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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Capítulo 39 - Em meio ao jogo, as declarações.

Conversamos mais um pouco com eles, combinando hora e tudo mais. Minha mãe deu o toque uma meia hora depois, nos despedimos e voltamos pro carro, pegamos minha mãe em frente ao prédio do meu pai.
“Como foi, mãe?”
“O mesmo de sempre, ele perguntou de você.”
“Isso sim é uma novidade...”
“Acabei contando pra ele o que aconteceu.”
“E ele?”
“Brigou, como sempre.”
“Nem sei porque eu pergunto.” Dei um leve riso.
Quando chegamos, minha mãe disse que queria falar comigo e subimos pro meu quarto.
“Mãe, antes de tudo, a noite eu e o pessoal vamos pro apartamento da Nick, ok?”
“Ok.”
“Pode falar o que queria.”
“Então, eu e seu pai já estamos separados há alguns meses e...”
“Conheceu alguém e estão juntos?” Interrompi.
“Não exatamente, já nos conhecíamos há algum tempo...”
“E você está feliz com ele, mãe?”
“Ainda não estamos tão juntos assim, mas eu me sinto bem.”
“Então eu apoio.” Sorri.
“Mesmo?”
“Mesmo, mas quero conhecer.”
“Ele também quer conhecer você e sua irmã.”
“Na próxima turnê eu passo lá ou vocês vem pra cá antes disso, iniciaremos a turnê em 2 meses, mais ou menos.”

“Não sei se nesse tempo vai dar, mas nós vemos.” Riu.

“HELÔ?” Ouvi Tom gritar do outro quarto.
“JÁ VOU, TOMMY.”
“Vai lá, querida, era só isso.”
Beijei o rosto dela e fui pro quarto do Tom, que estava jogando com o Cody e o tio Brad.
“O que foi, Tommy?”
“Joga com a gente, o Cody queria te chamar, mas ficou com vergonha da sogra dele.”
Ri. “Acho que só vou ver, não quero jogar.” Fiz uma careta.
“Vai ficar com vontade de jogar quando eu ganhar dos dois.”
“Vai ganhar? Vai nessa, pai.”
Quando eles começaram, Alli se juntou a mim na “platéia”. A cada vez que um ganhava, eles pediam revanche, acabamos atrasando o almoço por isso, já que nossas mães também vieram ver. A solução foi irmos até um fast-food almoçarmos, já que elas não estavam com pique de fazer o almoço às 15h da tarde. Logo que chegamos, já separamos as roupas e fomos pro banho, já que tínhamos marcado de estarmos no apartamento entre 17h30 e18h. Um banho rápido, secador no cabelo, lápis marcando os olhos, um short cintura alta, uma regata básica preta por dentro dele e um Vans também preto.
Desci e sentei no sofá, na espera do Cody, que tinha entrado no banho depois de mim e a Alli, que provavelmente demoraria, como sempre.
“Onde é essa reuniãozinha?”
“Na casa da Nick, tio.”
“Vocês voltam pra dormir aqui?”
“Sim, só vamos nos distrair um pouco e voltamos.”
“Cody vai dirigindo?” Tia Angie perguntou em um tom de preocupação.
“Provavelmente, por quê?”
“Não deixa ele beber, querida.”
“Ok, tia.”
Cody desceu com uma camisa branca com os dois botões de cima abertos, uma calça jeans e sapatos pretos, seu perfume invadiu a sala logo que apareceu no topo da escada. Ele sentou ao meu lado, com um dos braços ao redor da minha cintura.
“Está linda.”
Neguei com a cabeça. “Você que está lindo.” Pausei. “E bem cheiroso.”
“Realmente.” Nossas mães concordaram rindo.
Ele riu com as bochechas começando a corar. “E a Alli? Vamos nos atrasar.”
“Ainda está lá em cima se arrumando.”
“ALLI, VAMOS LOGO OU VAI FICAR EM CASA, TE DOU DEZ MINUTOS.”
Ouvimos a porta se abrir e logo ela desceu, com um short preto, uma blusa branca com uma bandeira dos Estados Unidos e um All Star branco.
“Vamos?” Cody levantou.
Levantei e nos despedimos dos nossos pais e do Tommy.
“Juízo por aí e se cuidem.”
“Principalmente você, Cody.”
“Sempre Cody, tudo Cody... Ok, pai, ok.”
“Se não fosse dirigir não teria problema, mas se vai, tem que ter juízo. Sabe o que aconteceu da outra vez.”
“O que aconteceu da outra vez?” Perguntei.
“Nada, amor...”
“Com 16 anos, ele bateu em um poste depois de beber, nada grave, mas...”
“Alli...” Passou as mãos pelo rosto e suspirou. “Vamos antes que nos atrasemos mais ainda.”
Fomos pra Rang Rover branca, eu no banco do passageiro e Alli atrás. O apartamento ficava há uns 20 minutos de casa, mas pegamos um pouquinho de trânsito, então chegamos em meia hora. Cambo e Manu ainda não tinham chegado, dessa vez não fomos os últimos. Cumprimentamos todos que estavam lá e sentamos com eles na sala.
“Seu irmão liberou?”
“Liberou, foi aproveitar a noite, logo começam os dias de show e não poderemos mais sair desse jeito.”
“Vamos ficar de papinho ou começar a festa?”
“Ainda faltam dois, Jake.”
“Pelo menos a música, morena.”
“Ok, mas não liga alto.”
Jake pareceu não entender e ligou no volume 25, fazendo com que a Nick levantasse e desligasse.
“Vamos ficar sem música por culpa sua. Estamos em um prédio, não se pode ligar alto desse jeito.”
Ele fez uma careta. “Ok, ok... Liga baixo então.”
Nick ligou o rádio um pouco mais baixo e voltou a sentar. Cambo e Manu chegaram alguns minutos depois, sentamos em um círculo e ficamos nos olhando.
“O que vamos fazer?” Josh perguntou.
“Vamos jogar um jogo da verdade?”
“Sem desafio?”
“Sim, vamos inovar um pouco.” Riu.
~ POV Monique Stirling ~
Esvaziamos uma garrafa e eu coloquei no meio do círculo, Jake girou, caiu nele mesmo e no Cambo.
“Deixa eu pensar...” Pausou. “Qual a primeira coisa que você repara em uma garota?”
“O sorriso.”
“Sei...” Os meninos disseram em tom de malícia.
“Não sou como vocês.”
“Meu amor é o mais fofo, morram de inveja.” Manu deu língua pra nós.
“Se achou agora.” Alli riu.
“Alli, o Josh também é bem fofo, não se preocupe.”
“Valeu pela parte que me toca.” Cody fez beicinho.
“Ah, amor, você também é fofo.”
“Vai, parem de melação, casais.” Disse e girei a garrafa.
“Jake, o que você mais gosta na Nick?” Helô perguntou.
“Eu não sou bom com essas coisas, mas deixa eu pensar... Eu gosto do jeito como ela é decidida, de como chegou de surpresa na minha vida. Eu gostei dela desde o momento que ela chegou e pensei ‘essa garota vai ser minha’, ela não é só bonita por fora, mas por dentro também. A Nick faz com que eu me sinta bem e é isso que eu gosto nela.” Abriu um sorriso lindo ao fim.
Não esperava isso dele, não no meio do jogo, fiquei sem fala alguma e todos à nossa volta também. Tentei dizer algo, mas não consegui formular frase alguma, ele riu e me deu um selinho, dizendo pra continuarmos o jogo. Cody girou a garrafa.
Retomei o fôlego pra perguntar. “Helô, canta um pedacinho da música que quando você escuta, te lembra o Cody.”
“Ai meu Deus, não posso só falar a música?”
“Não.”
Ela respirou fundo e fechou os olhos. Touching him was like realizing all you ever wanted was right there in front of you. Memorizing him was as easy as knowing all the words to your old favorite songs. Fighting with him was like tryin’a solve a crossword and realizing there’s no right answer. Regretting him was like wishing you’d never find out that love could be that strong. Losing him was blue, like I’ve never known, missing him was dark grey, all alone, forgetting him was like trying to know somebody you never met, but loving him was red.(Tocá-lo foi como realizar tudo o que você sempre quis ali mesmo na sua frente. Lembrar dele era tão fácil como saber todas as palavras para suas antigas canções favoritas. Lutar com ele era como resolver palavras cruzadas e perceber que não há resposta certa. Lamentar ele era como desejar que você nunca descobrisse que o amor poderia ser tão forte. Perdê-lo era azul, como eu nunca tinha conhecido, a falta dele era cinza escuro, sozinha, esquecer ele era como tentar conhecer alguém que você nunca conheceu, mas amá-lo era vermelho.)
Aplaudimos ela, que ficou extremamente corada. Cody sorriu e disse algo no ouvido dela, os dois se beijaram.
“Chega, era um jogo de perguntas, não um jogo de declarações. Ficar de vela não é nada legal, senhores.”
“Se junta com o Josh, amiga.” Manu disse.
“Vocês adoram fazer isso, não é?”
“Te deixar sem graça? Sempre, irmã.” Cody riu.
“Idiota.” Revirou os olhos.
“Não tem nada pra jantarmos?” Josh saiu do assunto.
“Esfomeado! Vou pedir alguma coisa.” Levantei. “Pode ser esfiha?”
Eles concordaram e eu pedi, voltei a sentar com eles.
“Ai bro, ela já pode cantar com você.” Josh riu.
“Palco?” Helô riu. “Isso não é comigo, prefiro ficar lá em baixo com a minha câmera.”
“Que tal um cover na internet? As fãs vão gostar.” Alli sugeriu.
“Acho que não vão mesmo.”
“Eu gostei da ideia.” Cody disse.
“Vamos pensar, ok?”
“E ai, dona da casa, o que mais vamos fazer?”
“Não sei, podemos ficar no jardim um pouco, de noite fica iluminado lá em baixo.”
“Ou podemos dar uma volta pela praia.”
“Praia de novo, bro?”
“Ok, vamos ficar lá em baixo mesmo.”

As esfihas chegaram, comemos e já descemos. Sentamos na grama, perto de uma das lâmpadas.

“Podemos fazer alguma coisa amanhã também.”
“Amanhã não contem comigo, vou ficar com a minha mãe, de tarde ela pega o voo pra França novamente.”
“Ah é, eu vou ver ela amanhã.”
“Ok, Jake.”
Depois de algum tempo sentados, resolvemos dar uma volta pelo bairro, que era um pouquinho animado de noite. Compramos iogurtes congelados e sentamos nos banquinhos. Já eram mais de meia noite quando todos foram pra suas casas.
~ POV Cody Simpson ~
Paparazzis nos fotografaram do prédio da Nick até em casa, só quando entramos, os flashes pararam.
“Até que em fim.” Minha mãe disse.
“Nem demoramos, dona Angie.” Beijei o rosto dela.
“É verdade, querida, eles já chegaram muito mais tarde do que isso.”
“Ok, eles estão bem, vamos dormir?”
Nossos pais se despediram e subiram. Alli foi pra seu quarto e eu apaguei as luzes enquanto a Ísa subiu pra tomar banho. Comi dois ou três biscoitos na cozinha e subi, ela já estava deitada vendo tv. Entrei pro banho e não demorei quase nada, coloquei um short e deitei ao lado dela.
“Gostou de hoje, amor?”
“Claro, eu gosto de estar com eles.”
“Não disse nada tão bom quando você cantou pra mim, mas saiba que eu adorei, de verdade.”
Ela sorriu, corada.
Even with your hair up, girl, what's up? Even in your sweatpants, girl, what's up? Even when you wake up without any make-up, I'm in love.Cantei baixo no ouvido dela, que se arrepiou.
“Eu amo a sua voz.” Sorriu.
“Eu amo tudo em você.”
“Para, vai me deixar sem graça de novo.”
“Também amo fazer isso.” Ri.
Ela bocejou. “Boa noite, amor.” Me deu um selinho.
“Boa noite.”
Fiquei encarando o teto por um longo tempo, o sono não vinha de jeito nenhum. Ísa já dormia, mexi no twitter um pouco, mas não twittei nada.
“Eu te amo.” Disse baixo antes de fechar os olhos pra tentar dormir.
De manhã, acordei antes de todo mundo, então voltei pra cama e continuei deitado.
“Oi.” Sorri quando ela acordou.
“Oi. Não esperava que estivesse acordado.”
“Já faz um tempo.” Ri. “Vamos ficar por aqui hoje?”
“Eu vou, se quiser sair fique a vontade.” Sentou na cama.
“Não quero sair, quero ficar com você e está frio lá fora.”
“Aqui dentro também está.”
“Ficou com frio?”
Ela assentiu enquanto se embrulhava no lençol. Passei meus braços ao redor dela e a puxei mais pra mim. Ficamos assim por um bom tempo, mas já estávamos ficando com fome e nos trocamos pra descer. Passamos boa parte do dia sentados no chão da sala, Jake, Cambo e Josh foram pra lá também. Passamos um som e, depois do almoço, fomos levar tia Elisa pro aeroporto.
“Tchau, mãe...” Ísa disse com os olhos já marejados.
“Tchau, querida.” Abraçou ela. “Se cuida, viu?”
Ela assentiu. “Você também.”
Meus pais e Alli se despediram dela também e ela me abraçou.
“Cuida da minha filha por mim?”
“Com toda a certeza, tia.”
“Eu te amo, filha.” Beijou a testa da Ísa.
“Também te amo, mãe.”
À medida que ela se afastava, as lágrimas da ísa rolavam com mais intensidade. A abracei e beijei sua testa.
“Eu odeio despedidas.” Fungou.
“Logo vocês vão se ver de novo, amor.”
“De qualquer jeito, estava com saudades dela e agora ela já está indo novamente.” Limpou as lágrimas com a costa da mão. “Só queria minha mãe comigo...”
“É melhor nós irmos, não é?”
“Podem ir, vou levar ela pra beber alguma coisa e depois a gente vai.”
“Tudo bem, filho.”
Fomos pra um café que tinha no aeroporto e eles foram embora, depois de beber um suco, ela se acalmou um pouco.
“Vamos pra praia? Lá pode se acalmar melhor.”
“Vamos.”
Andamos até a praia e nos sentamos na areia, encostados em umas pedras. Estávamos com moletons, já que a brisa estava extremamente gelada. As ondas estavam se quebrando na praia ferozmente, o vento fazia com que as ondas fossem muito altas. Poderia passar o dia inteiro olhando as ondas e não me cansaria. Ísa estava com a cabeça em meu ombro e já tinha se acalmado por completo, poucas pessoas estavam na praia e não tinha quase nenhum quiosque aberto. Um ou dois surfistas tentavam pegar as ondas e eu os observava, ficando com cada vez mais vontade de surfar. Beijei a testa da Ísa e a olhei.
“Está um pouco melhor?”
“Sim, obrigada.” Abriu um leve sorriso.
“Estava certo sobre a praia acalmar, não estava?”
“É, estava. Por isso gosta tanto de praia?”
“Não sei, eu cresci na praia, praticamente, eu gosto do movimento das ondas, da brisa do mar, da areia nos pés... A praia é o meu lugar favorito.”
Ela sorriu. “A praia é sempre um ótimo lugar.”
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Gente, desculpa se eu não posto todos os dias, mas cara não dá, sério... Bem que eu queria, mas tenho algumas coisas pra fazer e às vezes as ideias somem, quem escrever sabe como é... Eu amo entrar aqui e ler os comentários de vocês, me deixam feliz, de verdade (: Espero que vocês estejam gostando da fic, elogios, críticas e sugestões são bem vindos. Ah e leitoras fantasmas, não custa nada deixar um comentário (; Depende de vocês pra eu continuar, continuo com pelo menos 10 comentários. XX


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Capítulo 38 - Desabafo.



~ POV Cody Simpson ~
“Achei que vocês voltariam daqui uma semana.” Disse ao parar o carro e em seguida olhou pras nossas pernas com botas. “O que aconteceu com vocês?” Saiu do carro.
“Depois explico, pai.” Suspirei.
Meu pai nos cumprimentou e não reconheceu a tia Elisa logo de cara, mas depois de um tempo os dois começaram a conversar. Ísa e eu fomos no banco de trás e os dois na frente.
“Angie vai adorar te ver de novo, Elisa.”
“Vai mesmo, ela gosta muito de você, tia.”
“Bom, agora os dois podem me explicar o porquê de terem voltado tão rápido e com os pés machucados? Além de alguns arranhões nos braços.”
“Em casa, não quero ter que me lembrar duas vezes do que aconteceu.”
“Parece sério.”
“E é...” Elisa disse.
O caminho até em casa pareceu demorar uma eternidade, quando paramos em frente, minha mãe olhou pela janela e abriu um sorriso, Tom abriu a porta.
“Eu levo.” Peguei a mala da mão da Ísa.
“Eu posso levar.”
“Não pode e sabe disso.”
Meu pai me ajudou com as malas, enquanto Ísa cumprimentava minha mãe e Tom, os cumprimentei também.
“Elisa?!” Minha mãe levou as mãos à boca.
As duas se abraçaram forte e foram pro sofá colocar o papo em dia. Fui pra cozinha com a Ísa, que estava com fome, e Tom nos seguiu.
“Onde vocês se machucaram?”
“Nós caímos em um buraco, depois explico melhor.”
“Cadê a Alli, Tommy?” Ela perguntou enquanto pegava o pacote de pães no armário.
“Saiu com o pessoal, foram jantar e depois, provavelmente, foram pra praia.”
Depois de comermos, o portão lá de baixo abriu, poucos minutos depois, Alli entrou.
“Vai até a cozinha ver quem está aí.” Ouvimos minha mãe dizer da sala.
“Espera! Essa não é a tia Elisa?”
Elas disseram coisas que não davam pra ser entendidas da cozinha e depois ela veio pra cozinha. Nos abraçando logo que entrou.
“Achei que não voltariam em menos de duas semanas.”
“Acho que agora podemos falar os motivos por termos voltado.” Abracei a Ísa por trás.
“Que suspense!”
Ísa e Alli foram pra sala abraçadas. Sentamos todos e eles olharam pra mim e pra Ísa.
“Digam o que aconteceu.” Minha mãe pediu.
“Como pedem ver, estamos um pouquinho machucados. As gravações foram em uma floresta, eu fiquei com tédio e resolvi andar e ela foi comigo, acabamos em um buraco...” Entrelacei minha mão na da Ísa. “E nisso, a Ísa caiu depois de eu pedir pra ela subir e tentar sair. Nesse tombo... ela teve um aborto espontâneo.”
Eles se olharam meio assustados e não disseram nada de imediato.
“Vo-você estava grávida?” Alli perguntou.
“Estava... Mas não sabia de nada.”
Meu pai passou as mãos pelo rosto e ficou com os lábios cerrados. Minha mãe nos olhou com os olhos marejados.
“Eu não sei o que dizer.”
“Não precisa dizer nada, tia.” Suspirou. “Minha mãe pode ficar no meu quarto? Eu fico com o Cody.”
“Como quiser, querida.”
Ísa subiu e Alli foi com ela, Tommy não tinha dito nada e foi pro sue quarto também, tia Elisa foi conhecer o quarto com minha mãe.
“Está vendo o porque de eu sempre ter dito pra usar proteção?”
“Mas a gente usa quase sempre.”
“E esse ‘quase sempre’ teve um impacto enorme na vida de vocês.”
“Desculpa...”
“Não tem que me pedir desculpas, só tome cuidado pra que não se repita, pelo menos não tão cedo.” Assenti e ele me abraçou. “Sabe que não gosto de ser chato, mas às vezes é necessário. Sinto muito pelo que aconteceu.”
“Foi muito ruim ter que dar a notícia pra ela, pai.” Suspirei.
“Eu imagino... Agora, mais do que nunca, tem que estar com ela. Não só estar por estar, mas ela tem que saber que pode contar com você pra tudo o que ela precisar.”
“E se eu falhar?”
“Se falhar, concerte o mais rápido que puder, tenta não pisar na bola, filho.”
~ POV Heloísa Dobrev ~
Tomei um banho rápido e coloquei meu pijama, Alli estava me esperando sentada na cama.
“Como você está, amiga?”
“Não sei, é uma sensação estranha.” Sentei ao lado dela.
“Sinto muito.” Me abraçou.
“Não vamos falar sobre isso, por favor.”
“Ok.”
“Trouxemos algumas coisas pra vocês.” Disse indo pegar as malas,

Mostrei pra ela o que tínhamos comprado e ela se animou com as roupas que eram pra ela.
“E você e o Josh?”
Ela deu ombros. “Não sei.”
“Como não sabe?”

“Não sei, estamos na mesma situação de antes.”
“Ainda acha que vai estragar a amizade de vocês?”
“Acho que tenho uma ponta de certeza de que vai estragar.”
Cody bateu na porta e entrou. Conversamos mais um pouco e ele foi tomar banho.
“Alli, amanhã vocês conversam mais, a Ísa tem que descansar, a viagem foi cansativa.” Disse ao sair do banheiro.
“Ok, boa noite.” Beijou meu rosto e o do Cody e saiu.
Cody passou a toalha no cabelo pela última vez antes de voltá-la pro banheiro e deitou ao meu lado.
“Está melhor em casa?”
“Um pouco, mas não consigo ficar bem.”
“Vamos conseguir, amor.” Beijou meu rosto. “Com o tempo tudo se ajeita.”
“Espero que sim.” Dei um sorriso fraco.
“Vou cuidar de você, eu prometo.”
“Não me promete nada, por favor...” Balancei a cabeça.

“E porque não?”
“Você tem sua vida, Cody, não quero atrapalhar.”
“Não vai atrapalhar, posso muito bem conciliar tudo.”
Logo dormimos. No dia seguinte, acho que Alli deve ter dito que tínhamos chegado, pois acordamos com a maior barulheira na sala.
“Será que devemos levantar?”
“Acho que eu vou descer, pode ficar dormindo mais um pouco.” Me deu um selinho e foi pro closet.
Virei pro outro lado e acabei dormindo. Quando acordei novamente, me troquei e desci. Todos estavam sentados com as cabeças baixas, presumi que o Cody tivesse falado pra eles, que me olharam, mas não disseram nada. Cody me abraçou por trás, depositando um beijo em meu ombro.
“Vem tomar café.”
Cumprimentei o pessoal e fui pra cozinha com Cody.
“Você contou pra eles?” Perguntei enquanto fazia meu lanche.
“Contei e eles ficaram assim.”
“Cadê nossos pais?”

“Minha mãe e a sua foram fazer compras, meu pai foi falar com o Matt.”
“Fica lá com eles, amor.” Disse olhando pra sala.
Ele suspirou. “Ok.”
Tomei meu café e fui pra sala, as meninas me abraçaram e depois os meninos. Não aguentei lembrar de tudo novamente e meu olhos, que estavam marejados há pouco, se tornaram um mar de lágrimas e eu subi correndo. Me joguei na cama, queria encontrar qualquer coisa que tirasse minha dor, mesmo que provisoriamente. Lembrei do que o Cody deixava escondido no armário do closet, tinha encontrado há alguns meses, não me lembro o que estava procurando. Limpei as lágrimas e fui até lá, me livrei de todas as roupas que tapavam o armário, peguei um copo lá dentro e a garrafa de Whisky, enchi o copo e o virei de uma só vez. Senti o líquido quente queimar minha garganta. Coloquei mais um pouco e guardei as coisas, depois de ter lavado o copo no banheiro, deixando tudo como estava anteriormente. Ouvi a porta do quarto se abrir e Cody me chamar. Voltei pro quarto limpando as lágrimas com a costa da mão.

“Você está bem?”
Neguei com a cabeça.

“O que fazia no closet?” Fechou a porta atrás de si e veio pra mais perto. “Não me diz que...”
O interrompi. “Não...”
“Não mesmo?”
“Não.” Repeti.
“Então não se importaria de me beijar?”
Olhei pros dois lados do quarto. Ele passou as mãos pelo rosto e me encarou.
“Porque bebeu?”
“Tive meus motivos, Cody.”
“Eu tenho os mesmos motivos que você e não estou enfiado num bar.”
Sentei na cama com a cabeça afogada nas mãos e ele sentou ao meu lado.
“Desculpa, você sabe o que está sentindo, só não gosto que faça isso.”
“Nessa criança estavam depositados todos os meus sonhos, ou quase todos.”
“Do que está falando?” Me olhou confuso.
“Você não conhece tudo sobre mim.”
“O que eu desconheço de você?”
“Minha infância dentro de casa nunca foi perfeita e eu sempre me prometi que se ficasse grávida não deixaria que nada de mal acontecesse com a criança, daria o melhor de mim por um filho.”
“Como sua infância não foi boa? Você estava sempre sorridente.”
Me virei pra ele, sentando com as pernas dobradas. “Ficava feliz quando estava com meus amigos, passei a infância na sua casa porque meus pais trabalhavam demais e, quando estavam em casa, meu pai não me queria lá. Eu não fui planejada, se fosse pra terem outro filho, eles queriam um menino... Minha mãe se conformou com a minha chegada, mas uma vez ouvi meu pai dizer que o chá que deu pra ela devia ter feito efeito e, só anos mais tarde, descobri o que significava.” Funguei pra não chorar novamente. “Quando fomos pra França, fiquei 8 horas por dia no colégio durante dois anos pra não atrapalhar minha irmã... Meu pai não gosta de mim e eu sei disso muito bem.”
“Porque nunca me disse?”
“Não achei necessidade disso.”
Ele me abraçou forte.
“Eu não sei o que te dizer, realmente não sei.”
“Não precisa dizer nada, você não sabe como  é isso.”

Alli bateu na porta e colocou a cabeça pra dentro. “Posso?”
“Entra.”
“Desculpem atrapalhar, mas o Matt quer falar com você, Cody.”
“Tem que ser agora?”

“Vai, Cody, não se preocupe comigo.”
“Eu cuido dela.” Alli veio pra cama.
“Tudo bem... Volto logo.” Me deu um selinho e saiu do quarto.
“O pessoal já foi?”
“Já, eles acharam que iam te deixar pior se ficassem.”
“Não estou sendo boa companhia pra ninguém.”
“Pra mim você é.” Deu ombros.
“Não, Alli, está a menos de duas semanas do seu aniversário, deveria estar comemorando e não me consolando.”
“Pra isso servem as amigas e, vamos combinar que você é quase minha irmã.” Pausou. “E eu amo você.”
“Eu também amo você.” A abracei forte e beijei seu rosto. “Obrigada por tudo.”
“Para ou vou chorar também.”
Abri um meio sorriso.
“É como a dona Angie sempre diz, aconteceu porque tinha que acontecer, uma força maior que a nossa quis assim, não encara como uma derrota e sim como uma lição, você é forte.”
“De certa forma, a culpa foi minha.”
“Não foi culpa sua e nem de ninguém, tira isso da cabeça. Não gosto de te ver assim.”
“Uma hora a dor se ameniza.”
“Eu também fiquei super triste seria um novo membro da família, mas agora ele ou ela virou uma estrelinha que vai olhar por todos nós.”
“Obrigada, Alli.”
Ela sorriu e colocou uma mecha de cabelo pra trás da orelha, pensando em algo em seguida. “Que tal se descermos pra comer um pouco do mousse que minha mãe fez? Ela ainda não deixou ninguém comer.”
“Então deve estar bom.”

“Missão geladeira?”
“Missão geladeira, parceira.” Batemos as mãos.
Descemos correndo rumo à cozinha, senti uma forte tontura por causa do Whisky. Alli pegou algumas colheradas do mousse em dois potinhos. Quando íamos comer, Tom entrou na cozinha.
“Também quero.”
“Não.” Comeu uma colherada.
“Então a mamãe vai saber disso, ela acabou de estacionar.”
Achamos que ele estava brincando e continuamos comendo. Minutos depois, ouvimos o destrancar e corremos pro quarto da Alli, nos trancamos lá.
“Parecemos duas crianças.” Ri.
“Perdi a conta de quantas vezes fizemos isso antes.”
Acabamos de comer e tia Angie bateu na porta. “As ladras de mousse poderiam abrir a porta?”
“Que bonito, heim?” Minha mãe disse rindo quando abrimos.
“É, somos lindas, tia.” Alli jogou o cabelo.
“E convencidas.” Completei rindo.
“Cadê o Cody e o Brad, meninas?”
“Na casa do Matt.”
“Então querem ajudar a preparar o almoço?”
Topamos e descemos com elas, faríamos duas lasanhas, uma sem queijo e uma com. Eu e Alli montamos uma e nossas mães a outra, deixamos no forno pra fazermos quando os dois voltassem.
“Vai ficar aqui até quando, mãe?” Sentei na bancada.
“Vou no fim de semana, antes tenho que resolver umas coisas com seu pai, pode me levar até lá amanhã?”
“Posso, mas não vou ficar, se não se importar.”
“Como quiser, só me leva até lá.”
“Ok, te espero em algum lugar perto de lá.”
Cody e tio Brad entraram alguns minutos depois, tia Angie ligou o forno enquanto eles vinham pra cozinha.
“O que temos pro almoço?” Deu um selinho na tia Angie.
“Lasanha com queijo e sem queijo.” Alli respondeu.
“Cody sempre dando trabalho...” Negou com a cabeça enquanto ria.
“Magoou.” Sentou ao meu lado.
“O que o Matt queria?”
“Falar sobre a próxima turnê, agendamento de entrevistas, sessões de autógrafos... Isso, mãe.”
“Tem algo pra agora?”
“Só segunda da semana que vem, tem um show beneficente.”
“Eu posso fotografar?”
“Claro.”
“Eu quero ir.” Alli disse.
“Eu também.”
“Podem ir.” Cody riu.
Almoçamos conversando bastante e depois fomos pra área da piscina. O dia passou voando, quando vimos já era hora de dormir. Depois do café do outro dia, Cody levou eu e minha mãe até o apartamento do meu pai, combinamos de quando ela fosse ir, ela desse um toque no meu celular. Enquanto isso, fomos pra praia, comprei uma raspadinha Italiana e ficamos andando pela beira da água. Avistamos Jake e Nick sentados na areia e fomos até lá. Cumprimentamos os dois.
“Podemos sentar?”
“Claro.” Disseram juntos.
“E ont...” Nick parou de falar quando Cody a olhou com um pedido pra que não continuasse. “Então, como vocês estão?”
“Bem e vocês?”
“Também, vieram aproveitar o dia na praia?”
“Não exatamente, viemos trazer a mãe da Ísa no apartamento do pai dela e estamos esperando pra buscá-la.”
“A tia Elisa está em L.A.?”
Ísa assentiu. “Ela veio com a gente, mas quando foram lá, ela e tia Angie tinham saído.”
“Ela fica até quando?”
“Até o fim de semana, mais dois dias.”
“Passo lá mais tarde.”
“Podíamos fazer alguma coisa lá no meu apartamento hoje, que tal?”

“Seria uma boa.” Concordei. “A gente combina com o pessoal a hora e tudo mais.”
“Falem com a Alli, eu falo com os meninos, pode ser?” Jake sugeriu.
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Hi girls, demorei mas postei hahahaha (: Digam o que estão achando POR FAVOR, COMENTEM E EU CONTINUO COM PELO MENOS 10 COMENTÁRIOS NO BLOG, XX

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Capítulo 37 - "Tenho algo pra confessar."



A tarde demos uma volta pelo hotel enquanto o elenco repassava o roteiro. Apenas no dia seguinte fomos conhecer a tal floresta onde seriam as gravações. Vimos a mesma cena umas três vezes e o tédio já nos consumia, mas não podíamos voltar pro hotel, já que o caminho era confuso e todas as ruas eram praticamente iguais. Quando estavam começando a montar os equipamentos de filmagem, Cody foi na direção de uma trilha que tinha ali.
“Aonde você vai?” Perguntei indo até ele.
“Andar por aí.” Deu ombros.
"Cody, não vai andar por aqui, você não está bem." O repreendi segurando-o pelo braço.
"Não seja chata, eu estou bem e sei me cuidar." Ele se soltou e me deu um selinho antes de continuar seu caminho.
COLOQUE A MÚSICA PRA TOCAR ANTES DE CONTINUAR LENDO! (clique aqui)
~ POV Cody Simpson ~
Fui andando por um caminho que achei, escutei ao longe Ísa me pedir pra esperar. Parei e logo ela chegou. 
"Tem certeza de que vai comigo?"
"Tenho, não vou te deixar sozinho."
Fomos andando, quer dizer, eu mais a ajudava do que andava. Senti o chão começar a ficar fofo, devia ter chovido há pouco tempo. Continuamos andando, quando pisamos em cima de algumas folhas grandes que estavam amontoadas, perdemos o chão e caímos em algum lugar. Senti minha perna bater muito forte no solo, Ísa estava ao meu lado gemendo de dor. Sentamos no solo, olhei pra cima, era muito alto pra subirmos.
"Cody, vamos morrer aqui." Ela colocou a cabeça entre as mãos. 
 (Você nunca vai estar sozinha de agora em diante, mesmo que você pense em desistir não vou deixá-la cair. Você nunca vai estar sozinha. Vou te abraçar até a dor passar)
A abracei de lado e beijei sua testa. "Vão nos tirar daqui. Fica calma."
"É tudo culpa sua." Ela disse com uma voz chorosa.
"Me desculpa, é tudo culpa minha mesmo..." 
Ficamos em silêncio, senti meu corpo formigar, minha garganta se fechou... Estava suando frio, calafrios corriam meu corpo todo, sentia um mal estar terrível, mas não disse nada pra ela, que estava com a cabeça baixa, provavelmente chorando. Ela me abraçou, mas em seguida se soltou.
(Pois sempre acreditei que não há nada que eu precise a não ser você.)
"Cody, está suando... Você ta bem?"
"Estou, Ísa... Tudo... bem..." Senti minha voz fraquejar e limpei a garganta.
"Está bem mesmo?" Ela limpou as lágrimas. 
Assenti, pois não consegui dizer nada. Não sabia ao certo se estava com frio ou calor. Quando resolvi sair, devia ter ouvido ela... Eu não estava recuperado, como cuidaria dela se eu não iria conseguir nem cuidar de mim nesse buraco? 
~ POV Heloísa Dobrev ~
Cody apagou e eu me desesperei. Comecei a gritar por socorro, mas não sabia se tinha alguém por perto. Ele acordou muito tempo depois, o abracei com toda minha força. 
"Minha Ísa..." Ele sussurrou no meu ouvido, sua voz estava frágil.
"Vai ficar tudo bem."
Ele ia tirar a blusa que estava usando, mas o impedi. "Me deixa te dar a blusa."
"Não, fica com ela, você está doente."
"E você vai ficar se não usá-la."
O deitei em meu colo. "Tudo vai ficar bem, vamos sair logo daqui"
"Um de nós tem que ir buscar ajuda, vai você, Ísa. Eu aguento mais um pouco aqui em baixo."

"Não vou te deixar sozinho, está ardendo em febre."
"Só tenta."
Ele muito insistiu e eu acabei subindo em seu ombro, com dificuldade, já que ele reclamava de dor na perna. Me segurei e comecei a escalar, quando faltavam duas pedras, eu caí. Ao chegar ao chão, minha perna doía muito e minha visão estava se fechando. Senti fortes dores na barriga.
(Cada dia, pode ser nosso único. E se o amanhã nunca chegar? Amanhã nunca vai chegar?)

"Dói muito, Cody."

"Onde?"
"Minha barriga."
Ele me abraçou de lado e passou a massagear minha barriga. Parecia que morreríamos aqui, dentro desse maldito buraco. 
(Estou começando a me arrepender de não ter dito tudo para você.)

"Tenho algo pra confessar." Ele disse.

"Confessar? O que?"
Ele não disse de imediato... Passou as mãos pelo rosto pra se livrar do suor que corria por ele todo. "Já está na hora de você saber, eu tentei contar, mas você sempre me interrompia... Eu me lembro de você, lembro do que éramos, do colar... Sou apaixonado por você a minha vida toda."
Meus olhos se encheram de lágrimas, passei tanto tempo acreditando que ele não se lembrava de mim...
"Porque não me disse, Cody? Porque?"
"Você se irritaria por eu não ter dito antes..."
"Estou mais irritada agora." Uma lágrima escorreu. "Ai!" 
Senti uma forte pontada na barriga, me senti estranha, fraca... Cody me abraçou forte e beijou minha testa. Ele repetia constantemente que íamos ficar bem. Minhas dores só aumentavam, estava quase adormecendo em seus braços quando senti algo quente correr por minhas pernas. Cody ficou sem reação alguma e eu também. Porque eu estava sangrando? Comecei a me desesperar. E se eu morresse ali? Ouvimos ao longe alguém falando e passamos a gritar por socorro. 
(Eu estarei lá de qualquer forma. Não vou desperdiçar mais nenhum dia.)

"Vai ver, vão nos tirar daqui."

"Eu to com muito medo, Cody. Estou me sentindo fraca e tem todo esse sangue..."
"Fica calma." Entrelaçou os dedos nos meus.
Voltamos a gritar e desta vez obtivemos resposta. 
"Aonde vocês estão?"
"Caímos em um buraco, nos ajude, por favor!"
Dois caras da equipe apareceram no topo, um deles foi chamar a equipe de bombeiros que estava preparada lá e o outro ficou conosco. A equipe chegou e me tirou primeiro, após entrar na ambulância, não me lembro de nada.
~ POV Cody Simpson ~
Não via a Ísa desde que saímos do buraco. No hospital, imobilizaram minha perna com uma bota, não vi necessidade, mas eles viram... Me medicaram pra febre e eu pedi pra vê-la, mas pediram pra eu ficar na sala de espera. Nina estava sentada com Ian no canto da sala.
"Sabem algo da Ísa?" Sentei numa das cadeiras com um pouco de dificuldade pela bota.
"Não..."
"Você está bem?"
"Sim, estou. Eu preciso saber dela."
"Logo alguém vem dar a situação dela."
"Como ela estava?" Nina perguntou.
"Mal, com dores e depois teve um sangramento, eu não sei o que aconteceu."
Os dois se entreolharam, tinham olhares confusos e desconfiados. Isso me deixou ainda mais preocupado. Fui procurar o caminho pro banheiro e, na volta, encontrei uma enfermeira. Insisti muito e ela me levou até o médico que estava atendendo a Ísa. 
"Não pode ficar aqui." Ele disse pela metade aberta da porta. 
Tinham mais duas enfermeiras lá e, pelo que vi, Ísa estava apagada. 
"Preciso saber dela, doutor, por favor..."
"Eu já levarei as informações."
"Por favor, preciso vê-la."
"Ela está no soro, estou acabando os exames, logo falo com vocês. Vá pra sala de espera, garoto, não dificulte meu trabalho..."
"Tudo bem, eu só queria saber dela."
Vencido, fui pra sala de espera, Nina e Ian foram pra lanchonete, eu também devia ir, mas precisava das informações. Em 15 minutos ele veio, o abordei antes mesmo de chamar. Nina e Ian estavam vindo e apressaram o passo.
"Vocês são os parentes da Heloísa?"
"Sou a irmã." Nina disse.
"Eu sou namorado."
"Nós só conseguimos salvar ela."
"Só ela? Não entendi."
"Ela teve um aborto espontâneo, não pudemos fazer nada... Sinto muito."
Passei minhas mãos pelo rosto, meu chão havia se aberto, mesmo sem saber da existência dessa gravidez, me chocou e me senti culpado. Não consegui acreditar e pedi pra que repetisse, as palavras ecoaram por minha mente, fazendo com que duas lágrimas teimosas rolassem. Logo as sequei, mas no fundo, queria chorar... Queria abraçá-la e apoiar no que precisasse, mas Nina e Ian foram vê-la antes. Quando voltaram, disseram que eu poderia ir, mas que ela estava dormindo. Entrei no quarto com um vazio apertando no peito, sentei na poltrona ao lado da cama e deslizei meus dedos por seu rosto.
"Eu sinto muito, minha pequena... Sinto muito." Funguei pra segurar as lágrimas. "A culpa foi minha, não devia ter te deixado ir comigo, nem ter te feito subir pra tentar sair, me desculpe..."
Fiquei com minha mão entrelaçada à dela até ela acordar, ela ajeitou a perna, que também estava imobilizada, e estampou um sorriso frágil no rosto ao me ver, supus que ela ainda não soubesse de nada. Me coloquei no dilema de contar ou não quando ela me perguntou o porquê da cara de choro. 
"Estava preocupado com você." Disse tentando esconder tudo atrás de um sorriso.
"Eu te conheço e esse sorriso não me engana." Tocou meu rosto com uma das mãos.
Imaginei aquele rosto angelical se debulhando em lágrimas depois de eu dar as duas notícias, há pouco ela estava grávida e agora não existia mais bebê... Me preparei psicologicamente, me juntei a ela na cama e comecei. 
"Não sabe de nada ainda, pequena?"
"Do que eu deveria estar sabendo?"
"O sangramento foi pelo..." Segurei as lágrimas. 
"Pelo...? O que aconteceu comigo, Cody?"
Suspirei. "Pelo... Eu não consigo..."
"O que foi? Está me deixando com medo. Porque seus olhos estão marejados? O que aconteceu? Me diz logo!"
"Você teve um aborto..."
"A-aborto? Eu estava grávida?" Seu semblante se desfez e seus olhos miraram o nada. 
"Me desculpa, foi culpa minha..."
Ela ficou em silêncio mirando o mesmo lugar por algum tempo.
"Quer ficar sozinha?"
Ela negou com a cabeça e eu a abracei. Nós dois caímos em lágrimas, mas ficamos em completo silêncio. Ela acabou dormindo, mas não quis sair de lá. Hoje mesmo, iríamos pro hotel, mas ela tinha que ficar em repouso por alguns dias, 3 ou 4 no mínimo. Nina veio até o quatro com o doutor, que entregou a alta. 
"Contou pra ela?"
"Infelizmente..."
"Como ela reagiu?" Acariciou o rosto dela.
"Não disse nada e acabou dormindo, depois de chorar."
Ela suspirou. "Eu chamei minha mãe, acha que ela vai ficar chateada?"
"Acho que vai ser bom e, também, ela sente saudades dela."
Acordamos ela e fomos pro hotel, conversamos um pouco e tentei não tocar no assunto. Falamos sobre o nosso passado e ela se animou um pouquinho, bem pouco mesmo... Mas um sorriso foi o bastante. 
"Nós dois imobilizados." Dei um riso leve. 
"É..."
"Posso tirar uma foto?"
"Pode."
Tirei a foto e postei no Instagram. A abracei de lado. 
"Vai ficar tudo bem."
"Não vai... Sabe a dor que estou sentindo?"
"Em mim também dói, Ísa, era meu filho..."
Ela silenciou e deitou a cabeça no meu peito. 
"Não sabia da gravidez?"
"Não, juro que não. Eu não quero mais falar disso..."
"Como quiser." Beijei-lhe o rosto. "Vou pegar lá embaixo algo pra comermos, ok? Deve estar com fome."
"Não estou, mas pode ir."
Desci rapidamente pra lanchonete do hotel, que era até bem grande e tinha grande variedade de coisas. Pedi dois sucos de laranja e dois lanches. Quando voltei, ela dormia, sentei na cadeira no canto do quarto e tentei comer, mas não desceu... Não que eu quisesse ser pai agora, mas a dor da perda era incomparável. Pensava nisso constantemente e as palavras do médico ainda rondavam minha cabeça e me deixavam ainda pior, algumas imagens correram meus pensamentos também, balancei a cabeça pra me livrar de tudo e fui pra cama, deitei ao lado dela e a observei. Seu semblante agora estava calmo e ela dormia profundamente. Pensei em acordá-la pra fazer ela comer, mas desisti. Algumas lágrimas caíram dos meus olhos, queria falar com alguém, desabafar minha dor, a Ísa não era uma escolha, só a deixaria pior... Cogitei ligar pros meus pais, mas pensei melhor e eles viriam pra cá de qualquer jeito. Não tinha escolha alguma, não queria preocupar ninguém e preferi guardar tudo o que estava sentindo, como sempre fazia. Fechei os olhos e rezei pra conseguir dormir. 
~ POV Heloísa Dobrev ~
Acordei num pulo depois de um sonho, que estava mais pra pesadelo, que acabara de ter... Cody pulou da cama em seguida e me abraçou. 
"Tudo bem, pequena?" 
Neguei com um meneio de cabeça e senti lágrimas rolarem, o abracei com força, desejando acordar do que só podia ser um sonho, não queria acreditar que era tudo real... Ser mãe é o sonho de toda garota, desde pequena, e nesse momento meu sonho estava destruído, não que eu não pudesse tentar novamente, mas era uma dor forte, uma tristeza corroia meu peito e fazia com que eu me culpasse, mas outra parte de mim dizia que aconteceu porque tinha que acontecer. Nada conseguia acalmar essa dor, gostaria de gritar tudo o que estava me matando, mas algo me impedia de falar qualquer coisa que fosse. Deitei no colo do Cody e ele passou a acariciar meus cabelos. O silêncio foi aderido por nós, sua perna já estava extremamente molhada por conta de minhas lágrimas. 
"Fica calma, por favor..." Ele disse com uma voz chorosa.
"Eu não consigo, minha cabeça não me deixa parar de pensar no bebê..."
"Tem que se controlar, isso só vai te deixar pior."
O resto do dia se passou quase parado. Na tarde do outro dia, minha irmã entrou no quarto com um sorriso estampando seu rosto. 
"Adivinha quem está ai."
"Quem?" 
Ela abriu a porta e minha mãe entrou no quarto com um fraco sorriso no rosto. Hesitou na porta por um momento, pensando em algo, e veio me abraçar já com lágrimas em seus olhos. Acabei chorando com ela. 
"Como você está?" Colocou sua mão sobre a minha.
"Eu não sei, mãe..."
"Vou deixar vocês conversarem, depois volto." Nina saiu e fechou a porta.
"É melhor ficarem a sós." Cody se levantou com dificuldade pela perna.
"Fica, Cody."
"Mesmo?"
"Sim."
Ele voltou a sentar.
"Esse é seu namorado?" Minha mãe perguntou após secar as lágrimas.
"É, você já o conhece."
"Já?"
"Sou o Cody, da Austrália."
"Meu Deus!" Levou as mãos à boca e abraçou ele em seguida. "Vocês estão juntos de novo, é quase inacreditável."
"Nem eu acredito às vezes..."
"Eu sinto muito por vocês, muito mesmo."
Cerrei os lábios, olhei pro lado e voltei a olhá-la. "Não há mais o que fazer..."
"Não imaginava que minha menininha era tão forte." A essa altura, ela já chorava de novo. "E você também, Cody, passar por isso não deve ser fácil, nem pra mim está sendo, imagine pra vocês..."
Cody juntou sua mão com a minha e nos olhamos, encaixei minha cabeça em seu ombro.
"Não quero mais falar nisso, mãe." Funguei.
Ela assentiu. "Como está indo com seu pai?"
"Não muito bem e eu evito ir lá, ele vive me colocando pra baixo e toda vez me critica por causa do meu trabalho, do meu namoro, nada pra ele está bom."
"Está trabalhando?" Ela perguntou com grande entusiasmo na voz.
"Sou fotógrafa, mãe."
"Fotógrafa? Como você sempre quis, fico feliz por isso." Sorriu.
"Ela cobre meus shows e eventos, não é muita coisa, mas já dá pra algo."
"Isso é ótimo. Como não é muita coisa? Pelo menos não fica sem ela nas turnês e fotografar seus shows deve ser bem legal."
"E é." Disse sorrindo. "Admiro que não tenha nos visto na mídia."
"Juro que não vi, vou ficar mais atenta." Riu. "Vão ficar até o fim da viagem?"
"Só por essa semana, eu acho, depende da Ísa."
"Vai incomodar eu ir com vocês? Tenho saudades da sua mãe, éramos bem amigas."
"Claro que não, pode ir conosco, tia."
Era estranho ver Cody chamar minha mãe de tia novamente, mas me deixava com as lembranças daquela época. Passamos a tarde na cama de novo, não podia, mas mesmo que pudesse, não tinha vontade de fazer qualquer coisa que fosse. Os três dias de repouso foram assim e, pra completar, tinha a bota no pé, o que dificultava as coisas. Cody me arrastou pra fora, dizendo pra pelo menos comermos lá em baixo. Descemos e comemos. No caminho de volta pro quarto, encontramos algumas coisas que o pessoal talvez fosse gostar e me animei um pouco. Voltamos pro quarto e guardamos tudo que tínhamos comprado. Deitamos na cama, ficando um de frente pro outro.
"Está um pouco melhor, minha pequena?" Enrolou uma mecha do meu cabelo no dedo indicador.
"Um pouquinho..."
"Coloca um sorriso nesse rostinho."
Abri um sorriso leve e sem vontade. 
"Direito."
Abri outro sorriso, dessa vez um pouco melhor. "Pronto."
"Com o tempo vai melhorar." Beijou minha testa.
"Obrigada por estar aqui, por me deixar sempre melhor."
"É o mínimo que eu poderia fazer, estamos na mesma situação, talvez eu não demonstre tanto, mas ta doendo bastante."
"Eu sei, não demonstra tanto as coisas, foi quase sempre assim." Ri baixo.
"Foi, isso não mudou tanto, só que antes, eu ainda demonstrava mais."
"Mas gosto de você assim, tenho que desvendar suas faces e sentimentos."

“Achei que não gostasse desse meu jeito.” Ele deu ombros.
“Mas gosto.”
Cody beijou minha testa e eu apoiei minha cabeça em seu peito, ele passou um dos braços por mim.
“Queria poder ficar assim com você pra sempre.”

“Podemos fazer isso.” Dei um leve riso.

“E se no meio do caminho nos desentendermos?”
“Nossas brigas nunca duram pra sempre, se lembra disso?”

“E como.” Passou a língua pelos lábios. “Nossas reconciliações então...” Ele parou pra pensar por alguns segundos. “Não era hora pra dizer isso, desculpa.”
“Tudo bem.” Balancei a cabeça. “Não quero mais ficar aqui, Cody.”

“Quer ir pra casa?”
“Quero.”
“Temos que falar com sua mãe e vemos pra quando saí o voo com horário mais próximo.”

“Ok.”

Ele pegou o notebook e procurou os horários de voos, achou um pras 19h e falamos com minha mãe antes de comprarmos. Arrumamos as malas rapidamente.
“Vocês já estão indo?” Nina perguntou ao descermos.
“Estamos, não aguento mais ficar naquele quarto.”
“Tudo bem, você vai ficar bem?” Me abraçou.
Assenti.
Nos despedimos do elenco enquanto esperávamos o táxi  Fizemos check-in logo que chegamos e seguimos pra sala de embarque. A viagem foi calma e, quando chegamos, Cody ligou pro pai pedindo pra que ele viesse nos buscar no aeroporto.
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Oi meninas, bom o capítulo tá ai hahahaha, espero que tenham gostado! O que esperam pros próximos capítulos? CONTINUO COM 10 OU MAIS COMENTÁRIOS NO BLOG, xx