quer, eu conheço bem meu irmão."
"Não deixa de ser um irresponsável."
"Ele logo vai estar de volta, temos que ter
fé e rezar por eles."
"Cody disse que não volta até achá-la,
vocês não entendem isso?"
"Ficar aqui falando não vai adiantar
nada." Meu pai levantou seguido do Matt.
"Aonde vocês vão?"
"Atrás do Cody."
"Não sabem onde ele está, pode ser
perigoso."
"Acharemos."
~ POV
Heloísa Dobrev ~
Estava confiante de que iria sair esta noite,
mas isso pareceu ter mudado... O cara não voltava a um bom tempo e eu começava
a ficar aflita. Como estava solta resolvi andar um pouco pra tentar me acalmar.
"Conseguiu?" Perguntei logo que ele
entrou.
"Acha que vai ser assim fácil? Isso vai ter
um preço."
"Preço? Eu te dei todas as minhas
jóias."
"Agora vai me dar outra coisa."
"Que tipo de coisa?"
"Você, e é bom ficar bem quietinha."
Sacou uma faca da cintura. "Ou vai ser pior." Se aproximou de mim.
"Porque está fazendo isso?" Fui me
afastando.
"Por que um sequestrador não perde a
oportunidade de comer uma gostosa assim como você." Puxou minha cintura.
"Não me toca!" Empurrei ele.
"CALA A BOCA!" Virou um tapa no meu
rosto. "Tu vai fazer o que eu mandar?" Apoiou a ponta da faca no meu
braço.
"Vo-vou."
Ele riu sarcasticamente e tirou a máscara, já
colando seus lábios em meu pescoço, dando um chupão ali. Não podia deixar
escapar nenhuma lágrima, devia agir com cautela pra tentar sair dessa.
"Espera." Me esquivei.
Ele me encarou.
"Eu me entrego desde que não me ameace com
essa faca."
"Acha que eu vou te obedecer?"
"Gostaria, é só um pedido." Ajeitei a
camisa dele. "Prometo ser boazinha." Disse baixo no ouvido dele.
Ele aderiu ao meu pedido e colocou a faca em
cima de um móvel e me puxou com brutalidade. Ele retirou sua camisa e passou a
apalpar meu corpo, cerrei os lábios e percebi minhas mãos trêmulas.
"Vamos ver se esse corpo é tão gostoso
quanto parece."
Minha jaqueta logo estava no chão e não demorou
pra que a regata fosse pra lá também.
"Posso me divertir também?" Sorri
maliciosa, ou tentei chegar perto disso.
Fui pra trás dele sem me afastar em momento
algum do móvel, deslizei as mãos pelo abdômen dele tentando convencer de que
estava me divertindo. Parei duas vezes no cós da calça dele e passei a tentar
me concentrar na próxima coisa a se fazer.
"A diversão começa agora."
Dei meio passo pra trás e chutei o ponto fraco
dele, que soltou um urro. Antes de ele se virar, tateei o móvel e peguei a
faca.
"Não se aproxime." Apontei a faca pra
ele.
"Vadia!" Entortou os lábios enquanto
uma de suas mãos massageava seu membro por cima da calça.
Chutei minha jaqueta pro outro canto e dei
alguns passos pro lado, sem tirar os olhos dele.
"Eu vou te matar, garota, não vai sair
daqui."
"Vamos ver."
Ele veio em minha direção, a fúria em seus olhos
me deixava morta de medo, segurei fortemente na faca. Não sei como mas quando
ele tentou pegar a faca, eu consegui cortá-lo na mão, enquanto ele resmungava
juntei minhas forças e acertei mais um chute, ele caiu como esperava, peguei
minha jaqueta e corri na direção da porta. A tranquei do lado de fora, subi
correndo as escadas e tranquei a de cima também. Minhas pernas ainda doíam mas
não conseguia pensar nisso no momento, coloquei a jaqueta e a fechei. Em um
banco estavam minhas coisas, as enfiei nos bolsos e fui atrás das chaves da
porta de saída.
"Tem que estar aqui. Droga!"
Procurei em todos os cantos, menos na porta e lá
estava ela, pendurada no trinco. Destranquei a porta e joguei a chave pela
janela quando estava do lado de fora. Estava livre! Saí rapidamente pela
estrada vazia, dei sinal pra dois carros e um ônibus mas nenhum deles parou,
andei alguns metros até avistar mais um ônibus, dei sinal e esse parou.
"Pode me dar uma carona, senhor? Não tenho
como sair daqui."
"Pra onde vai?"
"Los Angeles."
"Da rodoviária terá que pegar outro, não
vou até a cidade."
"Então pode me deixar na rodoviária?"
"Sim, sente-se."
"Obrigada, senhor." Busquei um lugar
pra sentar.
Todos do ônibus olharam pra mim, acho que não
por me reconhecerem mas pelo meu estado, o caminho foi hiper longo até a tal
rodoviária, davam 00h10 quando o ônibus estacionou. Não era uma rodoviária
grande, parecia um ponto de ônibus três vezes maior e havia uma lanchonete ao
lado. Olhei os horários em um quadro de canetão e o próximo ônibus pra Los
Angeles sairia às 9 da manhã.
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Oi amores, desculpem a demora, mas essa semana teve tudo quanto foi tipo de recuperação, o capítulo já estava pronto e tudo, mas não dava tempo pra entrar, agora eu estou oficialmente de FÉRIAAAAASSS e vou poder escrever mais pkaksapkkspas O que acharam do capítulo? Como acham que vai ser a volta da Ísa? Não deixem de comentar, tá? Muuuuuito obrigada pelos comentários e mais uma vez me desculpem pela demora... COMENTEEEEEM! xoxo <3