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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Capítulo 98 - Humilhação.

Ao olhar pra trás, vi a Ísa se despedindo dos meus avós, esperei ela acabar pra ajudá-la com a malas.
"Ísa, quer aju..."
Ela me interrompeu. "Não fala comigo."
"Oi, Helô."
"Muito menos você."
Meu avô foi ajudá-la com as malas e eu passei as mãos pelo cabelo, bufando.
"Vai ficar tudo bem entre vocês, uma hora ou outra." Bagunçou meu cabelo e sorriu. "E um dia ela fala comigo." Riu.
Meu primo não demorou a chegar, fui na frente com ele e Ísa emburrada atrás. Foram 17 horas sem ouvir a voz dela, eu até tentei puxar assunto, mas ela estava irredutível. Pegamos um táxi até a casa dela, os pais dela não estavam e Loren estava com a babá que tinham contrato pra enquanto a Ísa não estivesse. 
"Loren?" Ela chamou depois de encostar as malas.
"Helô!" Veio da cozinha, indo até ela, mas seu caminho mudou ao me ver. "Cody!" Pulou no meu colo.
"Que ótimo, minha própria irmã me ignora quando eu chego." Balançou a cabeça e subiu, batendo a porta de seu quarto.
Loren e a garota que estava aqui me olharam assustadas.
"Ela é sempre assim?" Perguntou.
"Só quando está brava ou algo da errado."
"Celebridades." Ela revirou os olhos.
"Porque ela está brava?"
"Primeiro por algo que você não entenderia e segundo por você não ter dado oi pra ela direito."
"Eu vou lá dar, é que eu pensei que você não ia voltar."
"Vou ficar por pouco tempo, pequena."
"Mas você vem viajar pra cá?"
"Talvez eu venha."
"Vem, todo mundo gosta de você aqui."
"Ok, eu venho, posso trazer minha irmã pra você conhecer quando eu vier?"
"Ela é pequena?"
Ri. "Pequena ela é, mas ela tem a idade da sua irmã."
"Ah... Ninguém tem irmãos mais pequenos?"
"Meu amigo tem."
"Traz eles também."
"Garotinha, já acabou de comer o treco que me pediu?" A tal babá perguntou.
"Não. Está ruim, eu não gostei, o da minha irmã fica melhor."
"Então pede pra ela fazer, mimada."
"Olha como fala com ela." Disse e olhei pra Loren. "O que você queria?"
"Panquecas."
"Eu faço pra você. E a senhorita, pode ir embora." Peguei minha carteira do bolso, tirei uma quantia e entreguei pra ela. "Tem algum contrato?"
Ela me entregou, o assinei e deixei na mesa de centro. Coloquei Loren no chão e abri a porta pra que ela saísse, assim ela fez. Fomos pra cozinha, fiz as panquecas, derreti chocolate no fondue e servi pra nós. 
"Está uma delícia." Ela disse.
"Sou um bom cozinheiro?"
"Hm... Sim! Chama minha irmã pra comer também."
"Acho que ela não vai querer, que tal depois de comer, você subir pra falar com ela?"
"Eu vou." Sorriu.
"Cadê seus pais?" Comi um pedaço da minha panqueca.
"Eles foram comemorar o aniversário, minha mãe disse."
"Então é provável que eles demorem."
Ela deu ombros. "Eu vou chamar minha irmã."
"Ok."
~ POV Heloísa Dobrev ~
Estava deitada com a cabeça afogada no travesseiro quando senti alguém subindo devagarzinho na cama, olhei pra trás e Loren estava lá.
"Ísinha, você ficou brava comigo?"
"Fiquei chateada, poxa você foi dar oi pro Cody antes de dar pra mim."
"Eu achei que ele não ia voltar." Fez beicinho. "Mas eu senti muito a sua falta, viu?"
Suspirei. "Eu também, pequenininha." Aconcheguei ela nos meus braços.
"Você ainda está triste?"
"Não é com você."
"Com quem é?"
"Deixa isso pra lá." Sorri. "E essa boca de chocolate?"
"Cody fez panqueca com chocolate, está gostoso."
"O Cody fez?"
Ela assentiu.
"E a babá que estava aí?"
"Ela era chata, Cody pagou e ela foi embora."
"Ele pagou?"
"Pagou."
Respirei fundo. "Vamos descer?"
"Vamos."
Cody estava comendo na cozinha, Loren sentou de frente pra ele, onde seu prato estava.
"Quer comer?"
"Não, vamos conversar ali na sala."
Prontamente, ele se levantou e veio pra sala comigo.
"Por que diabos pagou a babá?"
"Pra ela ir embora?" Ele disse num tom óbvio. "Ela chamou sua irmã de mimada."
"Não precisava ter pago." Suspirei. "Quanto foi?"
"Não precisa me pagar."
"Então eu pago sua passagem pra Los Angeles."
"Assim eu vou achar que está me mandando embora."
Revirei os olhos. 
"Chega de discutir por dinheiro." Ele disse. "Mas, pelo menos, você falou comigo."
"Não vai se animando." Voltei pra cozinha e sentei ao lado da Loren. "Cadê a mamãe e o papai?"
"Saíram pra comemorar."
"Ah..."
A campainha tocou, Cody estava de pé e foi abrir, antes que eu pudesse enxergar quem era, ele caiu no chão ao levar um soco despreparado, mas tratou de logo se levantar.
"Fica aqui." Disse pra Loren e fui até a sala.
Tentei apartar a briga, mas os dois estavam rolando no chão da sala, tinha que chamar a atenção de algum jeito, peguei o copo de vidro que estava na mesinha e joguei no chão, dando um grito em seguida. Os dois pararam pra me olhar.
"CHEGA! Que merda vocês estão fazendo? Levantem daí e ajam feito dois homens, porque desse jeito parecem dois animais."
"Só nós estamos agindo feito animais?" Thomas ajeitou o terno.
Fechei a porta de entrada. "O que quer dizer?"
"Que você também parece um animal, uma cadela no cio que se joga pra qualquer cachorro que aparecer."
"Olha como fala com ela, filho da puta." Cody ia pra cima dele, mas me meti no meio.
"Leva a Loren lá pra cima e vai junto com ela."
"Mas..."
"Sem "mas"."
Ele fez o que eu pedi, indo buscar a Loren e subindo depois. Passei as mãos pelo rosto enquanto meus olhos ferviam de raiva. 
"Só não meto a mão na sua cara porque eu te respeito."
"Se respeitasse, não me trairia."
"Você pensa que eu sou besta? Eu sei muito bem que você já me traiu várias vezes. Eu sempre chegava nas festas com você e, quando eu ficava sozinha por algum motivo, as pessoas falavam comigo, todas sobre você e a sua pegada, e sabe o que eu fazia?"
Me interrompeu. "Isso não vem ao caso, estamos falando de você, isso foi pú..."
"Cala a boca e me escuta!" Respirei fundo. "Eu engolia um seco toda a vez que ouvia algo, eu sofria em silêncio, nunca sequer abri minha boca pra reclamar algo pra você e agora você vem dar showzinho? Talvez eu tenha te traído por você não dar conta do recado."
"E além de tudo, agora eu não dou conta do recado?" Ele disse com ar de deboche. "Porque não volta pra aquele cantorzinho filho da puta, então?"
"Finalmente você está me mostrando quem é Thomas Grommer." Bati palmas. "Meus parabéns, meu amor." Disse com sarcasmo. 
Ele me encarou com os olhos semi-cerrados, um olhar frio fixo no meu. "Você também está mostrando quem é Heloísa Dobrev. E sabe o que ela é? Uma puta assim como as outras."
Acabei não aguentando e dei um tapa na cara dele. "Presta bem atenção em como fala comigo." Levantei o dedo indicador enquanto torcia meus lábios.
Uma das mãos sob o local que eu tinha acertado, a livre segurou meus pulsos juntos. "Como você faz isso?"
"Simples, quer que eu faça de novo?" Tentei soltar meus pulsos. "Você está bêbado, fora de si!"
Ele balançou a cabeça e continuou me segurando, seus lábios foram pro meu pescoço com brutalidade. Depois de me soltar, ele puxou minha camisa, arrebentando todos os botões.
"PARA!" Empurrei ele. "SAI DA MINHA CASA AGORA MESMO!" Berrei.
"Eu não vou sair."
Peguei um enfeite de vidro, fui um pouco pra trás e taquei na direção dele, mas errei por conta das lágrimas que embaçavam meus olhos. Ele riu e saiu, batendo a porta. Me joguei no sofá com a cabeça afogada na almofada e berrei, mas o grito foi abafado por ela. Sentia as lágrimas frenéticas escorrendo por meu rosto junto com o rímel. Minha cabeça estava um turbilhão de emoções, tudo estava girando lá dentro, palavras, sentimentos, cenas... Levantei do sofá e subi as mãos pelo cabelo.
"Está tudo bem?" Cody disse do meio da escada.
"Me deixa..." Subi as escadas, me esbarrando com ele.
Fui pro meu quarto e entrei direto no banheiro, apoiei os braços na pia e encarei a mim mesma. Estava péssima, meu rosto estava preto, minha camisa arrebentada... Péssima por fora e por dentro. Prendi meu cabelo, enchi minhas mãos com água da torneira e joguei em meu rosto, o limpando com extrema raiva. 
"Você não vai me humilhar, não vai!" Praticamente cuspi as palavras.
Era impossível pra mim parar de chorar, tirei o resto da camisa que tinha sobrado e me joguei na cama.
~ POV Cody Simpson ~
Loren estava assustada sentada na minha cama com os joelhos dobrados e a cabeça encostada neles. Parei escorado no batente da porta.
"Sua irmã está bem, fica calma."
"Mas teve barulho... E grito..."
"Agora está tudo bem, pequena."
"Mesmo?"
"Mesmo."
"Promete que não vai mais acontecer?"
"Pelo menos por hoje não."
"Cadê a Ísa?"
"Está no quarto, deixa ela sozinha um pouco, ok?"
Ela assentiu.
"Quer ver tv?"
"Desenho?"
"O que quiser ver."
Deitei do lado dela e liguei a tv no canal de desenho.
"Faz carinho como a Ísa faz?"
"Como é?"
"Ela mexe no meu cabelo, assim." Me mostrou.
Fiz o que ela pediu enquanto víamos o desenho, estava quase dormindo quando escutei falarem na porta do quarto, olhei pra lá e os pais dela tinham chegado. Levantei sem me mexer muito pra não acordar a Loren.
"Oi." Disse e cumprimentei eles.
"Oi, Cody."
"O que aconteceu por aqui?"
"Pergunta por causa da sua sala, da Ísa não estar aqui ou da Loren estar aqui?"
"De tudo." Riu.
"Teve uma discussão entre a Ísa e o Thomas, não sei bem o que aconteceu, mas algumas coisas se quebraram, dai a Loren se assustou e eu trouxe ela aqui enquanto a Ísa está trancada no quarto."
"Meu Deus! Perdemos muita coisa por aqui, querido."
"Eu até tentei falar com ela, mas ela se negou." Cocei a nuca. "Nós não estamos muito bem."
"Como não? Eu vi o vídeo de vocês na Austrália."
"Estávamos bem até essa minha brilhante ideia de postar o vídeo." Sorri, mesmo desapontado.
"Ah, sinto muito..."
"Cody, isso não deve ser definitivo." George disse. "Pelo que a Elisa me contou, vocês sempre acabam voltando."
"Mas eu vou embora, vou voltar pra Los Angeles e, pelo visto, vou sozinho."
"Tudo pode mudar." Colocou uma mão sobre meu ombro.
"Não." Balancei a cabeça. "Amanhã vou comprar minha passagem, pretendo embarcar de noite."
"Não pode ficar mais, querido?"
"Eu já levei um fora, tia, acho que não quero me magoar mais, ainda mais aqui tendo o noivo dela..."
"Sinto muito, meu amor." Me abraçou.
"É a vida, tia... Queria muito poder fazer sua filha feliz outra vez."
"Talvez esse não seja o fim."
Dei ombros.
"Vocês já jantaram?"
"Fiz panquecas, mas apenas eu e a Loren comemos."
"Minha filha não está bem." Ela balançou a cabeça. "Vou falar com ela."
Seguimos pra porta do quarto dela junto com a Elisa, ela bateu e ninguém respondeu. Pela segunda vez, ela disse pra irmos embora, sua voz remetia choro, tinha certeza de que ela estava chorando. Os dois tiraram a Loren do meu quarto e eu fui tomar um banho pra dormir. Me olhei no espelho, meu olho estava roxo e o canto de minha boca sangrando. Estanquei o sangue com água e algodão, me troquei e deitei pra dormir, como pensei, não consegui pregar o olho. Resolvi mandar uma sms pra Ísa.
Cody: "Tudo bem por aí?"
Ísa: "Não enche." Respondeu depois de alguns minutos.
Cody: "Por favor, Ísa... Estou preocupado com você."
Ísa: "Me deixa, eu já tenho problemas o suficiente."
Cody: "Eu não quero te dar mais."
Ísa: "Você me deu os primeiros."
Cody: "Desculpa, eu não queria ter estragado sua vida..."
Joguei o celular na cama e me ajeitei pra tentar dormir, a sorte foi logo ter conseguido. No outro dia, não saí quase do quarto, as únicas vezes foram pra comer e pra encontrar o Flo.
"E ae, Cody, que cara é essa?" Fez um toque comigo.
"Não deu certo."
"O que?"
"O vídeo, ela não gostou de eu ter colocado na internet, daí o noivo brigou com ela e agora ela está trancada no quarto."
"Ísa difícil..." 
"Demais."
"O que você vai fazer?"
"Vou voltar pra Los Angeles."
"Sério?"
"Sim, eu não posso ficar mais aqui, Flo... Eu estou sofrendo por ela estar com outro, por me evitar."
"Ah, cara... Sinto muito por vocês."
"Eu também." Balancei a cabeça. "Vamos até o aeroporto? Preciso comprar minha passagem."
Ele concordou e me acompanhou até lá, comprei o voo das 18h e voltamos pra perto da casa dos Dobrev.
"Amanhã eu volto até aqui e tento falar com ela, te mantenho informado."
"Ótimo." Disse e olhei pro relógio em meu braço. "São 3h, melhor eu entrar, arrumar umas coisas que estão no meio..."
"Fica de boa, bro, vocês sempre voltam."
"Não sei se dessa vez, mas... Vou deixar à mercê do destino, não tem mais nada que eu possa fazer." Suspirei. "Bom, até o começo do trabalho novamente."
"Até, fique bem."
~ POV Heloísa Dobrev ~
Passei o dia inteiro no quarto, minha barriga roncava de fome, chegando até a doer, mas eu não estava nem um pouco preocupada com isso. Eram 16h50 quando olhei pela primeira vez no relógio, logo em seguida, ouvi alguém bater na porta.
"Estou indo embora, pode abrir pra eu me despedir?" 
Respirei fundo e me levantei pra abrir, voltei pra cama e esperei ele entrar.
"Você está pálida..."
"Eu sei."
"Tem que comer algo."
"Não quero."
Ele suspirou e parou em frente à cama. "Bom, é... Eu estou indo embora e, preciso te perguntar pela última vez, é isso o que você quer?"
Abaixei a cabeça.
"Eu te disse lá no início que se você dissesse que me ama ao fim, eu lutaria por você, e se dissesse que não me ama, eu não te procuraria mais, te deixaria livre." Suspirou novamente. "O que tem pra me dizer?"
"Eu não posso te amar, sendo assim, pode voltar pra L.A... Sozinho."
Ele assentiu, nitidamente decepcionado, e meu coração se partiu. "É esse o fim? O nosso fim?"
Assenti, com as lágrimas transbordando em meus olhos. Ele veio até mim e me abraçou apertado, porém rapidamente. 
"Obrigado por tudo... E adeus." Um sorriso decepcionado se formou em seu rosto e ele caminhou até a porta.
Assim que ele a fechou, fui até lá pra trancá-la, escorei na porta e senti as lágrimas desabarem pelo meu rosto. Esse talvez fosse o fim de uma longa história, talvez nem o visse mais ou sabe-se lá quando o veria... 
"Filha, abre essa porta..." Ouvi minha mãe dizer do outro lado da porta.
"Eu já desço." Disse entre soluços.
"Você tem que comer algo, meu amor."
Destranquei a porta, mas custei pra levantar, e quando o fiz minha vista escureceu e minha barriga roncou de fome. Abri a porta e minha mãe me acompanhou até o andar de baixo, no último degrau senti meu corpo estremecer e acabei perdendo o comando dele, tudo se escureceu novamente, mas dessa vez não voltou. [...] Acordei em um quarto, que parecia ser de hospital, sentia minha cabeça girar, fui virando-a lentamente até encontrar minha mãe e Loren no canto do quarto. Conseguia ver meu braço também, e um balão de soro estava ligado nele.
"Mãe?" 
"Como está se sentindo, meu amor?" Arrumou minha irmã no sofá e veio até mim.
"Mal..."
"Eu disse que você tinha que comer." Acariciou meu cabelo.
"Eu não estava com vontade..."
"Isso é pelo Cody ou pelo Thomas?"
"Pela junção dos dois."
"Isso não fez bem pra você, falo de ter ficado sem comer e do seu noivado. Cadê minha menina cheia de brilho que chegou aqui na França pra recomeçar a vida com o melhor que desse?"
"Ela deve ter se perdido no meio do caminho."
"Você tem que encontrar ela, eu sinto falta dela."
"Eu também sinto."
Ela suspirou. "Porquê se decidiu pelo Thomas? O Cody veio até aqui disposto a recomeçar com você, enquanto o Thomas não dá uma dentro."
"Eu não sei... Não quero deixar minha vida aqui e eu fiquei puta com o vídeo, ele manchou a minha imagem e a do Thomas, eu fiquei como puta e ele como corno." Pausei rapidamente. "Vamos parar de falar disso?"
"Como quiser." Deu um leve sorriso.
"Quero ir pra casa."
"O médico vai te liberar assim que o soro acabar, George está na sala de espera."
"Ele estava com o Cody no aeroporto?"
"Sim, ele ia esperá-lo decolar, mas assim que eu liguei, ele veio pra cá."
"Falando em pai, você sabe alguma coisa do meu pai?"
"Ele e sua irmã vão vir pra cá no fim da semana, então ele deve estar bem."
"A Nina vem também?"
Ela assentiu.
"Sermão me espera..."
"Não posso discordar." Riu de leve.
Depois de o soro acabar, minha mãe foi avisar a enfermeira e ela veio até o quarto com o médico, que assinou minha alta.
"Eu não preciso disso." Disse me referindo à cadeira de rodas que ele tinha trazido.
"Precisa sim, senhora, ainda está fraca." Me estendeu a mão pra que eu levantasse da cama e me ajudou a sentar na cadeira. "A senhora consegue levá-la?" Perguntou pra minha mãe, por ela estar com minha irmã no colo.
"Pode me ajudar até a recepção? Meu marido está lá."
"Claro."
"Eu não queria estar dando trabalho, gente."
"Não é trabalho nenhum, mocinha." O médico disse ao passarmos a porta. "Trate de se cuidar agora e, principalmente, se alimentar."
"Pode deixar."
Na sala de espera, meu pai assumiu o controle da cadeira após beijar minha testa. Descemos até o estacionamento seguidos por uma enfermeira, ela pegou a cadeira assim que me aconcheguei no banco de trás do carro. Loren deitou a cabeça no meu colo e logo estava dormindo novamente.
"Foi só um desmaio por fome mesmo, senhorita Heloísa?" Meu pai perguntou ao parar no farol.
"Claro, pai, o que mais seria?"
"Não sei... O Cody andou me contando umas coisinhas enquanto estávamos no aeroporto." Pausou. "Ah, e ele ficou preocupado com você."
Abri um leve sorriso, olhando pra baixo, mas não disse nada.
"Entendo o que quer dizer, querido, mas foi só pela fome mesmo." Minha mãe riu de leve.
"Não sei não, mas vamos ver."
"Sai dessa, pai, não foi nada de mais."
Ao chegarmos em casa, minha mãe fez uma sopa e me fez comer até ver o fundo do prato. Meus olhos já estavam fechando novamente, então subi pra dormir, já que no dia seguinte teria que trabalhar. Estava bem mais disposta pela manhã, tomei um banho, arrumei o cabelo, vesti uma camisa transparente preta com tachinhas douradas, uma saia cintura alta branca, um salto preto e fiz um make leve nos olhos, mas com batom vermelho pra realçar. Tinha que chegar de cabeça erguida e encontrar o Thomas de cabeça erguida. Tomei rapidamente café, entrei no meu carro e rapidamente estava na empresa. Mal entrei na empresa e todos já comentavam algo, respirei fundo e continuei meu caminho.
"Diva!" Alex veio correndo em minha direção e me abraçou. "Que saudades, você está linda!"
"Obrigada, querido! Também fiquei com saudades."
"E eu não estou lindo?"
"Claro que está." Ri.
Fui pra minha mesa e ele pra dele, elas eram bem próximas, o que nos possibilitava colocar a conversa em dia. As duas garotas que eu não suportava e nem elas me suportavam, chegaram rindo e foram pras suas mesas.
"Ora, ora, olha quem voltou das férias." Uma delas riu.
"Uma hora dessas, elas vão levar um soco bem dado."
"Se acalma, respira fundo e não se abala."
"As brincadeirinhas foram muitas enquanto eu não estava?"
"Apenas quando saiu o vídeo, mas a chefe quer falar com você."
"Vou simplesmente fazer meu trabalho, talvez depois ela me procure ou nem procure."
Ele deu ombros. "Vai saber..."
Estava trabalhando tranquilamente, vendo meus emails de dias anteriores, tinham alguns pedidos de trabalhos e tudo mais, estava quase acabando quando tudo se silenciou, ouvia apenas saltos batendo, vindo em minha direção. Ao levantar os olhos, vi a senhora com cabelos loiros curtos e muito elegante, só tinha a visto 3 vezes ali, era a chefe superior, a dona da revista.
"Não te deram o recado de que eu queria falar com você, senhorita?"
"Deram, mas é que..."
Me interrompeu. "E por que não foi pra porta da minha sala na mesa hora? Você tem algum tipo de demência?"
Me levantei. "Quer que eu vá pra lá agora?"
"Com toda a certeza, além de puta, é burra."
"Olha aqui..."
Novamente eu fui interrompida. "Olha aqui você, cala essa boca e me escuta, por que aqui dentro você não é ninguém!" Seu olhar era frio e meus olhos começaram a queimar. "Sabe por que você está aqui? Por causa do Thomas, apenas por causa dele, eu nem precisava de alguém trabalhando aqui, muito menos de você, Heloísa Dobrev... Puta, mimada, incompetente e, ainda por cima, manchou o nome da minha revista. Além de que acha que, por ser irmã de uma atriz famosa, pode escolher quando trabalhar ou quando voltar ao trabalho. Era pra você estar aqui há uma semana, UMA SEMANA, e quando você me aparece? Quando eu não preciso de você. Eu não preciso mais de você, minha revista não precisa de você, ninguém precisa de você por aqui. Pega essa droga toda da sua mesa e leve pra longe daqui, sua putinha." 
Em apenas um gesto, todas as coisas da minha mesa foram pro chão, inclusive meu notebook, do qual ela estourou a tela com o salto agulha. Todos estavam me olhando, eu não sabia onde enfiar minha cara, não sabia o que fazer, só tinha certeza de que não podia chorar ali.
"Mande alguém vir pegar sua demissão amanhã e nunca mais volte a pisar aqui. Me entendeu?"
"Sim, senhora." 
Ela foi pra sua sala, todos viraram seu olhar pra mim.
"ESTÃO OLHANDO O QUE, CARALHO?"
Alex pegou uma sacola que estava em suas coisas e me ajudou a tirar tudo do chão e das gavetas.
"Eu sinto muito." Ele me abraçou ao chegarmos no estacionamento.
"Não sinta... E obrigada."
"Mais tarde eu passo na sua casa, ok?" Beijou minha testa. 
"Ok, Alex."
"Ai, eu não aguento te ver assim." Me abraçou forte, segurei as lágrimas pra não chorar ali mesmo.
"É melhor eu ir, até depois." Beijei seu rosto.
Coloquei a sacola no banco do passageiro e entrei no carro. Acenei pra ele e saí o mais rápido que pude daquela empresa. Dirigia rápido pelas ruas e nem percebi o sinal fechado, o que quase me fez bater, meu coração pulou do meu peito ao brecar e ver que nada tinha acontecido. Em menos de 5 minutos estava em casa, entrei já com as lágrimas caindo sem cessar, chorava desesperada e minha mãe veio da cozinha me fazendo várias perguntas, só consegui abraçá-la. 
"Pelo amor de Deus, o que aconteceu?"
"E-eu sou um lixo, mãe." Disse entre soluços.
"Claro que não." Tirou o cabelo que caía sobre meu rosto. "Porquê está dizendo isso?"
"Porque eu sou, eu não faço porra nenhuma direito, todos tem razão eu sou apenas uma puta irmã da Nina."
"De onde você está tirando essas coisas, Heloísa? Você não é uma puta."
"A chefe..." Ainda estava entre soluços e lágrimas. "... ela me demitiu, disse que eu só estava lá por causa do Thomas, que eu era uma puta e incompetente na frente de todo mundo."
"Como ela faz isso?" Me olhou perplexa. "O que seu noivo disse?"
"Eu não vi ele, a única pessoa que me ajudou foi o Alex..."
"Meu amor..." Me abraçou novamente. "Eu sinto muito, muito mesmo." Beijou minha testa. "Mas de uma coisa eu tenho certeza, se essa mulher disse todas essas coisas pra você, ela não merece nem as suas lágrimas."
Limpei as lágrimas, mas foi o mesmo que nada. "Eu não consigo..."
"É claro que consegue." Limpou minhas lágrimas. "Ergue sua cabeça, você não tem que ficar desse jeito."
Estava sentada no sofá com a cabeça encostada no ombro da minha mãe quando o telefone tocou, ela levantou pra atender. Não consegui entender o que ela falava, ela anotou algo e me olhou parecendo surpresa ao desligar.
"O que foi?"
"Eu não sei como te dizer isso."
"Isso o que? Aconteceu alguma coisa com o Cody?" Perguntei a primeira coisa que veio na cabeça.
"Com o Cody não... Com o Thomas, sim."
"O que aconteceu?" Levantei.
"Ele deu entrada no hospital ontem de madrugada."
Levei as mãos à boca, balançando a cabeça. "É culpa minha..."
"Claro que não, filha!"
"É sim, ele bebeu por minha causa." Passei as mãos pelo rosto. "Tem o endereço do hospital?"
"Está aqui." Me mostrou o papel.
"Eu vou me trocar e vou pro hospital."
Subi sem deixá-la dizer nada, tomei um banho rápido, coloquei uma roupa bem mais confortável, deixei o rosto sem make e desci. Peguei o endereço e fui pro meu carro, fui fotografada ao descer e entrar no hospital. 
"Oi, bom dia..." Disse na recepção.
"Bom dia." Sorriu.
"Eu quero saber sobre Thomas Grommer."
"A senhora é da família?"
"Sou noiva dele, me ligaram agora pouco pra falar sobre ele estar aqui."
"Ah sim, pode me dar sua identidade?"
Entreguei meu documento e esperei até ela me entregar um crachá de identificação e a ficha dele junto com meus documentos. 
"Pode preencher pra mim, senhorita Dobrev?"
"Com o que eu souber, sim."
Não sabia tanta coisa sobre ele, não sabia se tinha alergias e tantas outras coisas... Logo depois, fui levada por uma enfermeira pro quarto dele. Alguns arranhões estavam por seu corpo todo, o pior era num dos ombros. Sentei na cadeira ao lado da cama dele.
"Desculpa por isso, anjo..." Abaixei a cabeça. "Desculpa por tudo, na verdade."
Fiquei acariciando a mão dele, esperando que ele acordasse, já que não estava em estado de coma. Ele foi acordar mais ou menos uma hora depois.
"Oi..." Me olhou.
"Oi..." Dei um sorriso torto. "Está tudo bem?"
"Sinto meu corpo todo doer, mas estou bem." Riu de leve e acariciou minha mão. "Sinto muito..."
"Eu que sinto, não deveria ter te traído, desculpa..." Abaixei a cabeça.
"Eu fui o errado, Helô, te traí várias vezes, fui incapaz de notar a mulher incrível que eu tenho, não te dei o valor merecido e sei bem disso, agora eu vejo que o que eu tenho muitos outros querem e eu posso ter perder uma hora ou outra, se não abrir meus olhos e começar a te dar valor."
Abri um pequeno sorriso, mas não disse nada, então ele continuou.
"Eu prometo que serei um homem melhor pra você, eu vou mudar se ainda quiser ficar comigo. Você quer?"
"Me promete que vai mudar?"
"Prometo, até juro..." Beijou minha mão. "Daqui 4 meses a gente casa."
Suspirei. "Acho melhor nós adiarmos um pouco o casamento, eu percebi que eu não sei coisas sobre você que eu deveria saber, a gente não se conhece tão bem... Nem sobre a sua família eu sei."
Ele suspirou. "Quer mesmo saber?"
"Quero."
"Tudo bem, eu vou te contar... Eu nasci em Seattle, minha família era grande, tinha três irmãos mais novos e um mais velho, esse meu irmão apanhava dos meus pais e nós também, ele sempre me dizia que, quando ele se fosse, isso iria ficar pra mim. Eu nunca havia sido muito certinho, no colégio eu era um dos bagunceiros, meus pais odiavam isso. Não tínhamos uma condição de vida boa, nossa casa era muito velha e tinha um porão, não via meu irmão haviam dois dias, então fui até esse porão." Cerrou os olhos e apertou minha mão. "Ele estava lá, jogado no chão com várias bebidas e medicamentos ao lado do corpo dele, permaneci ao lado do meu irmão, ou do corpo dele, me julgando pela família que tínhamos, ele era meu melhor amigo, a única pessoa com que eu sabia que poderia contar a hora que fosse e para o que fosse. De certa forma, meus pais tiraram a vida dele, o enlouqueceram e o mataram aos poucos... Isso quase aconteceu comigo, mas eu fugi a tempo, saí em uma noite fria e escura com a bicicleta que meu irmão tinha deixado. Tinha pouco mais de 200 reais no bolso e usava o dinheiro pra me alimentar, fui parar numa cidade pequena, todos os dias comia em um bar ali, posteriormente consegui um trabalho ali e um teto, dormia no bar depois de fechá-lo. Trabalhei até meus 19 anos, não gastava meu salário com nada e tinha uma boa quantia, comprei minha passagem pra França e voltei a trabalhar em um bar, ganhei uma bolsa em uma faculdade, estudava feito um louco até o John começar a frequentar esse bar e me treinar pra um trabalho. Desse jeito, consegui ser o que eu sou hoje, uma pessoa fria, mas com poder, o garoto com sonhos dentro de mim se foi junto com o Mike."
Meu corpo estava totalmente arrepiado com o que acabara de ouvir, não conseguia acreditar que por trás dessa armadura, tinha um garoto que havia sofrido, sofrido muito... Algumas lágrimas caíram de meus olhos, não sabia nem o que dizer pra ele, mas uma dúvida ainda batia.
"Porquê não me disse antes? Porquê mentiu sobre sua origem? Me disse que tinha vindo de Washington..."
"Pra você não sentir pena de mim, pra não achar que eu era um pobretão."
Beijei a mão dele e acariciei seu cabelo. "Eu sinto muito por tudo o que aconteceu... Eu nem imaginava que tinha passado por isso."
"Posso te pedir segredo?"
"Vou levar seu segredo comigo, não vou contar pra ninguém."
Ele deu um leve sorriso. "Por isso eu não quero filhos, seria o pior pai do mundo."
Bateram na porta, era o médico que estava cuidando dele. Ele o examinou e escreveu algumas coisas.
"Precisa descansar um pouco, senhor Grommer, procure dormir depois de almoçar."
Ele assentiu. "Minha noiva não tem que sair, não é?"
"Na verdade, é o melhor, mas pode ser depois do seu almoço."
"Depois eu volto, anjo."
"Espera o almoço?"
Assenti.
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Oi gente, desculpem a demora, mas pra compensar, o capítulo está grandinho pakpakspkpask O que acharam do capítulo? Da ida do Cody? Da humilhação na empresa? Da briga com o Thomas? Da confissão dele? Comentem bastante, tá? CONTINUO COM +10 COMENTÁRIOS, COMENTEEEM, XOXO <3



quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Capítulo 97 - Decisão.

Começamos guardando tudo nas caixas, as colocamos no corredor e agora restavam os móveis. 

"Achei duas janelas aqui." Ela riu apontando pra janela. "Mas emperraram."
"Vou abrir."
"Boa sorte."
Janelas de madeira na praia, nunca dão certo, pensei comigo. Depois de dois chutes, consegui abrir uma depois de dois chutes.
"Podemos deixar só essa?"
"Pode, não quero que morra abrindo uma janela."
"Obrigado."
"Agora me ajuda a tirar os móveis do meio."
"Nada disso, senhorita, eu não vou te deixar fazer força, vai forrando o chão enquanto eu tiro os móveis."
"Eu posso ajudar."
"Não, não pode."
Ela bufou e pegou a pilha de jornais. Sozinho demorei um pouco pra conseguir colocar os móveis no corredor. Quando acabei, fui até a garagem, peguei a escada e uma lâmpada e voltei pra lá, Ísa estava arrumando a tinta pra nós.
"Me dá uma ajudinha com a lâmpada?"
"Claro."
Entreguei pra ela segurar a lâmpada nova, bom era a primeira vez que trocava uma lâmpada. 
"Espero que acenda." Disse ao pular da escada.
"Eu também." Riu. "Vou acender pra ver se você é um bom eletricista."
"Com toda a certeza eu sou, mas não vou seguir carreira."
"Parabéns." Ela disse depois de acender. "Vamos ver se é um bom pintor agora."
"Mãos à obra, gatinha."
Pegamos os rolos, tínhamos escolhido, na verdade ela tinha escolhido, um rosa coral. Optamos por pintar a mesma parede de uma vez pra irmos mais rápido. Estávamos acabando a última quando ela balançou o rolo sem querer, pingando tinta em nós. 
"Ei!"
"Desculpa." Tapou a boca com as mãos. "Não foi por querer."
Mergulhei o dedo na tinta e passei no rosto dela. "Também não foi por querer." 
"Cody!" Bateu no meu braço.
"Você que começou."
"Você é besta demais."
"Talvez." Dei ombros e passei meu rolo de tinta nela.
"Ah, é assim?" 
Ela revidou e ficamos um jogando tinta no outro até nos jogarmos no chão rindo feito dois retardados. 
"Era pra pintarmos a parede, sabe?" 
"Você começou."
"E agora você acaba de pintar a parede." Me deu língua.
"Posso fazer uma observação?"
"Faz."
"Você ficou uma delícia assim cheia de tinta."
Ela corou e encarou o chão.
"Ok, vou pintar a parede." Levantei. 
Quando acabei de pintar, coloquei os móveis e pedi pra que ela arrumasse as coisas, já que eu não seria bom com isso. 
"Aonde ponho essas telas?"
"Coloca o suporte perto da janela e elas encostadas na parede."
"Ok."
Fiz o que ela tinha pedido e fui pedindo outras opiniões. Ela arrumava os pincéis e tintas em uma estante de madeira ao lado da mesa. O que me chamou a atenção foi que ela estava na maior paciência arrumando todas por cor. Coloquei a última peça, uma poltrona meio velha, pra dentro e fui pro lado dela.
"Quer ajuda?"
"Não precisa." Virou rápido pra mim e colocou uma das mãos na cabeça.
"Tudo bem?"
"Tudo." Olhou pro relógio. "Meu Deus! São 3h da tarde, não é a toa que estou tonta." Riu.
"Em duas horas eles chegam, vou buscar alguma coisa pra comermos, fica bem sozinha?"
"Claro, pode ir."
Peguei o carro e segui pra um restaurante a duas ruas de casa, enquanto esperava os pedidos ficarem prontos, observei que o céu estava quase preto, o que era estranho já que esses dias tinham sido de muito sol... Se não chegasse logo em casa, pegaria uma baita chuva. Ao sair do restaurante, o céu já começava a dar indícios de chuva, coloquei o pé no acelerador pra chegar em casa o mais rápido que desse. Guardei o carro na garagem e entrei em casa, Ísa estava acabando de fechar as janelas da cozinha.
"Parece que vai chover logo mais." Ela disse. "E eu já acabei lá em cima."
"Que eficiente, heim." Ri.
"Só falta fechar a janela emperrada."
"Ok, vou lá fechar."
Estava no último degrau da escada quando um trovão cortou o céu e iluminou até dentro de casa. 
"Eu vou com você." Ela veio correndo até mim.
"Ih, medrosa."
"Cala a boca, Cody."
Realmente, tínhamos feito um bom trabalho e o ateliê estava super diferente. Foi um sacrifício pra fechar a janela, mas os anos de academia ajudaram em algo.
"Cody..." Ela me chamou sem parar de rir. 
"Oi? Porquê está rindo?"
Ela continuou rindo, sem conseguir dizer nada.
"Fala logo, Ísa."
"Você saiu desse jeito?" 
"Puta que pariu! Você nem pra me lembrar."
"Eu achei que você ia se trocar e se limpar." Ainda rindo.
"Caralho, não acredito." Acabei rindo também. "Agora eu sei porque estavam todos olhando pra mim."
"Minha barriga já dói de tanto rir."
"Então para, eu agradeço."
Ela respirou fundo, se recompondo. "Parei."
"Bom mesmo. Arruma lá a mesa pra gente? Eu já desço."
Ela assentiu e saiu do ateliê, fui até minha filmadora "escondida" e a desliguei, deixei no meu quarto carregando e fui pro andar de baixo. Uma chuva bem forte começou quando acabávamos de comer, o vento fazia altos ruídos do lado de fora e isso fez com que a luz caísse.
"Era só o que faltava." Ísa bufou.
"Normal das tempestades." Disse após recolher os pratos e colocar na pia. "Acho bom eu ligar pros meus avós."
"Também acho, eles foram com o jipe, não?"
"Na verdade, eles pegaram um ônibus pra cidade vizinha, meu avô não dirige muito, mas eles levaram o jipe pro concerto."
"Podemos buscar eles."
"Vou ver." Tirei o celular do bolso e disquei.
~ POV Heloísa Dobrev ~
Cody falou pouco no telefone com eles e, pelo que entendi, íamos buscá-los apenas no outro dia. Isso significava passar uma noite sozinha. Com o Cody. Bom, mas a noite passada também tínhamos passado sozinhos e nada tinha acontecido, então não tinha com o que me preocupar.
"Ísa? Estou falando contigo."
"Hm? O que?"
"Disse que vou sair daqui às 10h e perguntei se vai comigo."
"Vou, pode me acordar."
"Ok. O que quer fazer agora?"
"Tomar um banho."
"Que tal um banho diferente?"
"Não vou tomar banho com você." Disse de sobressalto.
"E quem propôs isso?" Riu.
Dei ombros. "Vai, fala."
"Faz um baita tempo que eu não tomo banho de chuva, topa?" Me olhou. 
"Hm... Topo."
"Vamos." Levantou e me estendeu a mão, apontando com um meneio de cabeça pra porta.
Peguei em sua mãos e fomos pra fora, indo de uma vez pra debaixo da chuva. Ele abriu os braços, sentindo a chuva cair sob seu corpo e sorriu.
"Pela primeira vez em três anos, eu sou uma pessoa normal."
"Nossa."
"É sério... Eu estava sendo Cody Simpson, o cantor pop, e agora eu sou Cody Robert Simpson, um cara normal."
"Eu curto os dois."
"Ah, curte?" Arqueou uma sobrancelha, o que o deixava extremamente sexy.
"Bastante."
Sem delongas, ele me trouxe levemente pra si, nos colando. A chuva estava caindo por entre nós antes de nossos lábios se encontrarem em um beijo carinhoso, abraçava sua cintura e ele por cima de meus ombros. Ao fim do beijo, seus lábios se direcionaram pra minha testa, depositando um beijo ali. O contato de nossos corpos ainda quentes com a mistura da chuva forte sob nós, fazia o momento ainda mais especial, talvez pudesse dizer assim. 
"Beijo, chuva, você comigo." Intensificou o abraço.
"Pra ficar ainda mais perfeito só falta o violão."
"Quem sabe ainda não fique ainda mais perfeito." Piscou pra mim.
"Me dá mais um beijo?"
"Quantos você pedir."
Novamente, ele me beijou, dessa vez sua mão partiu pra minha nuca, fazendo eu me arrepiar com seu toque. Logo depois do beijo, ele me girou, me deixando de costas pra ele, passou seus braços por minha cintura, entrelaçando nossas mãos e seu queixo se apoiou em meu ombro. 
"A gente não sabe ficar só como amigos quando estamos sozinhos." Ri.
"Talvez porque seja impossível, baby."
"Ou porque nossas carnes são fracas."
"Pode ser também." Riu.
"Bom, acho que agora eu preciso de um banho, a tinta está escorrendo por tudo."
"Foda vai ser a gente entrar desse jeito."
"Concordo."
"Deve ter algum pano na garagem."
Encontramos alguns panos na garagem, corremos pro coberto com eles e secamos as pernas, por onde estava escorrendo a tinta. Fui tomar banho pra tirar o gelado do corpo, mas só aí lembrei que não tinha luz e a água estaria gelada também. Droga! Acabei tomando banho daquele jeito mesmo, tinha que tirar a tinta de mim. Saí do chuveiro tremendo, coloquei uma calça de moletom e uma babylook, sequei um pouco o cabelo em uma toalha e enrolei um pouquinho pra descer. Me deparei com Cody sentado na janela dedilhando o violão e várias velas pela sala, me escorei no corrimão e fiquei observando ele tocar. Ao acabar a melodia, ele virou a cabeça na minha direção e deu um leve sorriso. 
"Gostou?"
"Sim." Sorri. "Tem uma música pra melodia?"
"Tenho, quer ouvir?"
"Adoraria."
"Eu fiz ela meio de última hora, ainda não sei se está muito boa."
"Não me importo, pode cantá-la do jeito que está." Disse. "Qual o nome?"
"Rainy Day."
Ri. "Você não fez essa música agora, fez?"
Ele deu ombros. "Talvez banhos gelados me deem inspiração."
"Eu demorei tanto assim pra conseguir ter escrito?"
"Quase uma hora." Riu de leve. "Posso tocar?"
"Pode." Sentei à sua frente com as pernas dobradas.
As melodias começaram e logo ele começou a cantar. "O homem do tempo está chamando a chuva hoje, então eu pensei que poderíamos sentar perto da janela enquanto eu toco uma canção de amor para você. Não se preocupe com os raios e os trovões, apenas sente perto de mim em volta do meu braço, vou segurar as cordas enquanto você dedilha junto. E estaremos seguros dos danos, você e eu juntos por algumas horas apenas observando fora da janela. Esta tempestade poderia ser tão bonita, estas nuvens poderiam ser sol... Se este meu coração fosse seu e o seu fosse meu esse dia chuvoso tudo ficaria bem... Esse dia chuvoso tudo ficaria bem... Não há ninguém aqui exceto você e eu, e as árvores balançando suavemente com folhas de verde brilhante. O que há de tão errado em ser feliz? Tenho um céu cinzento, quando tenho você garota (Ao meu lado) e estaremos seguros dos danos você e eu juntos por algumas horas apenas observando fora da janela. Esta tempestade poderia ser tão bonita, estas nuvens poderiam ser sol... Se este meu coração fosse seu e o seu fosse meu esse dia chuvoso tudo ficaria bem. Venha chuva, venha brilhar, vamos garota eu já me decidi, você é a única que transforma estes céus cinzentos em sol. Quando eu olhar para você e ver aquele pequeno sorriso. Esta tempestade poderia ser tão bonita, estas nuvens poderiam ser sol... Se este meu coração fosse seu e o seu fosse meu esse dia chuvoso tudo ficaria bem. Esta tempestade poderia ser tão bonita, estas nuvens poderiam ser sol... Se este meu coração fosse seu e o seu fosse meu esse dia chuvoso tudo ficaria bem, esse dia chuvoso tudo ficaria bem, esse dia chuvoso tudo ficaria bem, esse dia chuvoso tudo ficaria bem..."
Estava sorrindo feito uma boba quando ele terminou a música.
"Parabéns, ficou linda."
"Obrigado." Deu um pequeno sorriso. "Vou escrevê-la direitinho e, quando voltar pro estúdio, gravo ela."
"Tem outras?"
"Algumas."
"Me mostra?"
"Não, senhora, tem que ter uma expectativa pra você comprar meu novo cd."
"Ah..." Fiz beicinho.
"Prometo que te mostro mais uma, mas só no fim da viagem."
"Melhor do que nada." Ri pelo nariz.
"Ainda sabe tocar?" Mudou o assunto.
"Acho que não."
"Quer tentar?"
"Me ajuda?"
Ele me entregou o violão, sentei na frente dele, ele segurava as cordas esquentas eu deslizava os dedos formando a melodia, tal como a música descrevia. Ficamos sentados na janela com o violão por algumas horas, a chuva parecia não dar trégua em nenhum momento. Já estava escuro e a fome batia novamente.
"Tem algo pra comer?"
"Tem que fazer, mas se quiser pronto, tem salgadinho e bolacha."
"Estou com fome."
"Vamos pra cozinha." Se rendeu, erguendo os braços.
Fizemos uma comida rápida, na verdade eu fiz e ele ficou segurando uma vela pra não dizer que não estava fazendo nada. Depois de jantarmos, ele lavou as louças e eu fui deitar no colchão que estava no meio da sala, fiquei pensando um pouco em tudo o que estava acontecendo entre nós, conseguiria eu voltar pra minha antiga vida sem ele? Talvez isso chegasse a ser impossível... A certeza ainda maior bateu quando ele voltou da cozinha e deitou com a cabeça na minha barriga.
"Posso ficar?"
"Claro."
"Não está machucando?"
"Você não é tão pesado assim." Ri e mexi no cabelo dele com uma mão.
A mão que estava livre, logo foi entrelaçada na dele, ficamos assim por um bom tempo, dai eu acabei dormindo. No dia seguinte, acordei abraçada com ele, Cody já estava acordado e mexia no meu cabelo.
"Bom dia." Beijou minha testa.
"Bom dia." Sorri.
"Temos que ir já, tomamos café no caminho, pode ser?"
"Vou me trocar, ok?"
"Eu diria que você está linda assim, mas você não me ouviria, não é?"
"Talvez eu ouça." Ri. "Só vou arrumar o cabelo e escovar os dentes." Levantei.
Ajeitei a roupa, prendi o cabelo num coque e fui fazer minhas higienes. Cody colocou apenas uma regata e continuou com a calça de moletom. Saímos no carro preto e, antes de irmos pra outra cidade, paramos pra tomar café em uma padaria, fomos clicados saindo do carro e dentro do.estabelecimento várias vezes.
"Vai dar o que falar."
"Normal." Riu. "Somos famosos."
"Daqui a pouco você olha aí que já vai ter algo."
"Que curiosa."
"Claro, se vão falar de mim, eu quero saber o que."
Ele riu e terminou seu cappuccino. "Está terminando?"
Assenti e terminei meu suco, juntamente com o último pedaço do lanche. Fomos pagar e voltamos pro carro. Depois de alguns minutos, abri um site de fofoca e estávamos na primeira página, comecei a ler pra ele.
"Noite juntos, será? Cody Simpson e Heloísa Dobrev foram clicados hoje de manhã, aparentemente os dois estavam de pijamas e ambos de óculos escuros. Os dois saíram do carro que o cantor dirigia e entraram em uma padaria famosa de Gold Coast. Sem se importarem com a presença de fotógrafos, os dois conversaram e tomaram café normalmente, Cody aparentava estar bem feliz e Helô não ficava pra trás. Vale lembrar que os dois estavam separados há três anos, será essa uma possível reconciliação ou os dois são apenas amigos revendo os velhos tempos?" Guardei meu Iphone. "Essa mídia gosta de uma fofoca, heim?" Ri.
"As fãs devem estar maluquinhas com isso."
"Com toda a certeza."
"Elas têm torcido muito por nós, pra voltarmos."
Abaixei a cabeça, encarando minhas mãos em meu colo. Quase não dissemos mais nada durante o caminho... Ao encontrarmos os avós dele, fomos apresentados aos amigos deles e conversamos bastante, acabamos até por almoçar lá mesmo. Minha ansiedade pra eles verem o que tínhamos aprontado no ateliê aumentou mil vezes mais ao pegarmos caminho pra casa novamente. 
"Temos uma surpresa pra vocês, principalmente pra você vó." Cody disse ao estacionar na frente da garagem.
"O que é?"
"Subam e vejam."
Segui os dois enquanto Cody guardava o carro. Eles procuraram em tudo, menos no ateliê.
"Não acharam ainda?" Ele perguntou.
"Ainda não."
"Que tal abrirem essa porta?" Apontou.
Eles ficaram meio receosos, então nós abrimos a porta. Os dois pareciam encantados com o local, Cody me abraçou de lado enquanto observávamos as reações deles. Depois de olhar tudo, a avó dele veio nos abraçar, nos olhamos orgulhosos enquanto eles agradeciam.
[...] O restante dos dias foram passando, era estranho olhar a cada dia que passava e ver que era um menos com ele. O último dia, apenas algumas horas na Austrália, ele já me cobrava uma resposta de o que eu faria quando o tempo acabasse, eu mesma não sabia o que iria fazer. Acabava de arrumar minhas malas e continuava com a cabeça cheia, não conseguia responder as questões que eu mesma fazia. Naquela noite, repousei a cabeça no travesseiro e não consegui dormir direito, peguei no sono apenas quando já estava clareando.

Acordei com meu celular ecoando no quarto, tenho que lembrar de colocar no silencioso... Li "Thomas" no visor e atendi, ainda meio dormindo.
~ Ligação

"Oi, anjo." Sentei na cama.
"Já viu a internet hoje?" Perguntou, sem paciência.
"Bom dia pra você também."
"Bom dia só se for pra você."
"Que bicho te mordeu?"
"Talvez não seja um bicho e sim um bom par de chifres na minha testa."
"Do que está falando?"
"Dessa porra de viagem que você está fazendo com esse cara. Vê a internet e me diga se eu tenho razão ou não." Desligou na minha cara.
~
Paparazzis, pensei comigo, mas peguei o notebook e abri o twitter pra ver se era algo lá, parecia ter aberto na hora certa... O primeiro tweet da timeline dizia o seguinte: "será que a Helô já viu o vídeo que o Cody postou? #CodisaIsBack", não precisei rolar muito pra achar o link. 
(COLOQUE PRA TOCAR ANTES DE CONTINUAR LENDO! CLIQUE AQUI)

~ Vídeo ~
“If You Left Him For Me by Cody Simpson, Florent Déchard e Jake Thrupp” aparecia na tela logo de início, assim que as batidas da música começavam, em seguida Cody aparecia na praia, cantando.
Será que ele te chama de linda quando está dormindo pela manhã? Porque eu faria, eu faria. Ele faz você rir quando ele está te mandando uma mensagem na aula? Porque eu faria, eu faria.”
A primeira cena nossa, era a de mim dormindo no avião e em seguida pedindo pra ele desligar a câmera enquanto tampava meu rosto com as mãos. Depois vinha a do iate, como eu tinha certeza de que Jake tinha filmado, mas não mostrava a parte do beijo, apenas estávamos abraçados.
“Eu te amaria mais, eu te beijaria mais suavemente, eu poderia te dar tudo que você precisa, te abraçaria forte, faria você sorrir mais, se você o deixasse por mim. Garota, você não pode negar que somos únicos. Juro que vai valer a pena, você não vê o quão perfeito seria se você o deixasse por mim?”
Ele fazia uma cara apaixonante pra cantar, como se estivesse trazendo o sentimento à tona. Juntamente com as batidas, vinha uma foto minha com o Thomas, uma das poucas que tínhamos tirado... Eu e Cody aparecíamos pintando o ateliê, o começo daquela guerrinha de tinta, mostrando ela até o fim, onde rimos muito e, bom, parecíamos felizes, mas isso não mudava o fato de eu estar incrédula por estar passando a imagem de corno do meu noivo. A maioria das fotos que tínhamos tirado até o fim da viagem vinha aparecendo rapidamente, mas dava pra se ver claramente uma onde dávamos um selinho.
Será que ele compra rosas quando você está se sentindo desanimada? Porque eu compraria, eu compraria. Não preciso de dinheiro, oh querida, só preciso de você. Isso me deixa louco, baby, precise de mim também. Vamos atingir a cidade, venha comigo. Sim, vou mostrar a você, uma coisa ou duas. Eu te amaria mais, eu te beijaria mais suavemente, eu poderia te dar tudo que você precisa, te abraçaria forte, faria você sorrir mais, se você o deixasse por mim. Garota, você não pode negar que somos únicos. Juro que vai valer a pena, você não vê o quão perfeito seria se você o deixasse por mim?”
Em seguida vinha o dia em que fomos até um parque aqui perto com Nick e Jake, o que não tinha sido há muitos dias. Ele me entregava uma rosa juntamente com um balão e beijava meu rosto, em resposta, eu sorria feito uma boba e o abraçava. Retrocedendo pra dias mais antigos, mostrava nós quatro em volta de uma fogueira, rindo e brincando enquanto fazíamos marshmallows, Cody e eu dividíamos o mesmo cobertor e hora ou outra nos olhávamos com um grande brilho nos olhos.
“Se você o deixasse por mim.”
E a minha foto com o Thomas se repetia... Ele aparecia andando sozinho pela praia, apenas com o violão em suas mãos conforme a música ia tocando. Logo, a cena mudava pra quando eu estava andando com ele, minha cabeça repousava em seu ombro e seu braço estava em volta da minha cintura. Brincamos na beira da praia, chutando água um no outro, sem nos importarmos com algumas pessoas em volta que observavam, mas elas não apareciam muito no vídeo. O restante das fotos que tínhamos tirado voltava a aparecer em mesma velocidade que anteriormente, algumas até chegavam a se repetir. Cody aparecia cantando novamente, desta vez sentado em uma das rochas da praia, com o sol batendo em seu rosto, ele olhava diretamente pra câmera, me dando a impressão de ele estar na minha frente no exato momento.
“Juro que vai valer a pena, você não vê o quão perfeito seria se você o deixasse por mim?”
E ele piscava antes de escurecer a câmera com sua mão.
~ POV Cody Simpson ~

Juntei as malas, estava impaciente pra quando ela visse o vídeo. Estava quase arrancando a pele dos meus dedos quando a porta se abriu, quase saindo do batente. 
"Que porra você fez?" Passou as mãos pelo rosto. 
"Eu esperava um abraço, sabe?"
"Ao invés de um abraço, eu poderia te dar um bom tapa na cara. Você foi um... Idiota!"
"Ísa, espera..." Disse sem entender. "Me explica o que está acontecendo."
"Essa droga de vídeo, você passou a imagem de que eu traí meu noivo, manchou a imagem dele."
"E você não traiu?" Arqueei as sobrancelhas.
"Não era pra ele saber desse jeito!" Balançou a cabeça. "Eu até tinha pensado em ir pra Los Angeles contigo, nem que fosse só por um tempo apenas pra eu me certificar de que você era o certo pra mim, mas mais uma vez você se equivocou e me fez ver que você não mudou."
"Ísa..." Interrompi.
"Fala a verdade, você fez isso só pra humilhar ele, não foi?" Me encarou.
"Eu só fiz isso pra que você visse o quanto nos divertimos..." Levantei, ficando na frente dela. "... o quanto estávamos felizes, caralho! É difícil pra você entender que eu só fiz isso pra você? Unicamente pra você, pra nós... E não é possível que vá desistir de mim apenas por causa disso, a gente se ama, Ísa!"
"Poderia ter mostrado apenas pra mim, seria tudo mais fácil, também não precisava da fotos do Thomas... Foi ridículo."
"Não pode estar falando sério! NÃO PODE!"
"Mas eu estou." Saiu do quarto, me deixando sozinho ali.
Dei um chute na porta e sentei na cama, o que de tão errado tinha nisso? Resolvi repassar o vídeo pra tentar entendê-la, mas talvez isso fosse impossível. Por outro lado, ela poderia mudar de ideia até chegarmos na França, sim eu iria até lá e depois pegaria o voo pra L.A... Sendo assim, ainda tinha algum tempo. Desci minhas malas pro carro e esperei ela descer, enquanto isso, fui me despedindo dos meus avós. 
"Eu abro." Disse depois de ouvir a campainha e segui pra porta.
"Vim me despedir." Yas me abraçou. "Quando você volta?"
"Eu não sei." Balancei a cabeça.
"Eu te conheço e você não está bem."
Ri pelo nariz. "Realmente, não está... Não mais."
"Mas, pelo que me disse tem dois dias, tudo estava bem entre você e a Helô, não estava?"
"Estava, não está mais."
Fiz um breve resumo pra ela, que como sempre, tentou ver pelo lado positivo pra me ajudar, mas não conseguia aceitar algo de positivo nessa história.
"Vai ficar tudo bem." Me abraçou outra vez. "Você vai ver."
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Oi gente! Tudo bem? O que acharam do capítulo? A Ísa vai mudar de decisão até a França ou o que vocês acham que vai acontecer? Cody vai voltar sozinho pra L.A.? P.S. desculpem a descrição do vídeo ter ficado ruim, mas eu não sabia bem como fazer isso pakspkapakapks Espero que tenham gostado. Continuo com +10 comentários, COMENTEM!