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terça-feira, 26 de março de 2013

Capítulo 53 - Back in home.

“Querem ajuda no café?”
“Está atrasada.” Sarah riu. “Já até comemos.”
“Nossa, me excluíram hoje.” Balancei a cabeça.
“Ninguém mandou a senhorita e o senhor seu namorado ficarem em altos papos ontem a noite.”
“Estávamos colocando o papo em dia, dona Alli.” Levantei. “Vou tomar meu café.”
“Amiga, eu vou com você.” Alli levantou.
Ela estava inquieta enquanto eu fazia meu sanduíche, encostei na bancada ao lado dela.
“O que aconteceu, Als?”
“Eu tenho uma dúvida em um assunto.”
“Dúvida? Que dúvida?”
“É sobre o Josh... Sabe, eu queria estar sério com ele.”
“E vocês não estão?”
“Não, tecnicamente estamos ficando, eu quero mais, entende? Alianças, meus pais e os dele sabendo e tudo mais.”
“Deixa acabarmos a turnê, ele nem deve ter tido tempo pra pensar em algo pra fazer pra você, isso leva um pouquinho de tempo pra pensar e tempo é o que nós não temos. Tenha calma.” Ri.
Estava terminando meu copo de iogurte quando Cody levantou, Alli voltou pro sofá e ele fez um sanduíche com nutella.
“Levantamos tarde hoje.”
“Conversamos muito.”
“Foi bom.” Ele disse e deu mais uma mordida. “Sentia sua falta.”
“Eu sei.” Sorri.
“Sabe?” Arqueou uma sobrancelha. “Sei, o Justin me disse faz tempo.”
“Justin...” Riu.
“O que vamos fazer hoje?”
“Ah, Ísa, eu queria descansar um pouco mas se quiser sair, nós vamos.”
“Não, deixa, podemos ficar por aqui mesmo.” Abracei ele.
“É sério, se quiser nós vamos.”
“Não precisa, eu só perguntei.”
~ POV Cody Simpson ~
Os dias restantes da turnê foram se acabando e contávamos os dias pra irmos pra casa, depois de quase quatro meses dentro desse ônibus, estaríamos em Los Angeles em algumas horas. Quase 6 da manhã quando avistamos o aeroporto, de lá cada um arrumaria um jeito de ir pra casa. Optamos por táxis e nos dividimos neles.  Não demorou muito pra estarmos abrindo a porta de casa e termos nossos pais pulando em cima de nós.
“Como foi a turnê? O que aconteceu por lá?”
“Olha, mãe, muitas coisas.”
“Contem, temos bastante tempo.”
“Fora os shows incríveis, Rebecca e o primo dela fizeram um inferno por lá, Alli e Josh estão namorando, eu e a Ísa voltamos, terminamos e voltamos de novo e a mãe dela vai ter uma menina.”
“Turnê resumida.” Ísa e Alli disseram juntas.
“Vamos por partes... Rebecca?” Meu pai perguntou.
“Minha ex, lembram?”
“Sim, mas o que ela foi fazer lá?”
“Infernizar.” Ísa disse. “Fez a gente terminar, estraçalhou meu equipamento, nos batemos, mandou rumores pra imprensa, basicamente isso.”
“Meu Deus!”
“Agora... Alli e Josh?”
“É, pai, mas não estamos namorando.”
“Como não?” Perguntei.
“Ele não pediu.” Deu ombros.
“Se for assim, eu e a ísa também não estamos namorando.”
“Não mesmo, tem que pedir logo.”
“Mas já estamos namorando, não é amor?” Depositei um beijo no pescoço dela.
“É, a Alli que quer conto de fadas.” Riu.
“Vai dizer que você não queria um pedido oficial de namoro, Helô?” Arqueou uma sobrancelha.
“Ah...” Deu ombros.
“Como sua mãe está, querida?” Minha mãe desvencilhou o assunto enquanto esfregava as mãos, as esquentando.
“Ótima, tia, ela e meu padrasto estão hiper felizes.”
“O Tommy foi pro colégio?”
“Ultimamente não falta nenhum dia.” Meu pai riu.
“É... Meu irmãozinho se apaixonou.” Ri.
“Bom, não sei quanto a vocês, mas eu quero um banho e minha cama, tchau.” Alli mandou beijos e subiu.
“Podem deixar as malas por aí, depois damos um jeito.”
Abracei a Ísa por trás e subimos andando juntos, nos jogamos na cama assim que entramos.
“Lar, doce lar.”
“Não aguentava mais aquele cubículo de ônibus.” Ela riu.
“Foi uma turnê agitada.” Balancei a cabeça.
“E como, mas no fim deu tudo certo e estamos em cada juntos e morrendo de frio.” Puxou o edredom pra cima de nós e se juntou mais a mim.
Passei um dos braços ao redor dela e ficamos trocando selinhos rápidos por vários minutos. Ela se ajeitou de lado, de modo com que desse pra abraçar ela. Quando percebi, ela já estava dormindo. Abri um pequeno sorriso e tentei não me mexer pra que ela não acabasse acordando. Minha mãe veio com duas xícaras pro quarto um tempo depois.
“Acho melhor trazer o dela depois.” Disse enquanto bebia um gole do chocolate.
“Se importa se eu te acompanhar?” Sentou no na beirada da cama.
“Claro que não, mãe.” Me ajeitei.
“Me conta direito o que aconteceu.”
“Na turnê toda ou só a parte da Rebecca?”
“A parte da Rebecca.”
Contei toda a história detalhada pra ela e ri pelo nariz ao fim. “Longa história.”
“Ela enlouqueceu de vez.”
“É, mãe, mas ela não vai fazer mais nada.”
“Como tem tanta certeza disso?”
“Não tenho, mas espero.” Suspirei. “Não posso deixar que nada aconteça com a minha pequena.”
“Você ama ela, não é?”
“Demais.” Olhei pra ele. “O jeito que eu tratei ela quando estávamos brigados foi tão ridículo, me arrependo...”
“O que você fez?”
“Chamei ela de várias coisas.”
“Tipo puta?”
“Como sabe?”
“Estava na cara, não disse que ela e o Caio ficaram?”
“Sim, mas eu fazia por provocação antes disso acontecer.”
“Não faz mais, ok?”
“Ok, mas quando eu estou puto não respondo por mim, você sabe, mãe.” Ri de leve.
“Sei bem disso, mas se controle.”
Ela foi acordar só no almoço e, depois dele, resolvemos ir no mercado, Alli não quis ir porque ia ficar com Josh, então iríamos só nós mesmo.
“Pra quê carro, Cody? Larga de ser preguiçoso.”
“Era melhor, né... Mas se a senhorita não quer.” Abracei ela por trás.
“O que temos que comprar lá?”
“Besteiras, não sei fazer compras pra casa e essas coisas.”
Ela balançou a cabeça. “Ok, vamos.”
Seguimos para o supermercado mais próximo dali, mas mesmo assim demoramos um pouco pra chegarmos lá. Não tinham tantas pessoas pelos corredores, alguns estavam até desertos, por ainda ser hora de almoço. O primeiro em que entramos era o de balas, chocolates, etc, era um dos vazios.
“Sabe o que eu quero?” Fiz uma cara pensativa.
“”Hm, deixa eu pensar... Cereal?”
“Também, mas agora quero seu beijo.” Sorri.
“O senhor quer eu beijo, é?”
Ela foi dando passos pra trás, seguida dos meus passos, até se encostar em uma prateleira. Dois sorrisos apareceram quando nossos rostos estavam com a mínima distância um do outros, ela passou os braços por trás de meu pescoço, os entrelaçando e os meus foram pra sua cintura. Nos beijamos com voracidade, esquecendo por completo de que estávamos no corredor de um supermercado. Ao nos separarmos, pudemos notar que estavam nos fotografando, rimos e fomos correndo pelos corredores.
“Nunca mais faço compras com você.” Riu.
“Faz sim não resiste a mim.”
“Ah, pronto, convencido.” Pausou. “Minhas pernas estão doendo de tanto andar e agora correr.”
Passei os olhos em nossa volta e, num ato rápido a suspendi pelos joelhos e a coloquei num carrinho.
“Não, Cody! Que mico.”
“Shiu.”
Voltei a correr do jeito que estávamos antes, virava bruscamente nos corredores e ela quase morria de tanto rir e gritar. A farra acabou assim que um dos seguranças do mercado nos parou.
“Vocês não podem fazer isso dentro do mercado.”
“Lá fora pode?”
“O senhor entendeu.”
“Desculpa.” Ergui os braços, ainda rindo.
“Só estávamos nos divertindo um pouco, desculpa.”
“Tudo bem, mas alguém pode se machucar.”
Ajudei ela a sair de dentro do carrinho e, quando mudamos o corredor, não conseguíamos parar de rir.
~ POV Heloísa Dobrev ~
Pouco antes de chegarmos ao caixa, recebi uma mensagem do Josh, dizendo que precisava da minha ajuda.
“Sms de quem?”
“Josh, operação SOS.”
“Hm... Vai me deixar sozinho?”
“Ah, amor, ele quer ajuda com a Alli, entende não é?”
“Não.” Colocou as coisas na esteira.
“É pelos dois...”
“Claro que eu entendo, tenho umas coisas pra fazer mesmo.” Deu ombros.
“Posso saber o que?” Arqueei uma sobrancelha.
“Nada que deva saber.”
“Vê lá, heim...”
“Calma não é o que está pensando.” Riu, entregou o cartão de débito pra atendente do caixa e finalizou a compra.
“Então me fala, ué.” Peguei duas sacolas.
Ele pegou as outras duas. “Nada, Ísa.”
“Não gosto disso.”
Quando chegamos no portão, entreguei as sacolas pra ele, me despedi e fui pra casa dos meninos. Flo veio atender a porta.
“Oi.” Beijou meu rosto.
“Oi, Flo.” Entrei pra que ele pudesse fechar a porta.
“Aconteceu alguma coisa?”
“Não, vim falar com o Josh.”
“Ah, ele está no quarto...”
Fui em direção à escada, mas parei no primeiro degrau e virei pra ele. “Você está bem?”
“Claro, porque não estaria?”
“Não sei, parece estranho.”
“Não foi nada.” Esboçou um sorriso sem vontade no rosto.
“Depois nós vamos conversar, agora tenho que falar com o Josh.”
“Mas não é nada, Helô.”
Não acreditei no “nada” dele e subi pro quarto do Josh, que estava cochilando. Peguei uma almofada e taquei nele.
“Me chama e fica dormindo?”
Ele me deu dedo e sentou na cama, coçando os olhos.
Sentei no espaço que ele tinha deixado. “Vamos resolver isso, no que pensou?”
“Em fazer esse pedido logo, a Alli está toda estranha comigo por causa dessa besteira.”
“Não é besteira, ela quer um pedido formal, pra poderem dizer pra todos que estão juntos.”
“Todos já sabem.”
“Shiu, Josh... Quais suas ideias?”
“Que ideias? Não pensei em nada, estava esperando você me dar ideias.”
“Eu vou ter que fazer tudo? É isso mesmo?”
“De preferência.” Riu. “Brincadeira, eu vou ajudar em tudo.”
“Então comece pensando no que quer fazer.” Deitei na cama, fitando o teto.
“É difícil, e se ela não gostar?”
“Só de você entregar uma aliança pra ela, ela já iria amar.”
“Fechou, vamos fazer isso.”
“Para de graça!” Bati no ombro dele.
“Vamos pensar um pouco então.” Ligou o rádio.
“Só está enrolando.”
Deixei algumas músicas rolarem até desligar o rádio.
“Pensou?”
“Não, me fala suas ideias.” Riu.
“Cadê o romantismo, Joshua?”
Ele deu ombros.
“Idiota.” Balancei a cabeça. “Então, eu pensei no seguinte...”
[...] Depois de acertar tudo com o Josh e até chegarmos a planejar algumas coisas, Jake chamou ele pra ajudar em alguma coisa que eu não entendi.
“Pronto, senhor Déchard, vamos conversar.” Me joguei do lado oposto dele no sofá e peguei alguns Doritos na mesa de centro.
“Já disse que não é nada, insistente.” Riu, ainda olhando pra tv.
“E eu ao acreditei, pode começar a falar.”
“Então vou ficar quieto, não tenho nada pra falar.”
“Já sei, é alguma garota?”
Ele não me respondeu de imediato. “Talvez.”
“Como talvez? Me conta, vai.”
“Besteiras, Helô.”
“Eu quero te ajudar.”
“Não tem como.”
“Porque não?”
“Porque ela não gosta de mim e eu não terei a mínima chance.”
“Como pode afirmar com tanta segurança.” Arqueei uma sobrancelha.
“Porque é verdade.” Deu ombros.
“E quem é essa garota?”
Antes que ele pudesse me responder, a campainha tocou e ele levantou o mais rápido possível.
“Entra, Cody.” Ele disse.
“Não, Flo, só vim ver se a Ísa ainda estava aqui.” Disse olhando pra mim.
“Estava conversando com o Flo.”
“Quer continuar?” Perguntou, contraditório.
“Não.” Flo respondeu por mim. “Deixa isso quieto.”
Levantei e beijei o rosto dele. “Fica bem, francês.”
“Ok, cherry.” Sorriu.
Cody foi andando na frente, eu acenei pro Flo antes de que fechasse a porta. Cody parou depois de fechar o portão.
“O que estavam fazendo?”
“Conversando, ué.”
“Sobre o que?”
“Coisas do Florent, Cody.”
“Hm.”
“Foi fazer o que tinha que fazer?”
“Fui.” Deu ombros.
“O que você fez?”
“Fiquei no estúdio a tarde toda, já você não fez o que iria fazer.”
“É claro que eu fiz, falei com o Josh a tarde toda.”
“Não só com ele.”
“Porque tanto ciúmes do Florent? Sempre que eu fico com ele, você fica desse jeito.”
“Você não sabe o que diz.”
“É claro que eu sei, percebo seu ciúmes sempre.”
Subi num ritmo mais rápido do que ele pra evitar mais briga. Tommy veio abrir a porta e me abraçou assim que me viu. Não fiquei por muito tempo na sala e já fui pro meu quarto, não tinha entrado lá ainda, aproveitei pra arrumar minhas coisas e tomei um banho. Liguei o Skype pra falar com a Nina e combinei de ir pra lá no dia seguinte. Tio Brad veio me chamar pra jantar e lá foi quase um silêncio completo. Depois disso, fui pra cama, rolei os canais da tv até meu celular vibrar sem parar.
Cody: “Pequena?”
Helô: “O que, Cody?”
Cody: “Foi mal ficar com ciúmes do Flo de novo...”
Helô: “Tá... Eu vou dormir.”
Cody: “Vem pra cá.”
Helô: “Melhor não, prefiro ficar aqui.”
Cody: “Ok, até amanhã.”
Helô: “Até...”
Voltei a olhar pra tv até pegar no sono. Logo pela manhã, segui pra casa da Nina.
“Helô!” Ela me abraçou forte logo que abriu a porta. “Feliz aniversário.” Beijou minha testa.
“Obrigada, irmã.” Sorri e entrei no apartamento. “Cadê meu pequeno e o senhor seu marido?”
“Foram comprar algumas coisas.” Sentou ao meu lado no sofá.
“Que coisas?”
“Depois você vê.” Riu. “Como estão as coisas? Como foi a turnê?”
Contei tudo pra ela e logo Ian e Liam chegaram, meu celular vibrou no mesmo tempo em que a campainha tocou. Tinham várias interações no twitter e também algumas mensagens, respondi todas e deixei apenas uma, de um número restrito. Não consegui ver ela, já que Liam correu pros meus braços depois de ter deixado uma sacola na cozinha com Ian, que me abraçou logo depois.
“Parabéns, Helô.”
“Obrigada, cunhado.” Sorri.
“Fala parabéns pra titia.”
“Parabéns, titia Helô.” Me abraçou novamente.
“Obrigada, meu amor.”
Nina chamou o Ian pra ajudar em algo na cozinha e Liam se jogou ao meu lado e ligou a tv. Aproveitei esse tempo pra ver a tal sms, meus olhos se arregalaram ao fim.
“Ah, esse aniversário pode não ser tão bom, melhor tomar cuidado hahhhahhahaa.”. Seria muita conhecidência isso ter chegado no meu aniversário ou seria alguém tentando “brincar” comigo?
“Titia?”
“Oi?” Despertei dos meus pensamentos.
“Assiste.” Fez beicinho.
“Estou assistindo, meu amor.”
“Não.” Apontou pro meu celular.
Ri e olhei pra tv, aquela mensagem não me saia da cabeça, durante o dia só conseguia pensar em quem teria enviado isso e, cada vez eu ficava mais confusa.
“Pode se trocar, senhorita, vão dar 19h.” Estalou os dedos.
“E...?”
“E nada, o pessoal já vai chegar aqui.” Levantou e me puxou pelo braço.
“Pessoal? Planejou uma festa?”
“Planejei, agora vai tomar banho e se arrumar.”
“Ok... Mas o que eu visto?”
“Pega algum dos meus vestidos e toma banho no banheiro do corredor, quando Ian acabar o dele, eu tomo o meu. Te quero pronta até as 20h30 no máximo.”
“Não queria festa, Nina...”
“Vai ser legal, agora vai!”
~ POV Cody Simpson ~
19h40, Alli entrou em meu quarto, já produzida.
“Ainda não se trocou? Vamos, Cody!”
“Tenho outros planos, Alli.”
“Não pode estar falando sério! É aniversário da sua namorada.”
“Eu sei, relaxa, eu já preparei tudo.” Sorri. “Tenta fazer ela vir pra cá.”
“O que você fez?”
“Vou cantar pra ela e entregar os presentes.”
“Não pode fazer isso lá?”
“Não, temos que estar sozinhos, se me entende.”
“Ridículo, você.”
“Alli...” Fiz sinal de silêncio pra ela. “Ela vai adorar tudo o que eu fiz, agora faça sua parte pra me ajudar.”
“Ai, ok... Mas o que eu falo?”
“Fala pra ela vir, sei lá, inventa.”
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Hey gatitaaaaaas (: Sei que eu estou demorando pra postar e coisa e tal, mas está bem corrido mesmo... Só hoje tive duas provas surpresas, tenho vários trabalhos pra começo de abril e é isso, mas saibam que eu NUNCA vou abandonar a fic, eu amo escrever, amo ver vocês comentando, me apoiando, dando ideias e etc. Ah, leitora linda que deixou as ideias, já anoitei e já planejei algumas coisas, muito obrigada <3 vocês que quiserem dar ideias também, eu estou aceitando hhuashuahushuas, muito obrigada por tudo, vocês são demais! Continuo com mais de 10 comentários <3 xoxo

quinta-feira, 21 de março de 2013

Capítulo 52 - França.

“Bom dia.” Cody disse com um sorriso no rosto logo que nos olhamos pela manhã, ainda em nossas camas.
“Bom dia...”
“Vem cá.” Deu duas batidinhas na cama.
“Depois eu vou.”
“Por favor.” Pediu com aquela carinha de dó que só ele sabe fazer.
“Ok, ok...” Me espreguicei pra tomar coragem e levantar da cama.
“Vem logo.” Ele riu.
“Não me apressa.”
“Estressada?”
“Sim.” Levantei da cama.
“Porque?”
“Nada, deixa...” Subi as escadinhas.
Ele me deu um espaço pra deitar e selou nossos lábios, apoiei minha cabeça na mão e ficamos nos olhando.
“O que foi?”
“Nada.”
“Vai, me fala.”
“Nada.”
“Fala.” Beijou meu rosto.
“Na boa, Cody, qual é a sua? Uma hora você vem todo fofo, na outra me dá patadas. Estou começando a achar que devo te recomendar um psicólogo."
"Ninguém é o mesmo o tempo todo, Ísa... Eu estou estressado com essa rotina, tenta entender."
"Não, eu não consigo entender você." Desci da cama.
"Pra onde você vai?"
"Pra minha cama."
"Achei que fosse ficar comigo."
"Não, Cody... Esse deve ser mais um joguinho, não é? Pra depois poder voltar a me xingar, já ganhou o que você queria, sexo. Era só isso, pode falar."
"Ísa, você entende tudo errado..."
"Principalmente quando eu achei que tinha entendido que você me amava."
"E eu te amo, amo de mais."
"Não mente pra mim, ok?"
"Para de tornar tudo difícil."
"É isso que estou fazendo tentando ir pra minha cama."
"Tá, que seja como você quiser, senhorita perfeição." Ergueu os braços.
Fui pra minha cama e peguei um chocolate que estava na gaveta embaixo da cama, peguei meus fones e fiquei ouvindo música por um bom tempo. Os dias foram se passando assim, falávamos o essencial, mas isso foi mudando com o decorrer do tempo, éramos apenas amigos, mas já estava sendo bom, não queria passar de amiga até que conseguisse entender um pouco o que passava na cabeça dele, o que era provável que seria difícil.
"Chegamos." A doce mas grossa voz dele disse ao pé do meu ouvido enquanto afastava uma mecha de cabelo do meu rosto.
"Já?" Despertei, sentando na cama.
"Sim, estamos na frança, cherry." Fez um sotaque francês.
Ri. "Que horas são?"
Olhou pro relógio em seu pulso. "Quase sete."
"Ainda dá tempo de eu ir tomar café com minha mãe." Levantei.
Fui me trocar e quando voltei pro quarto, Cody estava trocado também.
"Vai sair?"
"Vou com você."
"Quem disse que eu te convidei?"
"Que maldade."
"Ok, vamos logo." Ri.
Deixamos um bilhete em cima da mesa e fomos pra minha antiga casa, que não era muito longe de onde estávamos.
"Calma." Ele disse rindo pelo jeito como eu batia os pés, esperando alguém abrir a porta.
George veio abrir com uma tremenda cara de sono, acabei por me questionar de se era mesmo necessário ter vindo a essa hora. Incrivelmente ele abriu um sorriso e me abraçou assim que me viu.
"Que surpresa, pequena!" Me colocou no chão.
"Bom dia, senhor Smith." Acenou.
"Bom dia, Cody." Abriu espaço pra nós. "Entrem."
Entramos e sentamos no sofá.
"Cadê minha mãe?"
"Ainda está dormindo e não vai acordar tão cedo." Riu. "Como vocês estão?"
"Bem." Respondemos juntos.
"E você, como está depois da notícia do novo membro da família?"
"Nova garotinha da família." Sorriu bobo.
"É uma menina?" Perguntei num pulo do sofá.
"Sim, Helô."
Conversamos um pouco a respeito disso e ele disse que iria fazer o café, mas não quis ajuda, então fui mostrar a casa pro Cody quase que sem barulho nenhum.
"E esse é o meu quarto." Disse ao entrarmos.
"Bastante roxo." Riu e se jogou na minha cama. "Cama macia."
"Sai daí, vai bagunçar tudo."
"Desculpa, senhorita." Fitou o teto enquanto ria.
"É sério."
"Eu sei, mas está muito bom aqui." Apoiou a cabeça na mão.
"Idiota."
"Boba."
"Besta."
"Chata." Levantou e veio até mim.
"Vadio."
Ele pegou em minha cintura com as duas mãos e começou a me fazer cosquinhas, caí na cama em questão de segundos, ele veio por cima e continuou as cócegas.
"Para, Cody!" Disse entre as minhas risadas escandalosas. "Vamos acordar minha mãe."
Ele saiu de cima de mim e deitou ao meu lado, nossos lábios estavam a pouco um do outro, a vontade de beijá-lo era notável e minhas bochechas coraram. Me afastei dele e passei uma das mãos pelo rosto.
"Gostei do quarto." Ele quebrou a tensão que tinha ficado.
"Mentira, você disse que era roxo de mais." Ri.
"Mas é." Riu também.
Levantei da cama, peguei as duas fotos que estavam lá e entreguei pra ele. "Olha."
"Nem me lembrava dessas fotos." Disse enquanto as analisava. "Você continua mesma garotinha, digo, no jeito."
"Não me leve a mal, mas não posso dizer o mesmo..."
"Eu entendo."
"Desculpa."
"Tudo bem." Balançou a cabeça.
Depois do café, eu e Cody passamos em uma loja de roupas de bebê e ele me ajudou a escolher várias roupinhas e outras coisas, voltamos carregados e minha mãe e George adoraram cada uma das coisas. Passei o dia lá e Cody não quis voltar sem mim pro ônibus achando que eu me perderia, o que era provável. Cody convidou os dois pra irem ao show dessa noite, já que eu ia fotografar. Estávamos no ônibus às 16h40, todos já tinham tomado banho nos camarins, eu e Cody nos aprontamos também e ele foi pro M&G, fotografei lá e fomos pra mesma rotina de sempre. Eles ficaram com a Alli, a Nick e o Jake no camarote. O show foi um dos melhores e Cody estava feliz e satisfeito com isso.
"Gostaram?" Perguntei no camarim.
"Foi ótimo." Disseram.
"Depois Cody volta pra cá, pra podermos falar com ele?"
"Sim, mãe, ele está em um dos banheiros, falando nisso, vou tomar meu banho também."
~ POV Cody Simpson ~
Quando saí do banho, só a mãe e o padrasto da Ísa estavam lá. Sentei de frente pra eles.
"Gostaram?"
"Foi incrível, Cody."
"Eu amo o que eu faço." Ri pelo nariz.
"Nem dá pra imaginar o que você sente quando entra no palco." Pausou. "Mas queríamos falar com você."
"Podem falar, tia."
"É um favor na verdade."
"É sobre a Ísa, acertei?"
"Bom, acertou."
"Imaginava, cadê ela?"
"Está com a Nick e a Alli, dá pra conversarmos um pouco."
"Queríamos saber o que aconteceu entre vocês, ela está mais quieta, estranha..."
"Passamos por uma turbulência e acabamos ficando com outras pessoas, eu pisei na bola com ela, mas estamos amigos agora."
"Passem a noite lá em casa hoje?"
"Claro, só saímos de tarde daqui, Flo está com a família também."
"E tem outra coisa."
Assenti pra que eles continuassem.
"Tenta conversar com ela, pra que ela te fale como se sente, eu conheço a Helô e ela não está bem..."
"Vou tentar falar com ela quando chegarmos lá, fiquem tranquilos."
"Obrigada, Cody."
"De nada, tia."
Depois disso, procuramos a Helô, avisei o Matt e fomos pra casa deles.
"Não entendo porque o senhor Simpson veio."
"Quanto amor, Ísa, também te amo." Ri.
"Idiota." Riu.
"O que querem jantar?"
"Qualquer coisa, mãe, eu te ajudo na cozinha."
As duas foram pra lá e eu fiquei com George na sala.
"Você já tem filhos ou vai ser a primeira?"
"Tenho dois, mas estão morando com a mãe eu nem sei aonde."
"Ela afastou os dois?"
"Quando ainda eram menores, agora têm a idade de vocês."
"Deve ser duro..."
"E é..."
Jantamos logo, estávamos conversando quando a campainha tocou, tia Elisa foi abrir. Em seguida chamou a Ísa, ouvi ela rindo e nós fomos pra lá também.
"E ai, Cody." Spencer disse ao se soltar dela.
Balancei a cabeça, meio contraditoriamente e Ísa me olhou.
"Seja educado."
"Oi, Spencer..." Disse sem ânimo algum.
"Fica aqui conosco, Spen."
"Não." Disse de sobressalto. "Digo, ele deve ter mais o que fazer."
"É, na verdade, eu já tenho que dormir, amanhã saio cedo pro trabalho."
"Só um pouquinho." Fez beicinho.
"Não posso, pequena, só vim dar um oi mesmo."
"Me liga qualquer dia, tenho que falar com você."
"Pode deixar."
Ele se despediu e eu subi pra colocar a roupa que tinha trazido pra dormir e quando desci só ela estava na sala, era a hora perfeita, pensei comigo. Fui até o lado do sofá e só então ela me viu.
"Posso sentar?"
"Pode, eu já estava indo dormir."
"Não, eu preciso falar com você." Sentei.
"Sobre o que?" Sentou em cima de uma perna, virando pra mim.
"Sobre tudo, desabafa comigo, fala tudo o que você está sentindo."
"Sobre nós?"
"É."
"O que quer que eu diga?"
"Não sei, me diz o que acha a respeito de tudo."
"Ah, Cody, não sei..."
"Então vou começar... Eu sinto sua falta, mais do que eu queria, me pergunto sempre sobre como paramos aqui e como eu fui idiota com você, mas eu queria que me entendesse porque eu passei dias tentando entender seu lado... É tão complicado e ao mesmo tempo tão racional, só que nenhum de nós cede e isso acontece, uma guerra onde os dois saem machucados. Se me desse mais uma chance, eu tentaria ser o melhor, mesmo não sendo, mas ficar sem você é impossível." Parei pra tomar fôlego. "E eu acabei dizendo tudo o que eu sinto, isso não é normal." Ri pelo nariz. "Eu te imploro pra que seja minha de novo."
"Não posso, Cody, no fundo eu quero, mas outra parte não quer, eu não aguento mais chorar de noite e querer te matar no dia seguinte, é tão complicado... Uma hora estamos bem e na outra tudo muda..."
 “Ísa, eu estou disposto a tentar fazer dar certo, mesmo se for de um jeito torto.”
“Não sei, já me disse isso antes. Parece que sempre tem algo pra nos atrapalhar.”
“Ísa...” Me ajoelhei na frente dela, de modo com que pudesse olhar em seus olhos. “Está disposta a me dar uma última chance?”
“Não sei, já disse.” Balançou a cabeça com ela baixa.
Voltei a sentar do lado dela e ficamos sem dizer sequer uma palavra por longos minutos, minutos que pareciam horas... Ela ia se levantar quando peguei em seu braço. Nos olhamos fixamente, ela sentou novamente. Senti uma mistura de sensações diversas, levei meus polegares pras suas bochechas e as acariciei. 
“Garota nenhuma vai ser como você é, nenhuma vai significar tanto quanto você significa.” Fiz uma pausa de rápidos segundos. “Não dá pra ficar sem você.”
Nossos rostos foram se aproximando cada vez um pouco mais e um beijo teve início, minha mãe foi pra sua nuca e a outra deslizou por sua cintura. Não demorou muito pra que ela se afastasse.
“Melhor não.” Levantou.
“Me dá uma chance, por favor.”
“Eu vou pensar por essa noite.” Foi em direção ás escadas.
“Eu amo você.”
Ela ia subir mas parou e passou uma das mãos pela testa, se virando pra mim em seguida. “Eu também amo você.”
Permaneci parado no meio da sala enquanto ela subia, levei a ponta dos dedos pros lábios sem perceber e depois ri comigo mesmo. Acabei por lembrar de que teríamos que dormir no mesmo quarto, já que o da Nina não era uma opção e o de hóspedes estava sendo preparado pra bebê. Peguei um pouco de água na cozinha e subi assim que acabei de beber. Ísa já estava com os olhos fechados, mas dormindo com certeza não estava, de qualquer jeito, deitei fazendo o mínimo barulho possível.
“Boa noite.” Ela disse virada pro lado oposto de mim.
“Boa noite, pequena.”
O silêncio voltou a reinar entre nós. Por estarmos numa cama de verdade, dormi rapidamente, mais rápido do que eu esperava.
~ POV Heloísa Dobrev ~
Despedida novamente na manhã seguinte, foi difícil, quer dizer, despedidas sempre são difíceis mas dessa vez foi menos doloroso, como se eu soubesse que logo estaria em casa, mas sabia que isso não aconteceria. Acabei por nem conseguir pensar na proposta do Cody, mas meu coração fútil e inocente já parecia ter uma resposta pra isso... Talvez a decisão final tenha vindo quando ele me abraçou forte durante o caminho todo. Pude perceber o quanto sentia falta daqueles braços envoltos á mim, sentia falta dele.
“Temos que estar no ônibus agora?” Me distanciei dele.
Ele olhou pro relógio. “Temos duas horas livres ainda, porquê?”
“Podemos ir pra um lugar?”
“Claro, pra onde quer ir?”
Olhei em volta pra me localizar e o puxei pela mão até dois quarteirões dali, saímos nos fundos de uma loja abandonada há séculos, era apenas um corredor com uma porta de aço e uma grade que separava da propriedade ao lado.
“Aqui?”
“Sim, é tranquilo. Fo o primeiro lugar daqui eu conheci.”
“Sério?”
“Era meu primeiro dia aqui e eu me perdi quando sai de casa, sentia sua falta e pensava que nunca te veria de novo. Sentei bem naquele canto.” Apontei. “E fiquei até o cair da noite.”
Fui até a parede daquele canto e me abaixei, o que tinha escrito com um pedaço de pedra ainda estava ali. “Cody+Ísa, sinto sua falta”, poucas palavras, e simples, mas descreveram tudo o que eu sentia naquele dia e queria dizer. Cody se junto a mim e abriu um pequeno sorriso de canto. Pegou uma pedrinha no chão e, em letras grande, escrever “Eu te amo –Cody”  acima do que eu tinha escrito há anos atrás. Não tinha mais dúvidas, o abracei forte e ele entendeu o que o abraço significava. Um beijo sair, seguido de muitos outros. Pouco antes de dar 12h, seguimos pro ônibus, que estava silencioso até demais, poucas pessoas da equipe estavam nele.
“Cadê todo mundo, Andrew?”
“Matt dispensou, o show da noite de amanhã foi cancelado por a cidade estar meio fechada pelas chuvas, sairemos daqui pelas 16h.”
“E como iremos pra essa tal cidade?”
“O motorista vai pegar um outro caminho,mais demorado, mas estaremos na cidade seguinte em tempo.”
“Então vou dar uma descansada.” Me puxou pela mão. “Quer ficar no ônibus mesmo?”
“Pode ser.” Dei ombros.
Subimos pra cama dele e ficamos apenas abraçados, nada mais do que isso, apenas um selinho vez ou outra. Seus braços entrelaçado em minha cintura me faziam não querer levantar dali nunca.
“Dessa vez não temos de esconder nada, não é?”
“Não, sempre descobrem logo.” Ri.
“Só mais 10 shows pra estarmos em terra firme, eu poder te levar pra praia.” Riu.
“Não vejo a hora.” Pausei. “Saudades de todo mundo.”
“Eu também, meus pais, o Tommy.”
“Cadê o cantor desse...” Jake entrou gritando seguido pelo pessoal e parou de frente pra cama. “... ônibus...” Diminuiu totalmente o tom de voz.
“Hm, eles parecem bem juntinhos.”
“Nós voltamos.” Cody disse.
“Voltaram?” Todos perguntaram em coro.
“Voltamos, quem sabe dessa vez dê certo.”
“Vai dar.” Beijou minha cabeça.
“Sabia que voltariam antes da tour acabar.”
“Virou adivinha.”
“Não, só conheço vocês o suficiente pra saber que não aguentariam ficar sem o outro por muito tempo.” Colocou as mãos por cima das do Josh, que estavam em sua cintura.
“Ok, ok, vamos pra lá, os dois tem que aproveitar a volta.” Pausou. “Na verdade, eles já devem ter feito isso na noite passada.” Justin disse num tom malicioso.
“Cala a boca, Stirling.”
“Agradeceria se deixassem mesmo.” Cody riu.
“Nossa, expulsos, legal.”
Eles foram pra suas camas rindo. Virei pro Cody e ficamos nos olhando por segundos, depois rimos. O ônibus saiu no horário previsto e só paramos pra jantar, pela manhã, estávamos presos no trânsito da cidade em que seria o show da noite seguinte, então teríamos que esperar o fluxo dos carros até chegarmos no estacionamento, não tínhamos tanta pressa quanto a isso.
“Que trânsito, credo.” Disse enquanto olhava pela abertura chamada de janela daquele ônibus.
“Podíamos ter um jatinho.”
“Sonha, Cody.” Matt riu.
“Não custa nada. Se tivéssemos, não precisaríamos pegar esse trânsito todo.” Riu.
“Vem pra realidade, Simpson.”
“Poxa...” Fez beicinho.
“Para de ser bobo.” Bati no ombro dele.
“Vem cá.” Me puxou pela cintura, beijando meu rosto em seguida. “Minha Ísa.”
“Aw, meu Cody.”
“Eu amo você.” Apoiou a cabeça no meu ombro.
“Eu amo você.”
“Parem com a melação, obrigado.” Fez uma careta.
“Ah, Matt, acabamos de voltar.”
“É, deixa a gente, senhor Matthew.”
“Casal contra mim, ok.” Riu.
Fomos conseguir chegar no estacionamento quase duas horas depois. Alguns saíram pra andar um pouco e o restante ficou no ônibus. O dia se passou num piscar de olhos, logo estávamos tomando café novamente.
“E ai, gente.” Me espreguicei indo em direção a um dos sofás.
“Bom dia!” Eles disseram.
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Oi meninas, desculpem novamente a demora, mas tá bem corrido mesmo... Cheia de trabalhos pra fazer, provas começando, etc. Mas vou tentar postar assim que der, não me abandonem, por favor, continuo com mais de 10 comentários, espero que vocês estejam gostando (: qualquer coisa @Myangelsimpson4, xx <3