Deixei o celular de lado e olhei pra ela outra vez, voltei
pra cama com um enorme peso na consciência. Acariciei seu cabelo e ela acabou
acordando.
"Oi,
amor." Me deu um selinho. "Bom dia."
"Bom
dia, pequena."
"Que
cara é essa?"
Tentei
disfarçar com um leve sorriso, mas não foi o bastante. "Nada."
"Tem
certeza?"
"Absoluta."
Dei um selinho nela.
"Sabe
o que eu pensei?"
"O
que?"
"Em
irmos até a casa do meu pai agora de manhã, tomar café com ele, depois já vamos
pra casa dos seus pais pra ajudar com os preparativos."
"Ok,
pode ser."
Ela
levantou antes de mim e foi se arrumar, fiquei perdido nos meus pensamentos
enquanto esperava.
"Ei."
Estalou os dedos à minha frente. "Vá se arrumar, amor."
Fui
pro banheiro, fiz minhas higienes e me troquei o mais rápido que deu, ela já
tinha aberto as janelas e deixado Teddy com comida e água novas. Descemos pro
estacionamento e ela foi me explicando o caminho até o prédio onde seu pai
morava. Chegando lá, interfonaram e logo nossa subida foi liberada. Não sabia
bem o que esperar dessa conversa com o pai dela e, quando a porta do
apartamento se abriu, eu gelei.
"Filha!"
Abraçou ela. "Cody." Me cumprimentou com a cabeça, parecia tão sem
jeito quanto eu, que fiz o mesmo.
Ísa me
puxou pra dentro e nós sentamos no sofá, o pai dela sentou à nossa frente.
"Não
sabia que estava em Los
Angeles , Helô."
"Não
faz muito tempo, pai."
"Já
está hospedada?"
"Já,
fica tranquilo."
"Não
está mais noiva daquele almofadinha, está?"
Ela
riu. "Não, não estou."
"Que
ótimo! Aceitam tomar café, a empregada já está colocando na mesa."
O café
correu um pouco silencioso, os dois falaram um pouco sobre a saúde do pai dela
e eu apenas prestava atenção, sem optar em nada. Voltando pra
sala, Ísa começou a me envolver nos assuntos, mas continuava sem jeito.
"Cody,
você concordou em vir comigo e tentar se acertar com meu pai, faça o mínimo
esforço, por favor."
"Desculpa,
amor, é que só estou sei lá, é estranho..."
"Acertar?"
O pai dela perguntou. "Temos algo pra acertar?"
Ela
arqueou as sobrancelhas. "Não tem mais nada contra meu relacionamento com
o Cody?"
"Prefiro
ele do que o que era seu noivo, se é pra se relacionar, que seja com quem te
faz bem."
"Isso
é sério?"
"Claro,
rapaz."
"Obrigado,
é importante pra mim que aceite nosso relacionamento, tudo o que eu quero é
fazê-la feliz."
"Eu
sei, percebi isso quando foi pra França atrás dela."
"Que
bom que percebeu isso, pai, é realmente muito importante."
Ele
balançou a cabeça. "Os dois estão felizes?"
Nós
olhamos e foi inevitável o sorriso. "Muito." Dissemos juntos.
"Então
fico feliz por vocês."
Almoçamos
com o pai dela, depois de eu ter ligado pra minha mãe e ela dizer que não
estava precisando de ajuda. Fomos pra casa logo, eu e o pai dela já estávamos
conversando um pouco mais a vontade antes de irmos, o que me deixou aliviado. O
dia foi passando muito rápido, logo estava na hora de nós arrumarmos pra ir, ao
pegarmos as sacolas com os presentes pra levarmos pro carro senti um enorme
peso na consciência me bater, enquanto ela estava sorridente, mas me parecia um
pouco nervosa. O caminho foi hiper rápido até a casa dos meus pais, ela deixou
as coisas comigo e foi com Alli pra cozinha. Tirei tudo das sacolas e deixei na
árvore com o restante.
"E
aí, cara?" Josh colocou a mão em meu ombro. "Conseguiu algo?"
"Não
tem porra nenhuma aberta em
Los Angeles. "
"Cara,
como pode esquecer? Acho que devia ser seu presente mais importante."
"E
era, mas eu pensei que já tinha comprado."
"Você
estaria fodido se não fosse por mim e pela Alli."
"Como
assim?"
"Iríamos
trocar as alianças hoje, mas resolvemos te dar as alianças pra Ísa não pirar."
"É
sério?"
"Claro
que é sério, broh." Me entregou uma pequena sacola, cuja mesma já estava
com uma etiqueta com o nome da Ísa.
"Obrigado,
cara!" Abracei ele.
"Só
mão deixe ela olhar dentro das alianças e logo compre outras pra trocar."
"Pode
deixar."
Agora
mais sossegado, relaxei no sofá, depois de algum tempo vi que Alli estavam no
andar de cima e fui lá pra agradecer.
"Já
agradeci o Josh, agora obrigada, Alli." Abracei ela.
"Por
nada, não podia te deixar fazer essa besteira." Riu de leve. "Pisou
na bola." Ela olhou pra baixo e percebi que fez um sinal, mas como isso
era normal entre ela e o Josh não liguei.
Alguns
longos segundos de silêncio ficaram entre nós.
"Posso
te fazer uma pergunta?" Alli perguntou finalmente.
"Claro,
o que foi?"
"Você
pretende ter filhos?"
"Porque
essa pergunta agora?"
"Porque
eu nunca te perguntei antes, é uma curiosidade."
"Ok...
Pretendo só que bem mais pra frente, quando minha carreira se estabilizar, mas
no momento não."
"Porquê
não?"
"Porque
atrapalharia todo meu trabalho até aqui, eu ficaria sem tempo pra me concentrar
em músicas, turnês, etc."
"Ah..."
"Alli,
porque está me perguntando isso?" Arqueei as sobrancelhas.
"Curiosidade,
já disse. Bom, vou lá com os outros."
"Eu
também vou."
Eu e
Alli íamos descer as escadas, Ísa estava nos degraus com a cabeça nas mãos,
sentei do lado dela e Alli continuou o caminho.
"O
que foi, pequena?"
"Nada."
"Porquê
está aqui cabisbaixa?" Passei o braço pela cintura dela.
Ela se
soltou, levantando em seguida. "Nada, Cody."
Ela
subiu e foi pro quarto. Olhei pela porta de vidro e fui até Alli, que estava
com Josh.
"Alli,
o que a Ísa tem? Eu posso saber?"
"Pergunta
pra ela."
"Você
sabe o que é?"
"Sei,
mas fala com ela."
"Alli,
caralho!"
"Caralho
nada, fala com ela."
"Josh,
fala pra ela me falar."
"Se
ela não quer falar é sério, então vai lá falar com a tua namorada."
"Ela
precisa de você, bruvva."
"Está
me deixando mais nervoso ainda."
"Vai
logo, Cody!"
Entrei
em casa novamente e fui até o quarto sem fazer barulho, mas quando abri a
porta, ela me olhou, seu rosto estava inundado pelas lágrimas e seu rímel
escorria.
"O
que aconteceu?"
"Não
foi nada, Simpson." Passou as mãos pelo rosto.
"Levanta
daí pra gente conversar."
"Me
deixa em paz."
"Não
até falar comigo."
Rendida,
ela sentou. Sentei também, estava de frente pra ela e ela continuava chorando
descontroladamente.
"Poxa,
amor, não consigo te ver assim, ainda mais sem saber o porquê..." Ela
permaneceu quieta. "Pequena, fala comigo."
"Eu
não tenho o que falar."
"Tem
sim, a Alli sabe e eu também quero saber."
"Não
precisa saber de algo que você não quer."
"Mas
eu quero, dá pra você me falar?"
"Eu
vou me afastar pra não estragar sua carreira, pra não te deixar sem tempo pra
compor e pras turnês." Fungou deixando ainda mais lágrimas rolarem.
Fiquei
sem reação olhando pra cama e meus olhos marejaram.
"Vo-vo-você
está grávida?"
Ela
assentiu. "Mas não se preocupe, eu fico longe de você."
"Ísa..."
Coloquei o rosto dela entre as mãos e sequei suas lágrimas. "Você não vai
ficar longe de mim, agora eu entendi o porquê de a Alli ter me feito aquela
pergunta, mas eu nem imaginava que você estava grávida."
"Isso
não muda o fato de você não querer uma criança agora."
"Eu
não queria, mas se vamos ter um bebê eu vou aceitar, vou assumir, vou cuidar,
vou amar, eu posso pensar na minha carreira depois e, além do mais, posso
continuar a rotina, você viaja comigo. Eu quero esse bebê contigo, é o início
da nossa família."
"Cody..."
Olhou pro chão.
"Fala."
Levantei o rosto dela com a ponta dos dedos.
"Não
é um bebê."
"Como
não?!"
"Não
é um... São dois."
"Gêmeos?"
Arregalei os olhos.
"É
uma possibilidade grande." Suspirei. "Pode gritar comigo, pode fazer
o que quiser..."
Dei um
sorriso, abracei ela fortemente e dei um beijo demorado em seu rosto. "Vou
estar do seu lado sempre, vou te ajudar em tudo, é uma promessa."
Ela
aumentou a força do abraço e apoiou o queixo no meu ombro.
"Vamos
ser muito felizes, nós cinco."
"Cinco?"
Me olhou limpando as lágrimas.
"Nosso
primeiro filho, Teddy."
"Bobo."
Riu de leve.
"Eu
amo você." Dei uma sequência de selinhos nela.
"Eu
amo você também."
Peguei
em uma das mãos dela. "Vou estar do seu lado." Repeti.
~ POV Alli Simpson ~
"Para
de andar de um lado pro outro." Josh disse.
"Não
dá, estou nervosa, Josh."
"O
que aconteceu de tão grave?"
"Na
hora certa vocês vão saber."
"Estou
ficando com medo do que possa ser." Riu de leve.
Os
dois saíram de casa de mãos dadas e vieram em nossa direção.
"Estava
chorando?" Josh apontou pro rosto dela que estava hiper vermelho.
"Já
passou." Deu um leve sorriso.
"Conversaram?
Digam que sim."
"Conversamos
e nos acertamos." Cody disse.
"Awn,
parabéns!" Abracei os dois.
"Dá
pra vocês me explicarem? Estou boiando."
"Nós
vamos falar?"
"Pelo
menos pra equipe por enquanto."
"No
jantar?"
"Pode
ser." Abraçou ela de lado.
"Dá
pra pararem de suspense comigo?"
"Espera
um pouquinho, bro."
~ POV Heloísa Dobrev ~
Cody
sentou numa espreguiçadeira e me chamou pra sentar com ele, ele passou o braço
por meu ombro e entrelaçou a mão na minha. Minutos depois, notei seu olhar fixo
em minha barriga.
"O
que foi?" Perguntei baixo.
"Só
estava pensando em daqui alguns meses." Sorriu um pouco bobo.
"Coisas
boas ou ruins?"
"Claro
que boas." Beijou minha testa.
"Como
está se sentindo com tudo isso?"
Ele
brincou com meus dedos antes de responder. "Feliz, mas com um pouco de
medo."
"Acho
que é normal ter medo, eu também estou me sentindo assim."
"Nova
fase da nossa vida a dois... Ou a quatro." Riu.
"Vai
ser complicado pra nos virarmos."
"Talvez
não."
"Do
que estão falando tão baixo?" Angie perguntou.
"Segredos
de casal." Ri.
"Hm,
vou ficar curiosa."
"Depois
você fica sabendo, tia."
"Depois
quando?"
"No
jantar." Cody disse.
"Apenas
no natal." Corrigi. "Depois da meia-noite."
"Quanto
suspense." Riu.
"Tem
que ter, mas..." Olhei pro relógio no pulso do Cody. "...já são 22h,
tia."
"22h?"
Indagou. "Meu Deus! Não é à toa minha fome."
"E
nem a nossa." Cody disse.
"Vou
apressar o jantar, crianças." Correu pra dentro de casa.
"Crianças..."
Ri pelo nariz.
"Crianças
que fazem crianças não são mais crianças." Beijou meu rosto enquanto me
apertava.
"Bobo."
"Mas
é verdade." Riu. "Você já sabe o sexo?"
"Só
no mês que vem. O que você prefere?"
"Por
mim tanto faz, desde que venham saudáveis e tudo, mas se forem gêmeos, seria
legal termos um casal." Fez uma cara meio de bobo, mas foi fofa.
"Já
pensou? Seria tipo duas experiências em uma."
"Seria
ótimo." Ele sorriu. "Desde quando você sabe da gravidez?"
"Desde
a França..."
"E
porquê não me disse antes?"
"Queria
que aproveitássemos sem que você pensasse que eu vim pra Los Angeles só porque
estou grávida, quando essa não é a verdade."
"Eu
não pensaria isso."
"Claro
que pensaria, eu conheço você."
"Ah,
amor, sei lá... Poderia ter contado antes."
"Vai
ficar bravo com isso?"
"Não,
não vou, o importante é que você contou."
"Exatamente."
Sorri. "Ainda temos muito pela frente, 7 meses pra ser mais exata."
O
jantar logo foi servido, estava cada vez chegando mais perto da 00h e isso me
deixava com um enorme frio na barriga com medo da reação do pessoal, Cody
estava grudado comigo desde a hora que eu tinha contado da gravidez, Alli nos
olhava e começava a rir.
"Como
fazemos em toda a noite de natal antes da meia-noite, vamos dizer pelo que
somos gratos nessa noite." Tio Brad pausou. "Quem quer começar?"
"Eu
começo." Cody disse. "Nessa noite eu sou grato por estar com a minha
família reunida, por ter tido um ano produtivo e, principalmente, por ter a
minha namorada comigo agora, por ela me dar os melhores presentes do mundo e me
fazer um cara melhor." Sorriu pra mim.
"Que
lindos, que fofos, que tudo." Alli disse. "Agora vai você, cunhada."
"Ai
que vergonha." Passei as mãos pelo rosto. "Bom, sou grata por vocês
terem me recebido novamente aqui como se fossem minha família e sou grata por
estar com o Cody, com o nosso amor aumentando cada vez mais."
Ele
beijou meu rosto demoradamente.
"Agora
eu." Alli disse, sorrindo. "Sou grata por estar com todos vocês nessa
noite, por que é o melhor que poderia acontecer."
"Eu
sou grato por todos os presentes que vamos receber e pelas gatas na minha
vida." Tom disse, fazendo tia Angie o encarar com repreensão.
"Que
ótimo espírito natalino, meu filho."
Ele
deu ombros e continuou deitado do mesmo jeito.
"Sou
grato por estar com minha família reunida esta noite e pela felicidade de todos
nós, principalmente do Cody que andava triste pelos cantos e agora está
completamente o oposto." Tio Brad disse.
"Eu
sou grato por vocês estarem representando minha família neste natal, mesmo
sentindo falta deles." Josh disse.
"E
eu sou grata por toda a gratidão de vocês, por estarem aqui essa noite, fazendo
desse natal bom, espero que a união dure pra sempre e a felicidade
também." Pausou e olhou pro relógio. "E um feliz natal pra todos
nós." Seus olhos pareciam marejados.
Já era
00h e meu coração acelerou ainda mais, nos abraçando trocando os típicos
"feliz natal", mas eu estava perdida nos pensamentos. Alli foi a
última a vir me abraçar, me puxando pra um canto em seguida.
"Você vai ser a primeira,
eu estou realmente ansiosa pra ver a reação dos meus pais e do Cody quando
abrir a caixa."
"Eu
não consigo ser a primeira, Alli."
"É
claro que consegue, o Cody está do seu lado, já sabe a reação dele, meus pais
vão apoiar a gravidez tenho certeza."
"E
se não?"
"É
claro que vão, respira fundo e vai que você consegue."
"Ai,
ok..."
Tio
Brad serviu champagne nas taças que antes estavam no canto da mesa e nos
entregou. Um pouco de champagne não faz mal, pensei comigo mesma, mas quando ia
dar o segundo gole, Cody abaixou minha mão.
"Nada
de bebida pra você."
"É
só champagne, quase nem tem álcool."
"Não
discute."
"Só
mais um gole, poxa."
"Um
gole." Soltou minha mão.
Bebi
um gole bem maior que o anterior, quase deixando a taça pra baixo da metade.
"Caralho,
como você é teimosa!" Tirou a taça da minha mão e despejou o conteúdo na
sua.
"Que
ótimo, agora você bebe tudo." Revirei os olhos.
"Estou
apenas cuidando de você, besta."
"Champagne
não faz mal."
"Mas
acabou de acabar." Virou a taça em sua boca.
Me
joguei no sofá, bufando e logo todos estavam sentados. Era estranho e não tinha
nada a ver, mas sentia como se todos estivessem olhando pra mim, esperando uma
atitude. Alli me fez sair de meu pensamento enquanto fitava minhas mãos em meu
colo, com um quase grito dizendo que eu começaria. Minhas pernas tremiam no
caminho até a árvore, peguei a caixa nas mãos e fui pro meio da sala.
"Não
tenho muito o que dizer porquê eu não vou conseguir, então só quero entregar
isso ao Cody e agradecê-lo por tudo." Estiquei a caixa na direção dele,
que se levantou e ficou à minha frente.
Seus
olhos pareceram trazer o mar pra ele quando a caixa foi aberta, vi algumas
lágrimas tomarem o caminho de seu rosto e ele me puxou pra um abraço apertado,
a essa altura eu já não continha mais minhas lágrimas, desabando junto com ele.
"Foi
o melhor..." Ele fungou enquanto suas lágrimas eram derramadas sob meu
ombro. "O melhor presente de todos."
"Eu
amo você." Disse no mesmo tom que ele, quase sussurrando.
"E
eu sempre vou te amar. Desde sempre, para sempre, lembra do nosso lema? Agora
ele se concretiza mais ainda, nossa história será passada, nossa família está
sendo gerada. E é a melhor coisa, a melhor coisa desse mundo todo." Beijou
meu ombro.
"Nossa
história sempre foi conturbada, tão conturbada... Mas agora parece que teremos
o nosso merecido final feliz." Sorri em meio ao rio de lágrimas rolando.
Cody
se afastou e segurou meu rosto com uma de suas mãos. "Final não, Ísa, esse
é só nosso novo começo."
Sequei
suas lágrimas e nos beijamos, nunca tínhamos tido um beijo com tanta doçura
como esse, nos lábios iam em perfeita sincronia e nossos rostos eram
acariciados com extrema delicadeza. Ao no separarmos, ambos sorrindo, Tom pegou
a caixa da mão do Cody e colocou em seu colo, ficando boquiaberto ao olhar o
conteúdo nela presente.
"Ih,
caralho... Isso é sério?"
"O
que é sério?" A mãe dele pegou a caixa e ficou sem a mínima reação, seus
olhos foram se enchendo de lágrimas até transbordarem.
"Então
vocês estão grávidos?" Tio Brad perguntou com um enorme sorriso estampando
seu rosto.
O
máximo que eu consegui foi assentir, escondi meu rosto no Cody com certo medo
do que poderia vir. Ao contrário do que eu esperava, ele veio nos abraçar forte
e em poucos segundos todos vieram também.
"Quando
isso aconteceu? Digo, de quantos meses está?"
"Dois
meses, foi na Austrália..."
"Isso
é tão inacreditável, eu vou ser avó..."
"Agora
eu entendi o suspense." Josh disse, rindo pelo nariz.
"Tínhamos
que fazer um suspense." Disse.
"Estão
tomando todos os cuidados, fazendo os ultras?"
"Na
verdade, eu só soube a algumas horas, mãe."
"E
eu estou tomando alguns cuidados e, quanto ao ultra, só fiz o primeiro,
pretendo fazer o outro agora com o Cody."
"Quando?"
Ele perguntou em um tom animado.
"Quando
conseguirmos marcar, amor."
"Realmente
no final do ano é mais difícil de marcar algo."
"Não
se esqueçam de que eu sou Cody Simpson." Passou os braços por minha
cintura. "Vamos conseguir uma consulta até dia 26, você vai ver."
"Está
animado? Isso é tão lindo." Alli disse.
"Tenho
que estar, são meus filhos."
"Filhos?"
Meus pais, Tom e Josh arregalaram os olhos.
"Pode
ser que sejam gêmeos." Disse. "Ainda nada confirmado."
"Meu
Deus!"
"Gente,
vamos aos presentes? Depois continuamos, ok?"
"Como
a gente faz pra voltar o antigo Tom? Você ficou chato pra caralho."
"Que
seja." Deu dedo pro Cody.
"Está
perdendo a noção, moleque?" Abaixou a mão dele.
"Chega
vocês dois, eu não quero brigas nessa sala."
"Tenha
respeito com seu irmão, Tom."
Ele
revirou os olhos e sentou, tia Angie quem foi entregando os presentes de cada
um, íamos abrindo conforme recebíamos. Até o momento, tinha ganhado uma camisa
da Chanel, uma pulseira com vários pingentes e dois sapatos, um de salto e o
outro não.
~ POV Cody Simpson ~
Ísa
estava com a última embalagem do presente na mão, sendo ele o que Josh e Alli
tinham me dado. Não sabia se ela perceberia algo ou não, então me aproximei pra
entregar a aliança, pra que ela não olhasse dentro. Ela arregalou os olhos e
levou as mãos à boca quando viu as alianças, me senti mal por não ter pensado
em comprar alianças de verdade... Me restava rezar pro número do dedo dela ser
o mesmo que o da Alli.
"Eu
não acredito! Finalmente você comprou." Seus olhos se encheram de lágrimas.
"É,
eu comprei." Forcei um sorriso.
Tirei
a aliança da caixinha e coloquei em seu dedo, a mesma parou no meio, ela tirou
a aliança e me encarou ao girar pra ver dentro.
"Que
porra é essa? AJ?"
"Devem
ter errado as alianças, estava tão cheio."
"Não
mente pra mim, sabe que eu odeio isso. Fala que porra você fez." Colocou a
aliança de volta na caixinha.
A
fechei e entreguei pro Josh, voltando a olhar pra ela em seguida. "Eu só
não queria te decepcionar, pensei que já tinha comprado seu presente, mas
lembrei de que você estava comigo e ia comprar depois... Josh e Alli me deram
as alianças deles pra te dar, depois eu comprarias as nossas de verdade e
devolveria a deles, na hora nem me passou pela cabeça o número do dedo ser
diferente." Passei as mãos pelo cabelo. "Desculpa, sinto muito."
Ela
não disse nada, permaneceu olhando pro chão sem hesitar em levantar os olhos
pra me olhar.
"Vamos
conversar lá em cima, vem comigo."
Subi
na frente e ela veio me seguindo até o quarto, fechei a porta e olhei pra ela
sentada na cama.
"Está
chateada por eu ter esquecido?"
"Não
por ter esquecido, mas sim por achar que poderia me enganar." Suspirou.
"Deveria ter me dito antes, odeio descobrir as coisas e me chatear, sabe
muito bem disso."
"Desculpa,
de verdade, não me era minha intenção." Sentei ao seu lado.
"Eu
sei que não, mas..."
"Desculpa?"
Distribuí vários beijos por seu rosto.
"Desculpo."
"Prometo
que vou te recompensar."
"Não
precisa de recompensa."
"Mas
eu tenho certeza de que vai gostar."
"Se
estiver pensando em sexo, pode esquecer, meus seios começaram a doer."
"Não
é sexo, nem tudo é sexo, senhorita."
Ela
riu de leve. "Sei disso, mas achei que estivesse pensando nisso."
"Não
estou, só quero te mimar um pouco. Que tal uma viagem, só nós dois?"
Antes
que ela pudesse me responder, seu celular tocou.
"Alô?
... Feliz natal pra você também, pai. ... Ah, eu preciso te contar uma
coisa." Sorriu mexendo os dedos na colcha. "Não te contei de manhã
pelo Cody estar comigo e ele ainda não sabia de nada, mas vamos lá..." Riu
de leve. "Você será avô pela segunda vez... Sim, está tudo correndo muito
bem... Pode deixar que vou me cuidar." Riu. "Pode, só um
minuto." Me entregou o telefone. "Meu pai quer falar com você."
"Comigo?"
"Sim."
~Ligação
"Senhor
Dobrev?"
"Oi,
rapaz... Primeiramente, eu quero te parabenizar pela gravidez da minha filha,
espero que esteja amadurecendo por dentro."
"Estou
e, se ainda não for suficiente, vou amadurecer tanto quanto eu espero. É um
grande passo pra nós e eu estou feliz por isso."
"Eu
imagino que sim." Percebi que podia estar sorrindo, por seu tom de voz.
"Sei que não tenho direito de te pedir nada, mas me sinto responsável por
pedir..."
"Pode
falar."
Ouvi
um suspiro do outro lado da linha. "Quero te pedir pra que não seja tão
idiota quanto eu fui com a Helô, eu fui um péssimo pai pra ela, o pior que
poderia existir, eu acho... Sei que ela merecia muito mais, merecia atenção e
amor e ao invés disso ganhou desprezo. O que quero te pedir é que dê atenção a
ela e seja um pai melhor do que eu fui, realize o sonho dela de ter uma família
melhor do que a em que ela viveu, dê o máximo de si pra fazer sua família,
porquê ser pai é um presente de Deus e eu sei que você tem potencial pra ser
bom nisso."
Levantei
com o telefone, indo pra sacada.
"Desculpe
se fui evasivo, você age como quiser, mas foi um desabafo."
"Não
foi evasivo, pelo contrário, estou agradecido pelo que disse e feliz por estar
querendo o bem dela, eu sei o quanto ela sofreu por você estar tão perto e, ao
mesmo tempo, tão longe dela e esse gesto só mostra que se importa. Vou seguir o
que me disse, fique tranquilo que vou tentar dar o melhor pela nossa
família." Sorri.
"Não
faça a Helô sofrer, ok?"
"Pode
quebrar minha cara se eu fizer."
"Tenha
um feliz natal, Cody."
"O
senhor também, boa noite."
"Boa
noite."
~ Ligação of
Coloquei
o celular no meu bolso e me debrucei no parapeito, pensando no que o pai delas
tinha me dito. Se eu já estava certo a ser o melhor pai e namorado do mundo,
agora a certeza era maior ainda. Nossos filhos seriam os mais felizes do mundo
e a Ísa seria a mulher mais feliz do mundo. Senti os braços da Ísa enlaçarem em
meu tronco e me virei pra ela.
"O
que vocês conversaram?"
"Nada
de mais."
"Me
fala, eu sei que foi alguma coisa que eu vá querer saber."
Passei
os braços pelo pescoço dela. "Conversa de homem pra homem, de pai pra pai,
tá ligada?"
Ela
riu e ergueu levemente os braços. "Ok então..."
"E
quanto à viagem que eu propus?"
"Não
quero viajar agora, quero estar com minha família no ano novo."
"E
depois do ano novo?"
"Apenas
quando eles forem embora."
"Ok..."
Suspirei. "Vou voltar lá pra baixo."
"E
eu vou ficar aqui deitada."
"Porquê?
Tem algo errado?"
"Meu
sono, apenas."
"Quer
ir pra casa, pequena?"
"Pensei
em dormirmos aqui, pra relembrarmos os velhos tempos."
"Sério?"
Perguntei com desânimo. "Eu tinha pensado em irmos pra nossa casa, pra
amanhã eu te fazer um almoço especial, o que me diz?"
"Rendida."
Riu. "Mas podemos ir agora?"
Descemos
e eles estavam falando de nós, mas pararam ao nos ouvirem, juntamos todos os nossos
presentes, nós despedimos de todos e fomos pro carro. Logo estávamos em casa,
fui tomar banho primeiro e ao voltar ela já dormia profundamente. Balancei a
cabeça e me deitei ao seu lado depois de apagar a luz. Pela manhã, levantei
cedo, antes dela, fui pro mercado tentando achar alguma coisa pra fazer de
almoço, tinha que ser algo especial, mas não fazia ideia do que. Passando pelo
corredor de congelados até pensei em algo, mas ela riria de mim por isso, eu
mesmo estava rindo... Aproveitei pra ir pegando as coisas do café antes de
decidir o almoço, lembrei de uma receita de filés grelhados com molho
parisiense, comprei todas as coisas que precisava e voltei pra casa. Arrumei o
café na mesa, coloquei algumas rosas em um vaso e fui chamá-la, Ísa já estava
se trocando.
"Bom
dia." Abracei sua cintura.
"Bom
dia, amor." Sorriu. "Aonde estava?"
"Pelas
esquinas da vida."
Ela
se virou e me encarou. "Como é que é?" Arqueou um pouco as
sobrancelhas, o bastante pra eu saber que tinha acreditado.
"Brincadeirinha."
Ri de leve. "Estava no mercado decidindo o que fazer pra você no almoço e
aprontando o café."
"Que
prendado, já pode se casar."
"Próximo
passo da lista."
"Vai
me pedir em casamento?"
"Eu
não disse isso." Dei ombros. "Mas vai saber, talvez um dia, talvez
hoje, talvez amanhã... Quem sabe."
Ela
deu um sorrisinho um pouco sem graça, talvez tímido. "Tudo bem."
"Ei,
ouviu direito? Eu disse que vamos nos casar, antes de você ir pra França eu
disse que nos casaríamos, lembra?" Ela assentiu. "E vamos nos casar."
Um sorriso
estampou seu rosto, chegando a irradiar alegria.
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hey hey hey! Como vocês estão? Eu sei que demorei e isso não é novidade pra ninguém, mas bom, eu tô tentando aproveitar um pouquinho minhas férias, mentira estava sem ideias pakpskapas enfim, o que acharam do capítulo? Da reação do Cody sobre a gravidez? Da conversa com o pai da Ísa? E esse pedido de casamento, sai? pakspakpas Bom, bom ano novo pra vocês, que vocês aproveitem bastante no ano de 2014 e que continuem aqui comigo porquê tô cheia de ideias pra novas fics, das quais vocês vão saber ano que vem, ok? Muita paz, saúde, alegria e amor em suas vidas, beijão! CONTINUO COM +10 COMENTÁRIOS, COMENTEEEEEM! <3