Capítulo 92 - "Você não me ama mais?"

Ele foi praticamente me arrastando até meu quarto. Deixou a porta entreaberta e parou à minha frente. 

"Que palhaçada é essa?"

"Que palhaçada?"

"Saindo com seu ex namorado? Isso é golpe baixo, ainda mais por me fazer cancelar a viagem."

"Eu não fiz nada, apenas era contra, mas disse pra você ir. Não seja idiota, Thomas, você cancelou porque quis."

"Não fale assim comigo." Apertou meu braço.

"Está me machucando." Cerrei os lábios.

"Eu não sou teu ex namoradinho que devia aguentar você falando desse jeito."

"ESTÁ ME MACHUCANDO, THOMAS!"

Nesse momento a porta se abriu e Cody entrou no quarto, peitando ele.

"Não ouviu o que ela disse?"

"Porquê está se metendo? Eu estou conversando com a minha noiva, faça o favor de ficar fora, caralho." Me soltou bruscamente.

"Não se mete, Cody." Disse alisando meu braço.

"Ele não deve fazer isso contigo, Ísa."

"Eu resolvo o que eu devo ou não fazer."

"Vamos parar?" Meu pai entrou no meio dos dois. "Porquê estava gritando, filha?"

"Nada, tudo bem."

"Tudo bem nada, ele estava machucando ela."

"Já disse pra não se meter!" Thomas esbravejou.

"Eu me meto a hora que eu quiser, porque você está errado."

"Thomas, vai pra casa esfriar sua cabeça." Disse.

"Está me mandando embora?" Me olhou indignado.

"Sim, depois a gente conversa."

Ele me encarou e saiu do quarto, pude ouvir quando a porta de entrada bateu, ecoando na casa. Sentei na cama e olhei pro teto pra não acabar chorando, Cody e meu pai estavam me olhando esperando alguma reação provavelmente. 

"Você está bem?" Cody perguntou por fim.

"Eu disse pra você não se meter."

"Queria ver se ele tivesse acertado um tapa na sua cara se eu não tivesse entrado."

"Ele só estava segurando meu braço."

"Faltava pouco."

"Não veja coisa onde não tem."

"Eu não gostei nada disso."

"Relaxa, pai. Agora me deixem sozinha."

Os dois fizeram o que eu pedi, fiquei pensando no que tinha acontecido por um bom tempo, umas duas vezes tinha sido mais ou menos desse jeito quando ele se estressava... Parei meus pensamentos ao ouvir batidas na porta e, pelas batidas, parecia a Loren. Estava certa, ela entrou e deitou ao meu lado.

"Oi." Disse.

"Oi, Ísinha." Apoiou a cabeça na minha barriga.

"Veio me fazer companhia?"

"Hm... Sim. Faz carinho?"

Ela adorava deitar comigo pra eu ficar mexendo no cabelo dela, fiz o que ela pediu e quando percebi ela já estava com os olhinhos pesando, quase dormindo. Ignorei duas ligações do Thomas e na terceira resolvi atender.

~ Ligação

Antes que eu pudesse falar o "alô" ele já começou a falar.

"Desculpa, anjo, eu não queria ter te machucado, juro que eu não queria. Você pode me perdoar por isso? É que eu fiquei estressado quando cancelei a viagem e depois te encontro com seu ex..."

"Tudo bem, Grommer." Suspirei.

"Me chama de Thomas, de amor, mas não pelo sobrenome porque assim sei que não me desculpou. Te prometo que vou me controlar."

"Acho bom, eu te desculpo..."

"Desculpa mesmo?"

"Desculpo."

"Vem pra cá."

"Agora não vai dar, estou com a minha irmã."

"Então mais tarde?"

"Você me busca?"

"18h está bom?"

"Ótimo, mas não vou dormir aí, se não se incomoda."

"Faça como quiser."

"Ok, então até depois."

"Até depois, anjo."

~ 

Me mexi na cama pra deixar o celular no criado-mudo e minha irmã acabou acordando.

"Ísinha?"

"Oi?"

"Amo você."

"Também amo você." Beijei a testa dela.

"Você promete que não vai me deixar nunca?"

"Prometo."

"Então vamoa brincar de noite? Eu, você e o..." Fez uma cara pensativa. "Cody."

"Acho que vamos ter que deixar pra outro dia, hoje eu vou sair."

"Deixa eu ir também?"

"É com o Thomas."

"Mas eu quero..."

"Loren, não posso te levar."

Ela fez beicinho e uma cara de choro, estava forçando as lágrimas a sairem, mas mesmo assim me comoveu.

"Ok, ok, eu levo você."

No mesmo instante ela sorriu e saiu saltitando do quarto, ri comigo mesma. Passei o resto da tarde no quarto, 17h20 tomei um banho, coloquei uma roupa básica, peguei a bolsa e desci.

"Vai sair?" Minha mãe perguntou. "Sua irmã me disse."

"Vou, com o Thomas."

Ela negou com a cabeça. "Depois da discussão de vocês?"

"Já me acertei com ele pelo telefone."

Loren desceu correndo com uma roupinha fofa e toda arrumada.

"Eu estou pronta."

"Espere Thomas chegar."

Ela assentiu e sentou no sofá. "Ok."

Minha mão até tentou fazer ela ficar, mas ela não queria e pelo visto não mudaria de ideia. 18h10 ele chegou, peguei ela no colo e abri a porta do banco de trás, a fechei e entrei na frente.

"A criança vai?"

"Ela é minha irmã, não é "a criança"."

"Desculpa." 

Ele dirigiu até seu apartamento, subimos pra ele, sentei com Loren no sofá e Thomas foi fazer alguma coisa na cozinha. 

"O que vamos fazer?"

"Eu não sei." Respondi. "O que quer fazer?"

"Brincar."

"Pode brincar por aí, só tome cuidado com as coisas."

"Ok, vou tomar." Correu até o Thomas, que estava vindo da cozinha. "Brinca comigo?"

Ele me olhou e voltou a olhar pra ela. "De quê?"

"Eu deixo você escolher."

"Ok, vá se esconder."

Não sei como, mas ele tinha cedido, abaixou a cabeça no balcão da cozinha e começou a contar. Loren se escondeu atrás de uma cortina e ele fingiu não vê-la ali, procurando em outros lugares do apartamento. Os dois repetiram isso até ela cansar de se esconder em todos os lugares possíveis ali.

"Agora eu gosto mais de você." Loren disse.

Ele riu de leve. "Estão com fome?"

"Um pouco." Disse. "Quer que eu faça algo?"

"Vamos comprar lá em baixo, anjo."

"Ok, vamos, Loren?"

Ela assentiu e veio pro meu colo. No caminho pra uma padaria ali perto, Thomas entrelaçou a mão na minha e deu um sorriso. Compramos algumas coisas pra comer e voltamos pra lá. Loren estava conversando com Thomas pela primeira vez e estava gostando, bom passo. Não muito depois, ela começou a bocejar.

"Vamos pra casa, irmã?"

"Vamos." Dei um selinho no Thomas. 

"Eu levo vocês."

Na porta de casa, me despedi dele com um beijo e entramos em casa. Coloquei Loren no sofá e fui pra sala de jantar, onde todos acabavam de jantar.

"Oi."

"Oi, filha."

"Oi, Ísa."

"Cadê sua irmã?"

"Dormindo no sofá."

"Foi tudo bem?"

"Sim, ela se divertiu bastante."

"Com seu noivo?"

"Ele se rendeu aos encantos da Loren." Ri de leve e olhei de relance pro Cody, que estava concentrado em seu prato pra não me olhar. "Bom, acho que eu vou pro meu quarto."

"Não vai jantar?"

"Eu já comi."

Subi pro meu quarto, tomei outro banho, coloquei o babydoll e deitei pra assistir a um reallity que estava passando. [...] No dia seguinte, não troquei uma palavra com o Cody, na segunda também não, fui pro meu trabalho, voltei depois do almoço e só ele estava em casa.

"Já almoçou?"

"Já, sua mãe deixou almoço antes de sair."

"Ok, precisa de algo?"

"De uma conversa com você."

"Deixa isso pra mais tarde ou vamos acabar brigando."

"Pelo menos se brigarmos, resolvemos."

"Não quero brigar com você."

"Ok, Ísa, ok."

"Tenho que terminar algumas coisas do meu trabalho, vou pro meu quarto fazer isso."

"Quer ajuda em algo?"

"Não precisa."

"Posso ver seu trabalho?"

"Pode, eu trago o notebook aqui pra baixo."

Até que ficamos em clima de paz durante a tarde toda, ele me deu algumas opiniões nas fotos que usar e tudo mais, como nos velhos tempos, estávamos nos entendendo. Minha mãe chegou do shopping cheia de sacolas e minha irmã veio me mostrar a boneca que tinha ganhado. O restante do dia continuou agradável, mas logo depois da janta comecei a processar as informações sozinha em meu quarto e vi o quanto sentia falta dele. Apenas uma parede nos separava e isso acabava me torturando, minha vontade era de ir até lá e dizer que o amava, mas tinha o Thomas e eu não podia deixá-lo... Mesmo essa sendo uma decisão que eu carregaria pro resto da vida era o certo a se fazer.

"Entra." Disse após ouvir batidas na porta.

"Vamos dar uma volta?"

"Não estou muito bem e está tarde, Cody."

"Por favor..."

"Tudo bem..." Suspirei. "Pra onde?"

"Qualquer lugar, estamos em Paris."

"A cidade do amor." Dissemos juntos e rimos olhando pro chão.

"Vem." Me esticou a mão e apontou pra fora com um meneio de cabeça.

Passei pelo quarto da Loren e disse pra minha mãe que íamos sair, George disse pro Cody cuidar de mim ou mataria ele. Os dois estavam tendo uma relação ótima, extremamente diferente de como era com o Thomas... Saímos de casa, mas andava distante dele na rua, o vento frio cortava meu rosto, poucos estabelecimentos ainda estavam abertos e eu não fazia a mínima ideia de pra onde iria com ele.

"Está com frio?"

"Estou."

"Vamos tomar um chocolate?" Apontou pra um pequeno café, que tinha uma decoração super fofa.

"Vamos."

Entramos e sentamos em uma mesa vaga, uma boa parte estava ocupada por casais. Estava meio sem jeito por estar sozinha com ele e sem saber o que falar durante a conversa. Ele pediu os chocolates, incrivelmente ele lembrou exatamente de como eu gostava do meu. Desviava o olhar sempre que se cruzava com o dele, logo percebi os olhares dele pro meu anel de noivado e retirei a mão da mesa.

"Você faz falta lá na equipe, em casa..."

"Vocês também no meu dia-a-dia."

"Está feliz com o casamento?" Perguntou depois de algum tempo.

"Claro, se não estivesse não casaria."

Os chocolates chegaram, quebrando o clima tenso que havia ficado, bebemos um pouco e ele voltou a me olhar.

"Você não me ama mais?"

"Por que está me perguntando isso?" 

"Porque eu continuo te amando, mesmo depois de tanto tempo, mesmo com tantos quilômetros nos separando."

"Qualquer um pode dizer que ama, se amasse mesmo teria me procurado antes."

"Eu até tentei, mas esses anos foram corridos, várias turnês, entrevistas, photoshoots e quase nenhum tempo de férias... Te enviei várias cartas e você não respondeu nenhuma delas, meu peito apertava todas as noites por não saber como estava ou o que estava acontecendo, sempre dias depois de enviar uma carta, eu ligava todos os dias pra casa pra saber se tinha chegado algo e a resposta era sempre a mesma: "não, filho, deve estar atrasada" ou "ela pode estar pensando em como responder". Nunca fui de chorar por alguém, principalmente por garotas, mas perdi a conta de quantas vezes chorei por você." Seus olhos estavam rasos de água. "Não tem o direito de dizer que não te amo sem antes saber de tudo o que eu passei estando longe de você."

Fitei a mesa e senti meus olhos queimarem com a chegada das lágrimas, olhei pro teto pra me livrar delas e o olhei novamente.

"Não vai falar nada?"

"Quer que eu diga o que? Nada vai mudar o que já passou e, quanto às cartas, eu não recebi nenhuma."

"Isso é impossível."

"Então me diga onde estão." Bebi outro gole do chocolate.

"Me diga você."

"Todos os dias o Spe... Droga!"

"Spencer..." Revirou os olhos.

"Foi melhor assim, eu vivi a minha vida e você a sua."

"Ainda não respondeu minha pergunta." Suspirou.

"Que pergunta?" Me fiz de desentendida pra não ter que mentir em minha resposta.

"Esquece..." Bebeu seu chocolate.

Acabamos os chocolates em silêncio e fomos pra casa novamente, o carro de Thomas estava estacionado e eu estranhei isso, ao entrarmos o encontrei na sala com minha mãe e Loren.

"Ísa!" Ela deu um de seus gritinhos e abriu os braços pra mim pegá-la.

A peguei e sentei ao lado do Thomas.

"Oi, querida." Me deu um selinho.

"Oi, Thomas." Sorri de leve.

"Tia, eu vou pra cama, boa noite..."

"Boa noite, querido."

Ele me olhou antes de subir e eu abaixei a cabeça.

~ POV Cody Simpson ~

Subi pro meu quarto extremamente decepcionado com a nossa conversa, dai chegamos em casa e o engravatado ganha ela... Tinha que conseguir a minha menina de volta, nossa história não acabava aqui.

"Cody?" George me chamou vindo de seu quarto.

"Oi?"

"Podemos conversar?"

"Acho melhor o senhor conversar com o engravatado ali, ele quem está com a Ísa..."

Ele balançou a cabeça negativamente. "Podemos conversar ou prefere amanhã?"

"Pode ser hoje mesmo, mais uma bomba pro meu dia."

"Não vou dizer nada que você não saiba, pode até mudar esse humor." 

"Duvido que mude."

Entramos no quarto em que eu estava hospedado e sentamos na cama.

"Já levei um passa fora dela, acho que eu vou embora."

"Não desiste assim da Ísa, eu sei que ela te ainda te ama, ela só está resistindo por causa do Thomas."

"Ela te falou isso?"

"Não com essas palavras mas falou pra Elisa, ela me disse."

Abri um pequeno sorriso. "Me ajuda, George. Ela é a garota que eu mais amei e continuo amando, não posso perde-la de novo."

"Vou conversar com ela e ver o que eu posso fazer, mas não vai embora."

Assenti. "Acabei de descobrir que o Spencer pegou todas as cartas que eu escrevia pra ela, isso atrapalhou ainda mais."

"Ele sempre trazia a correspondência antes de ir pro trabalho, agora eu entendi o porquê..."

"Preciso encontrar um modo pra tê-la de volta."

"E eu vou ajudar, começando hoje mesmo." 

George saiu do quarto, me deixando sem entender o que ele iria fazer, bom, restava esperar.

~ POV Heloísa Dobrev ~

"Vamos brincar?" Loren pulou novamente no meu colo após descer.

"Tenho que ficar aqui com o Thomas, meu amor."

"Pode ir lá." Ele disse sem tirar os olhos do celular.

Minha mãe me olhou com pena em seu olhar, Loren me puxou pelo braço pra levantar.

"De que quer brincar?"

"Esconde-esconde!" Levantou os braços.

Contei com os olhos fechados até minha mãe dizer que eu podia ir. No andar de cima, George apontou pro quarto de hóspedes em que o Cody estava hospedado, a porta estava entreaberta, eu bati e entrei. Cody parecia dormir e enquanto procurava minha irmã, a porta bateu do modo em que fazia ela sempre ficar emperrada por dentro. 

"Loren? Mãe? Pai? Alguém abre isso, por favor." Pedi tentando girar a maçaneta.

Não ouvi barulho nenhum depois disso, Cody sentou na cama e acendeu a luz, ficando surpreso ao me ver.

"Errou de quarto?"

"Não, desculpa, estava brincando com a Loren e a porta emperrou."

"Sei... Queria me ver, pode falar."

"Claro que não, meu noivo está lá em baixo."

"Ah... Pede pra alguém abrir." Deu ombros.

"Eu já fiz isso, está o maior silêncio no corredor."

"Então deita aí." Deu espaço na cama.

"Nã-não."

"Porque? Eu não mordo."

"Não vou dormir com você."

"Não sou nenhum maníaco."

~ Flashback ~

“Só uma cama? Eu não vou dormir com você.”

"Acha que eu vou abusar de você? Só vamos dormir.”

"Não confio!”

“Então você vai ter motivos pra não confiar.” Levantou da cama e veio até mim. “Agora me deu vontade de você.” Foi pra trás de mim e beijou meu pescoço.

~

Um sorriso estampou meu rosto logo depois de pensar. Não, Ísa, para! Cody me olhou e eu corei.

"Porque do sorriso?" 

"Estava pensando."

"No seu noivo?"

"Em nó... Claro."

Ele riu. 

Bati na porta diversas vezes, mas pareciam não me escutar.

"Você tem algo a ver com isso?" Perguntei logo depois de ter pensado na possibilidade.

"Claro que não, eu estava dormindo quando você entrou aqui."

"Sei."

"Você não viu?"

"Não confio em você, Simpson."

Ele riu e balançou a cabeça. "Vai dormir de pé hoje?"

"Vou."

"Para de ser boba, não vou te violentar e nem nada. Vou aí te buscar se não vier logo."

"Não ouse!"

~ POV Cody Simpson ~ 

"Vai desafiar?" Arqueei uma sobrancelha.

"Nem vem, garoto."

"Depois dessa eu vou." Levantei.

Fui até ela e a peguei pela cintura, a joguei na cama e deitei novamente. 

"Prontinho."

"Que idiotice, Cody."

"É legal ser idiota."

"Se você acha." Deu ombros.

"Ísa?" Chamei depois de um tempo de silêncio.

"O que?"

"Nós ainda podemos ser amigos?"

Ela ficou em silêncio e depois assentiu.

"Eu estou falando sério."

"Eu sei, nós somos amigos, Codes."

"Então me dá um abraço." Abri os braços.

Ela riu e me abraçou, beijei sua cabeça e continuei a abraçando por um longo tempo.

"Que saudades disso, pequena." Sorri. "Seu abraço, seu perfume, seu sorriso."

Ela sorriu em seguida. "Também estava morta de saudades."

"Estava?"

"Claro que eu estava." Secou uma lágrima que escorreu.

Abri um sorriso e permaneci olhando ela. 

"O que é?"

"Nada."

"Então para de olhar."

"Não."

"Vai dormir, vai."

"Dorme comigo."

"Não sou obrigada." Me deu língua.

"Quem dá língua pede beijo."

"Cala a boca, eu estou noiva, tenha respeito."

"Sou o cara mais respeitoso desse mundo."

"Quando quer, só se for."

Ri de leve. "Boa noite." Beijei o rosto dela.

"Boa noite." Virou pro lado oposto de mim.

Ao acordar pela manhã, ela estava deitada no meu peito, fiquei observando até ela acordar.

"Bom dia sunshine."

"Bom dia." Saiu de cima de mim toda sem graça e se espreguiçou.

"Dormiu bem?"

"Não."

"Eu sim, essa cama é ótima."

"Fica quietinho, ok? Eu quero sair dessa porra de quarto." Bateu na porta. "MÃE?"

"Será que agora alguém te ouve?"

"Para de falar e vem me ajudar." Voltou a bater. "LOREN? PAI?" Olhou pra mim. "Que horas são?"

"Quase 8h."

"Ótimo, ninguém deve estar acordado ainda." Bufou.

"Calma." Tirei minha camiseta e fui em direção à minha mala.

"Vai se trocar comigo aqui?"

"Estou no meu quarto." Dei ombros e procurei uma regata.

Ela me olhou por alguns segundos, mas logo desviou o olhar, sem graça. Coloquei a regata e tirei o short pra colocar um limpo, percebi ela ainda me olhando.

"Gostou?" 

"Hãm? Ah, claro que não, se liga."

"Seu noivo é como eu? Ele te pega como eu pegava? Te faz sentir o que eu fazia sentir?"

"Não é porque estamos no mesmo cômodo que eu tenho que responder as perguntas que você faz. Agora me empresta seu celular?"

Joguei o celular pra ela, que ligou lá pra baixo e começou a falar com a mãe, que logo veio abrir a porta.

"Eu tive que dormir com ele, deixei meu noivo esperando, fiquei gritando feito uma louca e vocês nem aí, ótima família."

"Eu achei que quisessem conversar, meu amor."

Ela suspirou. "O Thomas disse alguma coisa?"

"Não..."

"Como não?"

"Ele simplesmente disse que tinha uma reunião cedo e que não podia esperar sua vontade de descer."

"Ah..." Ela parecia ter se chateado com isso. "Vou pro meu quarto." Saiu do quarto.

"Conseguiram conversar?"

"Mais ou menos, tia." Levantei da cama. "Ele ama ela?" Perguntei baixo.

"Eu não sei..."

Suspirei e saí do quarto com a tia Elisa, fomos pro andar de baixo e eu ajudei no café. Ísa desceu e saiu direto pela porta.

~ POV Heloísa Dobrev ~

Ainda estava um pouco cedo, mas tinha algo pra resolver, fui até a casa do Spencer, toquei a campainha esperei alguns minutos e toquei outra vez.

"Helô?" Ele abriu a porta com cara de sono.

"Temos que conversar. Posso entrar?"

"Entra." Coçou os olhos e me deu espaço, fechando a porta assim que entrei. "Então, sobre o que é?" Arrumou o cabelo com a mão.

"Como pode ter sido tão cara de pau?"

"O que eu fiz?"

"Roubou minhas cartas e agiu como se nada tivesse acontecido."

"O que? Eu não roubei, só... Como ficou sabendo delas?"

"O Cody me disse, agora espero que pelo menos tenha tido a decência de guardá-las."

"É, eu guardei..." Suspirou. "Só fiz isso pra te proteger."

"Me proteger? Se liga."

"Sim, te proteger de jogar sua vida fora novamente por aquele imbecil, você tem o mundo nas suas mãos estando com o Thomas."

"Eu não ligo pra porra do dinheiro! Eu só quero ser feliz com quem me ama e eu amo." Respirei fundo. "Dá pra devolver o que é meu?"

"Eu vou pegar..." Subiu.

Em menos de 5 minutos ele voltou com uma grande pilha de cartas em mãos e me entregou.

"Acabe com a sua vida." Suspirou.

"Obrigada e nunca mais se meta nas minhas coisas pessoais." Ajeitei as cartas nas minhas mãos e saí da casa.

Voltei pra casa puta da vida, mas surpresa pelo tanto de cartas que ele tinha escrito. Cody logo olhou pras minhas mãos quando entrei, deixei as cartas na cama e desci novamente.

"Bom dia." Sentei na cadeira.

"Bom dia."

Cody ficou sorrindo bobo enquanto me olhava e eu desviei o olhar quando corei. Comi uma torrada e ajudei minha mãe a arrumar a cozinha.

"Porquê não foi trabalhar hoje, meu amor?"

"Hoje vão começar a resolver da viagem e essa semana estou de folga, apenas vou entregar o artigo amanhã."

"E na sexta eles embarcam?"

"Isso."

"Três semanas de folga, que coisa boa heim." Riu.

"Ótimo." Ri. "Achei que trabalhar na revista seria mais divertido do que realmente é."

"Nem tudo é do jeito que imaginamos."

"Pois é..."

"Mudando de assunto, o que você trouxe na mão?"

"Cartas."

"Cartas de que?"

"Do Cody, Spencer pegou todas elas durante esses dois anos." 

"Não acredito nisso!"

"Pode acreditar, tenho várias cartas pra ler."

"E ainda diz que não te amo e não corri atrás..." Cody disse escorado na parede.

"Estava ouvindo?" Perguntei arqueando as sobrancelhas.

"Não foi por querer, ia pegar um pouco de água e não quis atrapalhar a conversa."

Neguei com a cabeça e sequei minhas mãos no pano.

"Me dá um pouco de água gelada, tia?"

Fui pra sala e, depois de pegar a água, ele veio pro meu lado. 

"Vai ficar emburrada comigo? Ontem você disse que éramos amigos ainda."

"Estou emburrada porque você armou de me prender, assim não é o melhor jeito de conseguir o que você quer."

"E você sabe o que eu quero?" Perguntou num tom, que ao meu entender era sedutor.

"Imagino, mas me diga você."

"Eu quero te levar comigo, te reconquistar, voltar ao que éramos antes, porquê eu amo você mais do que qualquer coisa e é por isso que eu estou aqui."

Não pude conter o sorriso, estava olhando meio boba pra ele e ele sorriu com isso. Limpei a garganta pra disfarçar.

"Eu quero te fazer um convite, posso?"

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Oi meninaaaaas, esse chegou rapidinho, né? Cara estou impressionada com os comentários, 16 em um dia, VOCÊS SÃO DEMAIS! Bom, o que acham que o Cody vai convidar a Ísa pra fazer? pskskapkska O que acharam da conversa deles? Como acham que vai ser daqui pra frente? Deixem seus comentários, vou agilizar no outro pra postar rapidinho, depende de vocês também hahaha. Bem-vindas leitoras novas, espero que estejam gostando e não me abandonem, viu? É isso, continuo com +10 comentários, COMENTEEEEEM! xoxo <3