Capítulo 99 - Vida nova.

O médico saiu do quarto e o silêncio reinou por pouco tempo.

"Como foi seu dia ontem?"

"Parei no hospital, fui demitida hoje, nada de mais." Ri de leve.

"Como assim?"

"Ficar sem comer dá nisso... E a demissão, foi até bom." Pausei. "Não vamos falar disso, ok?"

"Como quiser, deita aqui comigo."

"Não vou caber aí."

"Claro que vai." Foi um pouco mais pro lado.

"Deita direito, estou bem aqui. Thomas, você vai se machucar ainda mais."

"Ainda está brava, não está?"

"Estou chateada, ainda não consegui esquecer tudo o que me disse, fora que tive um dia cheio... Esses último três dias, foram os piores da minha vida."

Antes mesmo de ele acabar seu almoço, fui pro meu carro, antes de dar partida, fechei meus olhos por segundos e os três dias passaram como um filme. Só então a minha ficha caiu, Cody não estava mais aqui, não era como mais uma de nossas briguinhas bobas onde cada um ia pro seu canto e depois de horas ou um ou dois dias nos acertávamos... Ele estava longe e, querendo ou não, ele não me procuraria mais, talvez nunca mais. Depois de 3 anos, ele aparece e eu o perco outra vez... Como você é burra, Heloísa! Burra! Precisava arrumar um jeito de correr atrás dele, mas não agora, não enquanto Thomas estivesse no hospital. Precisava de coragem, muita coragem pra poder terminar tudo de uma vez, em pensar que eu tinha essa oportunidade há alguns minutos, mas aquele sorriso, aqueles olhos tristes e as palavras ditas me faziam ficar com um peso na consciência, ainda mais por ele estar todo machucado em um hospital. Acordei de meus pensamentos e dei partida no carro. O almoço já estava pronto quando cheguei em casa, deixei a bolsa no sofá e fui até a cozinha, minha irmã veio me abraçar.

"Já íamos te ligar pra ver se estava chegando." Minha mãe disse.

"Como foi lá?"

"Ele está bem, mas com muitos arranhões pelo corpo." Sentei no meu lugar.

"Se rendeu, não foi?" Minha mãe suspirou enquanto nos servia.

Fiquei quieta.

Colocou o prato da Loren na mesa e pegou o meu. "Até quando vai ficar com ele? Você ama o Cody e não pode negar isso, estava nítido quando estavam sozinhos, mas basta vocês voltarem pra onde o Thomas está e você, praticamente, o manda embora..."

"Eu não mandei ele embora." Eles me olharam. "Ok, quando ele me perguntou se eu iria disse pra ele ir sozinho."

"Não foi só isso." Meu pai disse.

"Você o magoou com suas palavras e ações depois de ele ter feito algo que achou que te agradaria, ele faz de tudo por você e você deixa ele ir?" Entregou meu prato. "Eu não te entendo."

~ POV Cody Simpson ~

Desde que tinha chegado em Los Angeles, não tinha falado com ninguém fui direto pro meu apartamento e lá fiquei... Me joguei na cama e repassei os dias com ela, estávamos nos divertindo e eu cheguei a pensar que voltaria pra cá com ela e seria definitivo, retomaríamos nossa vida juntos como havia sido antes, mais uma vez eu estava errado... 

"Porque você é tão difícil?" Acariciei o rosto dela numa foto do meu celular. "Custava ter me desculpado pelo vídeo? Eu precisava tanto de você aqui comigo, sei que você também me queria, pequena."

Droga! Eu ainda tinha dito que não a procuraria mais e ela me pediu o mesmo, então era isso... Essa tinha sido a última vez que havíamos nos visto, como eu conseguiria aguentar? Eu precisava dela, mais do qualquer coisa. Meu celular começou a tocar, vi que era da casa dos meus pais e deixei tocar, não estava afim de responder perguntas, sejam elas quais fossem. Enchi um copo com Whisky e bebi de uma só vez, a bebida nunca era a melhor forma, mas a mais confortante no momento. Ok, talvez tivesse outra coisa, peguei meu celular e disquei pra Erin, já estava meio embriagado depois de algumas doses.

~ Ligação

"Lembrou de mim, gatinho?"

"Quero te ver."

"Estou no intervalo de uma sessão de fotos."

"Não quero saber, eu quero te foder."

"Cody! Estou trabalhando."

"Quer que eu vá até ai? A gente fode e finge que está tirando fotos, ganhar dinheiro fazendo sexo."

"Você está bêbado? Não viaja."

"Ok, você não quer, eu entendi... Mas saiba que tem quem queira. E tchau."

~

Não tinha nenhum amigo que pudesse ir comigo pra algum bar, boate ou qualquer lugar... Jake e Flo não estavam na cidade e Josh provavelmente estaria com Alli. Sozinho eu não queria ir, então resolvi desistir e ficar em casa. O interfone tocou, dizendo que meus pais estavam na portaria, pedi pra que eles voltassem no dia seguinte e fui pra cama novamente.

~ POV Heloísa Dobrev ~

Thomas saiu do hospital no fim da noite do outro dia, ele estava afastado do trabalho ainda, então foi pro seu apartamento repousar. Tinha marcado de jantar com o Flo, ele me apresentaria sua namorada e era uma oportunidade de conversarmos. Me arrumei com um vestido básico, salto e um rabo de cavalo. Segui de carro pro restaurante, ele já me esperava e ao seu lado tinha uma loira muito bonita.

"Oi." Sorri. "Desculpem a demora."

"Oi, Helô." Levantou e me abraçou.

Depois de nos sentarmos, a loira sorriu pra mim.

"Você é a famosa Heloísa?"

"Sim, sou eu." Ri. "E você é?"

"Louise, namorada do Flo." Sorriu novamente. "Todos falam muito bem de você, inclusive ele."

"Bom, nós éramos bem amigos."

"E ele era apaixonado por você, vocês até namoraram, não?" 

Tentei notar ciúmes ou sarcasmo no tom de voz dela, mas era um tom normal, de qualquer jeito, fiquei corada.

"Foi a muito tempo." Disse.

"Não precisa ficar sem graça." Flo disse. "Não ligamos pro passado um do outro."

"Ok, é que, sei lá... Eu sou meio ciumenta aí eu acho que todos são assim." Ri.

"Não é que eu não tenha ciúmes, mas do passado não tenho."

"Acho que ela não te entende, amor, tem ciúmes até da amiga do Cody, amiga mesmo, porquê eles nunca tiveram nada."

"Isso não vem a caso, senhor Déchard."

"Claro que vem, ele me contou e eu marquei esse jantar por ele também."

"Não vai me dizer que daqui 2 minutos ele vai entrar por aquela porta." Apontei com um meneio de cabeça pra porta de entrada.

"Não, não vai." Riu pelo nariz. "Quero saber porquê não foi com ele."

"Porque foi o que deu na hora... Ele e o senhor não deviam ter postado o vídeo e também eu tinha brigado com meu noivo, estava tensa, triste, confusa... Não sei ao certo."

"Então você queria voltar com ele pra Los Angeles?" Louise perguntou.

Fomos interrompidos pelo garçom nos entregando os cardápios, aproveitamos e já pedimos, não pedi nada alcoólico, estava com meu estômago meio revirado depois do dia que fui parar no hospital. 

"E então?"

"Não sei ao certo se eu queria ou não, mas agora eu sei que não devia ter o deixado ir, nem magoado ele, etc."

Flo me estendeu seu Iphone. "Não espera mais, liga pra ele e fala isso."

"Eu não posso... Não agora."

"Então você vai voltar pra ele?"

"Eu tenho que romper com meu noivo ainda e isso pode demorar, ele acabou de sair do hospital..."

"Cara, é a melhor notícia do meu dia."

"Não comentem nada com ele, por favor."

"Não vamos, fica tranquila."

Meu celular estava em cima da mesa e começou a tocar, mostrando "Thomas" no visor.

~ Ligação

"Oi, Thomas."

"Oi, aonde você está?"

"Jantando com uns amigos, como eu te disse que iria fazer."

"Eu achei que não iria mais."

"Só por ter me dito pra não ir? Corta essa."

"Eu achei..."

Interrompi. "Cadê o homem melhor que iria aparecer?"

"Eu não sei."

"Nem eu sei onde estava com a cabeça quando achei que você ia mudar." Suspirei. "Agora, se me dá licença..."

~

"Esse é o seu noivo?"

"É... Frio, complicado, esse é meu noivo." Levantei levemente os braços e os deixei cair sob minhas pernas.

"Bem diferente do Cody."

"Completamente."

Nossos pedidos chegaram e nós comemos, os dois disseram como se conheceram e começaram a namorar, depois Flo começou a falar sobre o Cody durante a tour, sobre as conversas deles depois de ele ter me encontrado e tudo mais, cada vez minha certeza de querer ficar com ele aumentava. Conforme as semanas iam se passando, a certeza só aumentava, na verdade foram 3 semanas pensando nele constantemente, estava decidida a terminar tudo com o Thomas, facilitava um pouco termos, meio que, nos afastado depois de ele voltar ao trabalho há uma semana atrás, outra decisão era embarcar até o fim da semana, uma conversa com minha mãe tinha ajudado.

~

"Você tem certeza, meu amor?"

"Tenho, mãe, o meu lugar é lá, minha vida é lá com eles em frente ao palco tirando fotos e me divertindo e não aqui, estando noiva e sem fazer nada interessante... Eu preciso ir pra Los Angeles, eu quero a minha vida de volta."

"Se é isso o que você quer, tem que correr atrás. Prepara suas coisas e pega um voo pra Los Angeles, pega sua vida de volta." Sorriu.

"Mas, por outro lado, eu não quero ficar sem vocês, farão extrema falta." Sequei as lágrimas e sentei de frente pra ela.

"Juro que nós vamos com você, eu vou conversar com George e tenho certeza de que ele vai concordar."

"Mas tem a fábrica aqui, mãe."

"A gente dá um jeito, enquanto isso você vai pra lá e ajeita sua vida."

Abracei ela. "Obrigada, eu amo você."

"Amo você, querida." Sorriu.

~

Minha mãe estava na neura pra que renovássemos nossos exames de sangue e tudo mais por conta de algumas viroses que estavam bem presentes por aqui e assim fizemos, como estava sem trabalhar, resolvi ir até o consultório do médico da família pra buscar os resultados, assim ele já me explicaria se houvesse algo errado com algum deles. Esperei na recepção até ser chamada.

"Bom dia, senhorita Dobrev." O doutor, Charles, veio me receber com um aperto de mão.

"Bom dia." Sorri. "Os resultados já chegaram?"

"Estão na minha mesa, vamos até lá?"

Fomos pra seu consultório, me sentei à sua frente, ele abriu os envelopes e me olhou.

"Como quer a ordem?"

"Alfabética pra eu ser a última." Ri.

Aparentemente, tudo estava normal com meus pais, mas no meu ele deu uma parada, analisando algo. Comecei a suar frio com medo de algo estar errado, depois de ler, ele me olhou com um leve sorriso. Ótimo, ele sorri por pena e depois me diz que estou morrendo ou coisa assim, pensei comigo. 

"O que deu? Eu estou morrendo? Ai meu Deus!"

"Não diria que está morrendo, muito menos que está doente." Sorriu outra vezes. "Eu te acompanho desde que nasceu, então eu fico lisonjeado de poder dar essa notícia pra você, meus parabéns."

"Parabéns?"

"Nem imagina?"

"Bom, eu tenho um palpite agora que está falando desse jeito, mas..."

"Acho que é isso mesmo, você está grávida."

Levei minhas mãos à boca. "Tem certeza?"

"Absoluta."

"Quanto tempo?"

"Podemos marcar um ultrassom pra descobrirmos."

"Eu estou indo pra Los Angeles ainda essa semana, não sei se será possível, a menos que ele possa ser feito hoje."

"Bom, minha próxima consulta é só em uma hora, posso te encaixar com a obstetra se ela estiver livre."

"Ok."

Estava meio em choque durante o caminho até a sala da obstetra, um bebê... Bom, ele ou ela parecia ter vindo em hora certa, talvez pra nos unir de uma vez por todas. Um arrepio percorreu meu corpo logo depois de entrar na sala. 

"Bom dia." Ela ainda arrumava o uniforme, era provável que tivesse chego agora.

"Bom dia." Dr. Charles disse e eu permaneci olhando pro chão. "Pode examinar a mocinha?"

"Claro, estou livre pela manhã. Sente-se."

"Obrigado Dra., vou pra minha sala."

Ele saiu e eu me sentei, ela me fez várias perguntas e foi completando a ficha com o que eu dizia.

"Está apreensiva, não está?" 

Assenti. "Demais."

"Isso é normal." Riu de leve. "23 anos é uma boa idade."

Sorri. "É, eu acho que é."

"Vamos pro ultrassom?" Levantou.

Deitei em uma cama no canto da sala, primeiro ela mediu minha pressão, depois verificou meus batimentos e em seguida se sentou com uma bisnaga de gel em mãos. O gel foi passado em minha barriga e depois ela colocou um aparelhinho redondo conectado ao monitor, antes mesmo de conseguir identificar algo, meus olhos se encheram de lágrimas. Depois de passar por uma parte de minha barriga, ela parou em um ponto e analisou o monitor. 

"Está vendo?" Apontou e minhas lágrimas já começaram a rolar. "É o seu bebê." Sorriu.

"É tão pequeno." Funguei.

"Sim, é, ao que tudo indica, temos 5 semanas de gravidez aqui."

"5? Tem certeza?" Perguntei sem conter o sorriso.

"Tenho, claro que tenho." Voltou a olhar pro monitor. "Espere..."

"Algo de errado?"

"Não... Eu posso estar errada, isso você descobrirá nos próximos ultrassons, mas me parece que dois bebês estão aqui dentro."

"Dois?" Arregalei os olhos. "Gêmeos... Meu Deus!"

"Se acalme." Riu. "Nada confirmado ainda, está muito cedo pra saber."

"Eu não vou tirar isso da cabeça." Ri de leve e peguei meu celular. "Pode ficar mais um pouquinho pra eu filmar pros meus pais?"

Fiz um vídeo rápido, mas que já era suficiente. A Dra. fez algumas anotações e me entregou um pouco de papel pra que eu limpasse o gel.

"O pai vai adorar saber da gravidez, suponho." Ela disse enquanto eu ajeitava minha blusa.

"É, eu acho que sim." Sorri.

"Vai trazê-lo no próximo ultrassom?"

"Ele não está na França e, é provável, que eu vá pra onde ele está. Não vou estar aqui no próximo."

"Então, desejo felicidades à vocês." Sorriu e colocou uns papéis dentro do envelope em que meu exame de sangue estava. "A segunda cópia fica com você, aproveite pra mostrar ao seu próximo médico."

"Ok, muito obrigada."

Juntei os envelopes e fui até meu carro, ainda sem acreditar muito no que estava acontecendo. Antes de pensar mais no assunto, tinha que resolver tudo com o Thomas de uma vez, olhei pro relógio, ele devia estar na empresa. Segui pra lá, estacionei na rua do lado e fui pra porta da empresa, mandei uma sms pra ele, pedindo pra que viesse até a entrada. Depois de alguns minutos, ele estava aqui, pronto pra me dar um selinho, mas eu virei o rosto.

"Temos que conversar."

"Agora? Não posso sair do trabalho."

"Está quase na hora do almoço."

"Então espera até dar a hora."

"Não posso, já adiei muito essa conversa."

"Pode adiar mais um pouco então." Se virou em direção à entrada.

"Estou terminando contigo." Tirei o anel de noivado do meu dedo. "Se não quer conversa, vai desse jeito."

Ele me olhou e arrancou o anel da minha mão, o jogando pro lado. "Está terminando comigo? No meio da rua?"

"Sim, estou esgotada! Quero uma vida nova."

"Pois bem, seja feliz na sua vidinha de merda. Adeus." Subiu os degraus até a empresa. "Ah, e se entenda com os paparazzis." Apontou pro outro lado da rua.

Tinha sido mais fácil do que eu pensava, muito mais fácil, por outro lado, ele não tinha nem questionado... Bom, isso não importava mais. Sorri comigo mesma e voltei pro carro. Os paparazzis ficaram me olhando e eu acenei pra eles com um sorriso estampando meu rosto. Não via a hora de chegar em casa, cortei caminho e cheguei mais rápido.

"Que demora!" Minha mãe me abordou na porta. "Já estava pra ir atrás de você."

"Tive uns emprevistozinhos." Pisquei pra ela.

"Com seu noivo, imagino." Revirou os olhos e me seguiu até o sofá.

"E eu lá tenho noivo?" 

Deixei ela sem palavras e beijei o rosto da minha irmã.

"Você vive saindo." Fez beicinho. 

"Eu estive em casa a maior parte da semana, mocinha." Ri.

"Mas... Ah..." 

Abracei ela. "Eu amo você."

"Eu amo você." Ela disse com uma voz fofa e beijou meu rosto.

"Senhorita, Heloísa, pode me explicar o que está havendo?"

"No almoço, quando o papai estiver aqui, eu falo tudinho. Agora eu vou tomar um banho."

Tomei um banho rápido, coloquei uma roupa bem confortável e esperei alguns minutos pra descer, na verdade até ouvir meu pai. Peguei meu celular na bolsa, desci com os envelopes e os deixei na mesa de centro.

"Oi, pai!" Abracei ele.

"Oi, filha." Beijou meu rosto. 

"Eu não sei que imprevisto foi esse que te deixou tão feliz." Minha mãe riu.

"Vocês vão saber depois do almoço."

"Nesse caso, vou logo tomar banho."

Ajudei minha mãe a arrumar a mesa enquanto esperávamos meu pai descer. Almoçamos normalmente, mas a ansiosidade já tomava conta de mim ao acabar. 

"E ai?" Os dois me olharam.

"Vamos lá pra sala?"

Fomos pra lá, expliquei da consulta com o Dr. Charles, que os exames deles estavam normais e tudo.

"Mas essa felicidade toda não é pelo exames de sangue, não é?"

"Eu ainda não falei de todos, falta o meu, mas..." Coloquei no vídeo do ultra e entreguei pra eles. "... isso resume."

Os dois ficaram paralisado e eu percebi na hora que as lágrimas caíram, quase que ao mesmo tempo. Depois de repetirem umas três vezes, seus olhares subiram pra mim.

"Isso é sério?"

"Claro que é sério, eu estou grávida."

"Meu Deus!"

Os dois me abraçaram forte e um mar de lágrimas veio, Loren estava confusa no outro sofá e resolveu ir brincar.

"Filha?"

"Oi?" Limpei as lágrimas.

"Quem é o pai?"

Abri um sorriso. "O Cody, sem sombra de dúvidas."

"Ainda bem!"

"Vai contar pra ele agora?" Meu pai perguntou.

"Ainda não, vou pra lá, mas vou esperar um pouco, não quero que ele pense que voltei apenas pela gravidez, porquê não é por isso."

"Pelo menos você vai, isso é um grande passo."

"E definitivo." Disse.

"O esforço dele foi reconhecido, até que enfim."

"Agora mais do que antes, temos que ir pra Los Angeles, querido. Não podemos perder o crescimento do bebê."

"Nós vamos pra lá, não prometo que logo depois que a Helô for, mas vamos."

"Tem uma outra coisa que eu não disse, na verdade duas."

"Parece que hoje é o dia das surpresas." Meu pai riu.

"Primeiro, eu terminei com o Thomas e, segundo, podemos ter surpresas no próximo ultrassom."

"De que tipo?"

"Tipo que podem ser gêmeos." Sorri novamente.

"Gêmeos?" Perguntaram espantados.

"Sim, ainda não sei se são mesmo, porquê ainda é pouco tempo pra saber." 

"Não dá pra acreditar que teremos gêmeos na família."

"Não se precipite, ainda não sabemos." Disse. "Bom, vou subir pra falar com a minha irmã e depois vou descansar um pouco."

Loren estava em seu quarto com vários brinquedos espalhados pelo chão, sentei ao seu lado.

"Tenho que te contar uma coisa."

"O que?" Me olhou.

"Teremos novas pessoas na família."

"Quem?"

"Bebês."

"A cegonha vai me dar mais irmão? Mas eu não quero dividir a mamãe e o papai com mais ninguém..."

Ri. "A cegonha não vai te trazer irmãos novos, mas eu vou ganhar os bebês."

"Vai?"

"Vou."

"E quando chega?"

"Ainda vai demorar, ele ou eles estão aqui." Coloquei uma das mãos sob minha barriga.

"Como eles foram aí? Você engoliu eles?" Me olhou, surpresa.

"Não." Ri. "A cegonha deixou as sementinhas na minha barriga."

"E como o bebê vai ter pai?"

"O pai ajuda a cegonha."

"Quem foi que ajudou?"

"O Cody."

"O Cody vai ser papai?"

"Vai." Sorri.

"E cadê ele?"

"Está na casa dele, pequena."

~ POV Cody Simpson ~

Já estava mais conformado por ela não estar aqui, mas ainda sentia saudades, sendo que isso ocorria quase o dia todo. Eram 06h e eu havia perdido completamente o sono, me restou ficar na cama pensando nela. Abri meu twitter nas mentions, um link de uma página online de uma revista da França estava lá, se repetindo várias vezes. O título e a foto já haviam me interessado, "Término em público" e uma foto da Ísa e do Thomas.

"Na manhã de hoje, presenciamos uma briga na metade, mas deu pra se entender muito bem. Heloísa Dobrev arrancou o anel de seu dedo e o mesmo foi arremessado pra longe por Thomas Grommer, seu antigo noivo. Ele pareceu furioso enquanto a morena terminava o noivado e, logo depois, entrou na empresa. Helô pareceu não se abalar e, radiante, acenou pra nós com um sorriso no rosto (foto). Qual será o motivo desse término? Será o lindo Cody Simpson atacando o coração de sua amada novamente? Precisamos esperar! Enquanto isso, que tal delirar com os cliques do dois no último mês?"

Não preciso dizer que um sorriso estampou meu rosto depois de ler. Voltei pro twitter e postei "6a.m... missing France... Or my cherry", não demorou pra que começassem a citar meu tweet com o user dela no fim.

~ POV Heloísa Dobrev ~

Logo depois de ver a matéria sobre eu e o Thomas, postei no twitter "liberdade" e depois "that's why I'm single". Abri o perfil do Cody só por curiosidade, já que estava prestes a ir pra Los Angeles de volta, tinha que ver como estavam as coisas. Não era auto-confiança ou nem mesmo convenção de minha parte, mas seu último tweet tinha sido pra mim e eu tinha, quase que, absoluta certeza disso. Sorri comigo mesma sentada na cama, encostei-me na cabeceira e levei minhas mãos à barriga. 

"Eu vou pegar nossa vida de volta, vamos pra perto do papai e vamos ser uma família, como eu sempre sonhei." Alisei-a. 

Comecei a me questionar se seria um bebê ou dois, se pareceria comigo ou com o Cody, quais seriam as primeiras palavras, qual seria a reação dele ao saber da gravidez... Conseguia até me imaginar com minha barriga grande, passando todos os meses com Cody ao meu lado, a equipe babando nos bebês, principalmente a Alli. Peguei meu notebook e abri o site onde vendiam as passagens, tinham apenas dois voos disponíveis pra Los Angeles, um pro dia seguinte e o outro pra apenas daqui dois dias, peguei o telefone e disquei pra companhia aérea. Comprei uma passagem pra esse voo, que sairia às 06h da manhã, era provável que estivesse lá às 10h do outro dia. Comecei a ficar mais e mais ansiosa conforme os minutos iam passando, me arrependia fortemente de tudo o que havia dito pra ele, de não ter dado valor ao que ele havia feito... Mas não podia mudar o que já estava feito, apenas começar de um outro ponto, com um recomeço pra mesma história, mas uma vida nova.

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Hey babeeeees! Eu estou de volta, mil desculpas pela demora, como algumas pessoas sabem, eu tive o provão final hoje (de todas as matérias e tal), então eu tive que estudar porque a escola aqui não é moleza pkapkspakapks mas, enfim, aí estão o capítulo. Desculpe se acharam apressado de mais, mas a fic está atrasadinha, tipo muuuuito pakapskpaks O que acharam da Ísa grávida? Vão ser mesmo gêmeos ou foi só um engano? Vai acontecer algo antes de ela ir? Como o Cody vai recebê-la? Deixem seus comentários porquê o capítulo 100 está parcialmente pronto e eu vou postá-lo assim que tivermos mais de 10 comentários, flw? COMENTEEEEEEM!! xoxo <3