Capítulo 96 - "Era o seu sonho..."

"Vou pegar só a saída que eu trouxe, ir assim vai ficar muito ousado."

Fui até minha bolsa, peguei a saída de praia preta, coloquei e subi.

"Já fez o almoço?"

"É... Não, mas é só fazermos os lanches no microondas."

"Eita preguiça."

Dei dedo pra ele. "Vai lá e faz."

"Vou e vai ficar bem melhor."

"Cala a boca, Thrupp."

"Idiota."

"Já chegou afiadinha, heim."

"Com quem merece." Dei língua pra ele. "Brincadeira." Ri.

"Engraçada, nossa."

"Vocês só discutem, meu Deus."

"Jake, deixa ela, assim só vai atrapalhar." Nick veio pro andar de cima também.

"Atrapalhar? Ah, atrapalhar."

"Aí, amigo, dá uma paradinha pra mim?" Cody se dirigiu ao motorista.

"Vou parar ali na frente que fica melhor pra vocês." Apontou.

"Ok."

"Vai entrar?"

"Vou, quer entrar comigo?"

"Não parece seguro." Disse.

"Tem coletes ali."

"De qualquer jeito."

"Não seja medrosa." Me olhou.

Olhei um pouco a paisagem enquanto o motorista fazia uma pequena curva pra parar. Cody já estava pronto pra entrar na água quando paramos e assim ele fez, pulou na água e sumiu por alguns segundos. 

"Cadê a senhorita com coragem que estava lá em baixo comigo?" Nick me encarou. 

Bufei e tirei minha saída de praia, Jake estava perto dos coletes e me entregou um, o coloquei e sentei na ponta do iate, Cody veio pra minha frente.

"Vai entrar?"

"Deixa eu criar coragem."

"Prometo não deixar você se afogar e, além do mais, aqui não é tão fundo."

"Vou confiar."

"Não vou te decepcionar, baby."

Desci pra água e o colete me fez flutuar, estava quase do tamanho do Cody. Não sabia se estava mais nervosa por o colete estar me puxando pra cima, por não saber a profundidade dali ou por estar "sozinha" com ele.

"Está desconfortável?"

Assenti.

"Digo pelo colete."

"É, eu também..."

"Pode tirar ele, você não vai afundar."

Fui tentar tirar o colete, mas ele ia me levando pra trás.

"Me ajuda?"

"Claro."

Segurei em sua cintura e ele desatou os nós, me ajudou primeiro com um braço e depois o outro, dai o jogou pro iate. 

"Prontinho, senhorita."

"Obrigada, bem melhor agora." Ri.

"Pode me soltar se quiser."

"Assim eu me sinto mais segura."

Ele riu. "Se sente segura comigo?"

Assenti. "Tipo isso."

Ele passou o braço por mim e beijou minha testa. "É ótimo ouvir isso de você."

Sorri e ele tentou me beijar outra vez.

"Vai com calma, Cody."

"Eu não consigo te olhar sem querer te beijar."

"Pra mim também não é fácil."

"Então não torna mais difícil do que já é."

Não aguentei ficar mais nem um minuto simplesmente olhando pra ele, aproximei meus lábios dos deles lentamente, inicialmente com um selinho, depois o beijo foi tomando mais e mais vontade, nossas línguas começaram a brincar juntas em ritmo pouco acelerado, de seu peito meus braços se entrelaçaram em sua nuca. Cody deslizou as mãos por minha cintura, rumo à minha bunda, não hesitei. Quando olhei pra cima, Jake estava com a filmadora direcionada pra nós.

"Jake, não pode estar filmando!"

"Não estou filmando vocês, só vendo as outras filmagens que eu fiz."

"Aham, sei."

"Porque eu mentiria?"

"Eu que vou saber?"

Cody apertou minha cintura, me fazendo olhar pra ele. "Deixa o Jake e se concentra um pouco mais em mim, vai."

"Mas você está muito carente, meu Deus!" Ri.

"É só saudade." Beijou meu rosto. "Muita saudade."

Dei uma sequência de selinhos nele. "Melhorou?"

"Hm... Não." Fez uma cara pensativa. "3 anos é igual a 3 mil selinhos e 3 mil beijos."

"Vish, então vou ficar devendo."

"Não tem problema, eu acrescento os juros e você vai me pagando."

"Não quer mais nada, vou morrer te beijando desse jeito."

"Até que não é má ideia."

"Agora sim tudo voltou a ser como era." Jake comentou.

"Talvez não."

"Por enquanto sim." Cody me olhou.

Ia entrelaçar as pernas na cintura dele, mas ele me impediu. 

"Se fizer isso vamos afundar." Riu.

"Está me chamando de quê?" Arqueei as sobrancelhas, ofendida.

"De nada, só que vamos afundar, Ísa."

"Depois dessa, vou voltar pro iate."

"Para de graça, pequena." Me abraçou.

"É sério, estou com frio."

"Ok, vai lá que eu já vou."

Subi de volta pro iate e coloquei minha saída de praia. Fiquei olhando ele nadar, quando ele percebeu, veio pro iate também e balançou os cabelos molhados à minha frente. 

"Momento Cody seduzindo a Ísa." Nick riu.

"Shiu, Nick." Ri.

Depois desse dia, ficamos entre alguns beijos quase todos os dias, mas era estranho quando falava com Thomas, batia uma culpa enorme e isso fazia com que eu me afastasse do Cody, mas não por muito tempo, já que ele vinha falar todo fofo comigo, não me deixando ficar sozinha no meu canto. Estava me dando muito bem com os avós dele, ajudava eles com a casa, a senhora Simpson conversava muito comigo durante o dia. Tinha apenas uma semana e meia com ele, uma semana e meia pra decidir o que fazer da minha vida. Já era quase noite, fui tomar um banho pra descer, coloquei uma roupa confortável e saí do quarto. Cody estava no telefone e do corredor dava pra ouvir o que ele dizia.

"Claro, Yas. ... Também, gostosa desse jeito." Riu.

Sem precisar ouvir mais nada, voltei pra trás e bati a porta do quarto com toda a força que deu. O mesmo idiota de sempre! E ainda diz que não tem nada com ela? Ah, vai pra puta que pariu. Minutos depois, ouvi batidas na porta, Cody colocou a cabeça pra dentro.

"Tudo bem?" 

"Bem o caralho, sai daqui!"

Ele fechou a porta atrás de si e veio pra frente da cama. 

"O que aconteceu?"

"Aconteceu? Nada e nem vai acontecer." Levantei e fui pra um canto do quarto.

"Não entendi, Ísa." Ele parou à minha frente.

"Você é um idiota!" Soquei o peito dele.

"Porque isso agora?"

"Vai comer sua amiguinha gostosa."

"Hãm? Que amiguinha?"

"A Yasmin." Fiz uma careta. "Ela é só minha amiga." Imitei ele.

Ele riu da minha cara. "Você ouviu a conversa?"

"Ouvi, suponho que não deveria ter ouvido."

"Eu estava falando de você."

"Não vou acreditar."

"Vou te explicar... Ela disse que um dos amigos dela perguntou sobre você e queria ficar com você, eu disse que era porquê você é gostosa, apenas isso."

"Não importa, sai." Empurrei ele.

Cody me puxou pela cintura, colando nossos corpos, sua respiração tocava minha pele e seus olhos estavam fixos nos meus. 

"A única que eu quero é você."

Um beijo meio voraz se iniciou, sabia onde isso iria parar, mas me rendi. Com as mãos apoiadas abaixo de minha bunda, ele me ergueu alguns centímetros do chão e me guiou pra cama, me jogando nela. Antes de se juntar a mim, ele foi trancar a porta do quarto, dai parou em frente à cama e se livrou de sua camiseta. Cody subiu por cima de mim, com os joelhos ao lado de meu corpo, depositou um beijo em minha testa e partiu pro ataque, tirando a blusa que eu usava. Sua boca percorreu a parte descoberta de meus seios, abriu o fecho da frente do meu sutiã e caiu de boca nos meus seios, dando leves sugadas em um enquanto massageava o outro, dava gemidos baixos com os toques dele. Sua língua subiu de meus seios pro meu pescoço, dando chupões fortes. Um beijo se iniciou, minhas mãos foram ágeis ao desabotoar sua bermuda, ele me ajudou a tirá-la e rolamos na cama, me deixando por cima. Sem rodeios, tirei sua box e comecei a punhetá-lo rápido e logo depois lento, ele mordia os lábios pra não gemer, soltei um risinho satisfeito ao ver a cara dele. Prendi meu cabelo em um coque, sentei nas pernas dele e chupei seu membro, movimentos circulares eram feitos pela minha língua, quase o levando ao delírio. Ele fechou os olhos e segurou em meus cabelos, ordenando movimentos de vai e vem, arranquei um gemido alto dele ao sugar seu membro. 

"Vem cá agora, minha gostosa." Me chamou com uma voz totalmente sedutora.

Sentei de costas em seu membro, pretendia descer lentamente, mas ele me puxou com tudo pra baixo, me fazendo gritar. Cody me arrastou até a ponta da cama pra ter apoio, finquei minhas mãos no lençol, ele apertou meus seios e passou a ordenar as fortes estocadas, não conseguia prender meus gemidos, estava fora de controle, gemendo feito uma louca. 

"Vira pra mim." Mordeu meu pescoço.

Saí de cima dele e fiquei de frente, dessa vez consegui descer lentamente, tendo grande facilidade por minha intimidade já estar bem lubrificada. Minhas unhas foram pras suas costas, dei uma boa rebolada em seu membro, arranhei suas costas ao sentir novamente as estocadas. O suor já escorria por nossos corpos quando senti seu líquido quente entrar em mim, assim acabei chegando ao meu ápice também. Estávamos ofegantes, fixamos nossos olhares e ele me deu um selinho.

"Cansou?" 

"Aguento mais um round se você topar."

Sorri maliciosa e ele me empurrou pra cama, de joelhos no chão, sua língua me preencheu e junto com ela vieram seus dedos, já estava ficando excitada novamente. Cody deu uma leve mordida em meu clitóris, mordi meu lábio inferior, movimentos circulares, vai e vem com os dedos, estava enlouquecendo com seus toques. Levantei quando ele parou e pedi pra que ele deitasse, fiz com que seu membro voltasse a enrijecer e não demorou, sentei novamente em seu membro, apoiando minhas mãos em sua barriga, subia e descia nele, controlando a situação até ele me virar em um ato brusco. Seus movimentos eram rápidos e um pouco violentos, nossos corpos se batiam e nossos gemidos se misturavam no quarto. Seu corpo se pressionou sobre o meu, acabamos chegando ao orgasmo juntos e sem nos desgrudarmos. Nos recompomos e enfim nos soltamos, deitamos cada um de um lado. Fiquei olhando pro teto, só então a ficha caiu do que tinha acontecido e uma culpa bateu.

Ele sorriu ao me olhar depois de alguns segundos. "Você é a única que me deixa assim." Colocou minha mão sob seu coração, que estava acelerado.

"Isso não foi certo..." Levantei depois de algum tempo em silêncio e peguei minhas roupas.

"Caralho, Ísa! É claro que foi."

"Eu sou comprometida e meu noivo não merece isso." Vesti as roupas íntimas.

~ POV Cody Simpson ~ 

"E eu mereço? Mereço sofrer por você e o Thomas, que não deve sentir nem metade do que eu sinto, não merece? Ingrata, isso que você é! EU DEDIQUEI A MAIOR PARTE DA MINHA VIDA POR VOCÊ E VOCÊ, SIMPLESMENTE, ESCOLHE OUTRO?" Coloquei minha box e fui recolhendo minhas roupas do chão. "VAI TOMAR NO CÚ, HELOÍSA! QUEBRA A CARA COM ELE, PORQUE É O QUE VOCÊ MERECE."

Ela passou as mãos pelo rosto, não esperei que dissesse nada e saí do quarto. Dei um murro na parede ao lado do quarto e entrei no meu, batendo a porta. Meus olhos estavam queimando em lágrimas, mas eu não ia chorar nessas condições. Talvez ainda nem fosse a hora de desistir, ainda tinha uma semana e meia, mas agora eu não iria falar com ela. E durante dois dias foi assim, não trocávamos nem uma palavra com o outro, cada dia que passava, doía mais.

~ POV Heloísa Dobrev ~

Já faziam dois dias que não nos falávamos, eu me sentia super culpada por não estar vendo mais aquele sorriso lindo em seu rosto. Estávamos apenas nós dois em casa e já era quase fim de tarde, os avós dele tinham acabado de sair pra um evento social da qual eles faziam parte. Cody estava sentado no jardim, caminhei até lá com um pouco de receio de como seria recebida. 

"Oi..."

"Oi." Ele disse, seco e sem me olhar.

"Posso sentar contigo?"

"Acho melhor não."

"Porque não?"

"Por que eu estou chateado contigo e você vai conseguir me derreter."

"Então vou voltar lá pra dentro."

"Não... Pode sentar."

Sentei e um longo espaço de silêncio ficou entre nós.

"Nós podemos começar de novo?"

"Você vai me tratar como uma segunda opção?"

"Não, nós vamos começar de novo, desde o início, não tem como você ser segunda opção."

Ele riu pelo nariz. "Tudo bem."

"Vamos conversar então."

"Sobre?"

"Curiosidades sobre a vida um do outro."

"Posso começar?"

"Pode."

"Não leva a mal, ok?"

Assenti.

"Você e o seu..." Fez uma careta. "...noivo, transam muito?"

Olhei pro chão, soltando um risinho e voltei a olhá-lo. "Vou ser sincera, não."

"Obrigado pela sinceridade, mas porquê não?"

"Ele tem medo de me engravidar."

"Qualquer cara seria louco pra ter um filho com você, que otário." Me olhou meio incrédulo.

"Estragaria a vida dele." 

Ele balançou a cabeça. "E eu pensando que um dos motivos de você se casar poderia ser uma gravidez."

"Não é." Dei um sorriso torto.

"Então você ama ele?"

"Eu gosto do Thomas."

"Gostar é diferente de amar e, pra se casar, você deve amar."

Abaixei o olhar, fitando o chão.

"Então ele não vai querer um filho com você? Não vai querer formar uma família? Era o seu sonho..." Ele disse com certo tom de decepção.

Me calei sem saber o que dizer, já que ele estava certo. Esse era meu sonho, ter uma família, filhos... A minha família, os meus filhos, o meu marido.

"Era pra nós termos um filho hoje, lembra?" Colocou a mão por cima da minha, a acariciando.

"Como eu esqueceria?" 

Outro sorriso torto, como ele conseguia me deixar tão sem graça e intimidada em meu interior com referência aos sentimentos por ele estarem lutando pra saírem?

Ele deu ombros com um leve sorriso estampando seu rosto ao analisar nossas mãos juntas.

"Melhor eu subir pro quarto."

"Eu não vou tentar nada, só me deixa sentir seu toque."

"Isso não é certo com meu noivo."

"Por favor."

Suspirei. "Como está sua vida?" Perguntei depois de um grande espaço de tempo.

"Bem." Ele assentiu. "Minha carreira está indo a mil, minha família está bem..."

"Eu soube que o Matt saiu da equipe, deve ter sido péssimo."

"Foi e ainda está sendo, mas até que me acostumei com o novo empresário." Suspirou. "Mas ninguém tapou o buraco que você deixou, ninguém foi a "nova" Ísa."

"Não ficou com ninguém em três anos?" Arqueei a sobrancelha.

"Fiquei, mas não amei ninguém." Fez uma pausa rápida. "Já leu alguma das cartas?"

"Já." Sorri e minhas bochechas queimaram.

"Está em ordem?"

"Sim."

"Me diga depois se tiver uma resposta."

Assenti. "Mas acho que vou demorar. Digo, são muitas cartas."

"É, eu sei." Riu.

"Você terminou comigo por causa da Rebecca, pra me proteger."

"E você foi pra França pra me proteger."

"Se não fosse ela, tudo teria sido tão diferente..."

"Será que ainda estaríamos juntos?" Perguntou com um sorrisinho.

"Provável." Percebi que já estávamos quase com as mãos entrelaçadas e soltei a minha. "Amanhã poderíamos fazer algo pros seus avós, como eles não vão estar aqui." Mudei totalmente o assunto.

"Tipo o que?"

"Não sei, me diga algo."

"Poderíamos dar um jeito no ateliê de pintura da minha vó ou fazer um jantar pra eles."

"Podemos fazer o ateliê amanhã e o jantar no outro dia."

"Pode ser."

"Me mostra lá, aí vemos o que se pode fazer."

Cody me levou até lá, estava bem abandonado, mas poderíamos melhorar, ele trancou a porta e me ajudou a recolher as telas, tintas e pincéis espalhados pela mesa e pelo chão.

"Será que ela vai perceber?" Sussurrei.

"Ninguém entra aqui desde que minha vó entrou em depressão e parou de pintar." Ele falou no mesmo tom.

"E se ela achar ruim?"

"Não vai achar, fica tranquila, talvez ela até possa voltar a pintar, se transformarmos bem esse lugar."

"Então vamos dar nosso melhor."

Procurando no meio das coisas, achamos muito mais coisas, começamos a organizar tudo em caixas até termos um bom espaço. Nos olhamos e sorrimos tímidos sem parar o que estávamos fazendo.

"Acabamos amanhã." 

"Ok. Vou pro quarto."

Fui pro meu quarto, fechei a porta e peguei o bolo de cartas na minha mala, abri a décima sétima carta, que era também a do meu aniversário.

"Hoje minha pequena faz aniversário e eu não posso estar com ela, tem noção do quanto está doendo? Não poder te abraçar, te beijar ou te mimar, essa maldita distância me afasta de quem eu mais amo... Daria todos os meus shows do mês pra passar esse dia com você, mas não sei se vou ser muito bem-vindo, então vamos ficar apenas na carta. Como foi seu dia? Espero que tenha se divertido e que esteja bem e feliz, pois é seu dia. Ontem estava à frente de quase 8 mil pessoas e todos gritaram teu nome ao me verem cantar I Wish U Were Here, acho que todos percebem a falta que você me faz, mas e você, percebe isso? Pode ver que eu não estou feliz sem você, eu preciso de ti comigo, mas se eu sequer recebo uma única resposta, como poderia te ter de volta?

Bom, feliz aniversário, que seja muito feliz na sua nova jornada e que venham muitos anos mais. Eu amo você.

De seu, Cody."

Estava com os olhos marejados quando acabei. Caralho! Como o Spencer pode fazer isso? Era pra estar tudo diferente nesse exato momento. Era pra eu ter respondido essas cartas, visto como ele se sentia... Dava pra ver que as palavras ali escritas não eram meras palavras e sim sentimentos, o Cody das cartas era o mesmo que estava sofrendo à minha frente e tentando uma reconciliação. Por outro lado, não era certo eu jogar tudo pro alto e simplesmente terminar meu noivado com o Thomas... Batidas na porta me tiraram de meus pensamentos. Cody colocou a cabeça pra dentro.

"Vem jantar, Ísa."

"Já estou indo." Disse enquanto juntava as cartas.

Desci pra cozinha, mas ainda não tinha nada na mesa, Cody estava de costas pra entrada bebendo um copo de Coca.

"E ai, cadê a janta?"

"Acabei de pedir."

"Pizza?" Perguntei com ar de riso.

"É..." Riu. 

"De novo?"

"Foi mal, não sabia o que cozinhar." Ele disse sem jeito.

"Tudo bem, estou só brincando."

Ficamos em silêncio por algum tempo, arrumei a mesa com dois pratos, os talheres e copos. Ele ficou me olhando, parecia que algo te preocupava.

"Porquê essa cara?"

"Nada, só bateu uma coisa."

"Quer compartilhar?"

"Nada, é besteira."

"Ok..." Dei ombros. "Mas se quiser, pode falar."

Ele assentiu.

~ POV Cody Simpson ~

Agora tinha caído a ficha de que não tínhamos usado camisinha quando transamos, mas bom, não devia dar nada. Talvez não fosse o período fértil dela e eu estivesse me preocupando à toa. Nossa pizza não demorou pra chegar, comemos conversando sobre como faríamos o ateliê no dia seguinte, primeiramente teríamos que comprar todas as coisas necessárias, tais como tinta pras paredes e novos materiais de pintura. O dia seguinte seria longo, teríamos que terminar até às 17h da tarde boa parte.

"Acho bom dormimos cedo pra conseguirmos acordar, né?" Sugeriu.

"Acho uma boa ideia."

Nos despedimos e cada um foi pro seu quarto. Peguei minha filmadora e comecei a ver todas as filmagens que eu já tinha, provável que já desse quase pra fazer o vídeo. Depois de ver tudo, acabei dormindo. [...] Acordei às 7h00, me troquei rapidamente e fui chamar a Ísa pra não nos atrasarmos em nada. Bati na porta três vezes e entrei, como esperava, ela estava dormindo.

"Ísa?" Sacudi ela. "Vamos nos atrasar."

Ela se espreguiçou. "Oi." Bocejou.

"Bom dia."

"Bom dia."

"Vamos?"

"Vamos." Levantou. "Só vou me trocar."

"Ok, te espero lá em baixo."

Saí do quarto dela, peguei a carteira e as chaves do outro carro e sentei no sofá pra esperá-la. Vinte minutos depois...

"Desculpa a demora."

"Ok, mas vamos logo." Levantei.

"Vamos comprar o café?"

"Acho melhor comermos fora, tipo no Starbucks." Ri.

"Hm, adorei a ideia."

Primeiramente, fomos pra uma loja de materiais de construção, comprando tudo o que precisávamos, depois pra um local de artigos de pintura, comprando as telas, pincéis e tintas, só então fomos pro Starbucks. 

"O que vai querer?"

"Pega um lanche natural e um frappuccino de morango."

"Vou lá pedir."

Ela assentiu e eu fui até o balcão, como sempre, ela se impressionou com a minha presença, fiz os pedidos e voltei pra mesa com eles.

"Obrigada, senhor Simpson."

"Por nada, senhorita Dobrev."

Comemos rapidamente meio em silêncio e voltamos pra casa, colocamos roupas velhas, cheguei no ateliê antes dela, arrumei a filmadora em um local onde não íamos mexer muito e esperei ela chegar, o que não demorou.

“Pronta? Tem muita bagunça por aqui.” Ri.

“Estou vendo, mas mãos à obra.” Riu também.

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