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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Capítulo 107 - "Não mudaria nada."



Fomos até o quarto, sentei na cama e ela sentou à minha frente, fitando as mãos em seu colo, com vergonha de me encarar.

"Sinto muito, eu não sei onde enfiar minha cara." Ela disse, por fim. "Eu estava bêbada, foi sem noção."

"Sim, foi muito sem noção."

"Me desculpa, em sã consciência eu nunca faria isso."
"A bebida ajuda, eu sei."
"Não!"
"Pode admitir, eu confio no meu homem, pode dizer o que for."
Ela suspirou, o peso de sua consciência parecia tomá-la."Eu sempre achei o Cody bonito, naquela noite foi sem pensar, te juro."
Balancei a cabeça, com os lábios semicerrados. "Sabia."
"Mas não foi por mal, me desculpa, não vou aguentar voltar pra Inglaterra sem seu perdão."
"Vou te perdoar, mas que essa seja a última vez, e também perdoo por não ter ido mais longe."
"Obrigada, Helô, de verdade... Te juro que nunca mais vai acontecer."
"Espero que não, dessa vez eu não te perdoaria nem se quisesse e, acredite, eu não iria querer."
"Eu sei que não."
~ POV Cody Simpson ~
Ísa estava estranha comigo a dois dias do meu aniversário, um tanto quanto suspeito, mas não sabia se meu pensamento estava certo, exatamente por o "estranho" dela estar indecifrável. Gostava mais de descobrir uma surpresa antes de ela acontecer do que ser surpreendido, na real eu sempre descobria. Ela estava no quarto com a Karen, as duas não estavam gritando uma com a outra, então achei que tivessem se acertado.
"E ai, tudo certo?" Perguntei pra Ísa quando elas saíram.
"Tudo certo." Ela disse.
Karen se despediu dela e tomou o caminho da porta, Ísa voltou pro meu lado.
"Ela nem olhou pra mim." Ri.
"Isso é bom, muito bom."
"Desculpou ela?"
"Sim, não vale guardar magoa."
"Concordo."
"Quer fazer algo de noite?"
"Você, a senhorita vamos-ficar-em-casa-hoje, quer sair?"
"Quero, ué." Riu de leve. "Não pode?"
"Pode, mas hoje eu quero ficar em casa." Embalei ela nos meus braços. "Curtir um filminho contigo, sem agitação."
"Ok... E amanhã?"
"Amanhã é outro dia, pequena."
"Hm, podíamos ir pra casa dos seus pais amanhã."
"Fazer o que?"
"Não sei, não quer ficar um pouco com eles?"
"Amanhã vemos isso, ok?"
"Está chatinho, não quer fazer nada, credo..."
"Estou cansado."
"Cansado de que? Só fica jogado no sofá."
"Ficar sem fazer nada cansa mais do que fazer tudo, eu estava na estrada, estou acostumado com badalação, agora estou parado."
"Ah... Achei que gostasse de descansar."
"Até gosto, mas eu queria aproveitar fazendo algo."
Ela levantou, esticando um braço pra mim. "Levanta, nós vamos sair."
"Eu já disse não, amor."
"E eu disse sim, você está se deprimindo nesse sofá! Cadê o Cody por quem eu me apaixonei lá no início? O baladeiro, engraçado, divertido... Cadê?"
"Talvez ele tenha se perdido no meio da espuma do sofá ou então crescido."
Ela revirou os olhos, me puxando pelo braço depois. "Vamos mostrar seu carro novo pro mundo, de que adianta ser lindo e estar na garagem? Vamos, Cody!"
"Ok..." Disse, rendido, soltando as mãos em minhas pernas.
Não estava com um pingo de vontade de sair, estava preocupado com a tal agenda de shows que eu tinha que preparar, ela não entenderia isso bem, já que estava fazendo planos pra todos os dias e eu não tinha coragem de tirar aquele lindo sorriso de seu rosto. Talvez eu estivesse me equivocando e ela entendesse perfeitamente que é o meu trabalho, sempre foi e ela sempre esteve ao meu lado, mas agora... Agora era diferente. Eu tinha que fazer algo pra diverti-la, sei lá, só não podia ficar me deprimindo em um sofá, ela estava certa. Peguei uma camiseta básica preta no guarda-roupas, uma calça jeans e um sapato, arrumei o cabelo um pouco bagunçado pro lado e coloquei a touca preta. Sentei na cama e esperei enquanto ela se trocava. Depois de vários shorts sem fechar, ela optou por uma calça no fundo do guarda-roupas, um número a mais que o anterior dela, uma regata e camisa jeans por cima e Vans. Ela era a mulher mais linda que eu já tinha visto, vestindo o que quer que fosse, com maquiagem ou sem, ela era simplesmente linda. Fui por trás dela enquanto ela fechava os brincos e beijei seu rosto.
"Obrigado por me convencer."
Ela se virou pra mim com um sorriso nos lábios. "Na alegria e na tristeza."
Sorri e selei seus lábios com vários selinhos. Ela pegou a bolsa, eu meus pertences e saímos rumo ao estacionamento, abri a porta pra ela e entrei no banco do motorista.
"Pra onde quer ir, senhorita?"
"Podemos jantar e depois damos uma volta por aí."
"Ok." Assenti. "Quer jantar aonde?"
"Que tal um rodízio de pizza?"
"Vou te levar na melhor pizzaria daqui, é um pouquinho longe, pode aguentar?"
"Não estou com muita fome, posso aguentar." Riu pelo nariz.
Demoramos mais ou menos 40 minutos pra chegarmos na pizzaria, deixei o carro com o manobrista e peguei na mão da Ísa. Logo na porta, os olhares da maioria se viraram pra nós, uma das garçonetes nos levou até uma mesa discreta e no canto.
"Se tiverem algum pedido, é só falarem com quem estiver passando." Deixou os cardápios no suporte. "Com licença."
"Toda." Sorrimos e ela se afastou.
Ela pediu um suco e eu um uísque com bastante gelo.
"Pizza com uísque?" Fez uma careta.
"Pra animar um pouquinho." Ri.
"Vê se não fica bêbado."
"Só um copo, amor."
"Ok, porque eu não estou com nem um pingo de vontade de dirigir."
"Fica tranquila." Entrelacei os dedos nos dela por cima da mesa.
Ficamos conversando enquanto comíamos, um papo animado, tentei até tirar dela se iriam fazer alguma coisa pra mim, mas a resposta era sempre "você não disse que não queria? Então...", já estava me conformando com a resposta dela. Depois de estarmos satisfeitos, fomos de carro até a praia e ficamos andando de mãos dadas pelo calçadão.
"Cody!" Uma garota, provavelmente uma fã, veio correndo até mim. "Eu amo você, pode tirar uma foto comigo? Vai ser a melhor de toda a minha vida, faz isso por mim, por favor, por favor, por favor."
"Ok." Ri pelo jeito que ela colocava uma palavra junto com a outra por estar nervosa.
Tiramos dois selfies e ela saiu saltitando, olhei pra Ísa e nós dois rimos.
"Que maluquinha."
"Acho que eu deixei ela feliz, só acho."
"Acho que muito mais do que isso, numa escala, a felicidade dela deve estar em 1000%." Riu.
"Sentia falta de tirar foto com as fãs."
"Quando você volta a trabalhar?" O semblante dela murchou um pouco.
"E-eu não sei."
"Ah..."
"Gostaria que eu fosse?"
"De verdade?"
Assenti.
"Não."
"Porque não?"
"Queria que estivesse comigo na gravidez, em todos os momentos, sabe? Acho que você já trabalhou demais nesses três anos, vamos viajar, curtir..."
"Vamos ver, não sou só eu que decido, você sabe." Girei ela, pra que ficasse de frente pra mim. "Vamos lá pra areia?"
Ela concordou e descemos pra areia, andamos um pouco e sentamos nas pedras, lembrei que uma vez tínhamos transado ali e sorri comigo mesmo.
"De que está rindo?" Apoiou o corpo nos braços.
"Lembrei que transamos por aqui e, se você não estivesse grávida, a gente transaria de novo."
"E você queria que eu não estivesse?" Perguntou sem me encarar.
"Não! Claro que não. Eu não mudaria nada na nossa vida, tudo o que aconteceu, mesmo que tenha nos afastado de momento, nos aproximou mais agora."
"Não mudaria nada mesmo?" Me olhou. "Nadinha?" Arqueou um pouco a sobrancelha, sabia bem do que ela estava falando.
"Nem minhas traições, sabe porque?"
"Porque?" Me encarou com seriedade.
"Porque nenhuma delas foi como você, a cada traição eu via que ninguém seria melhor que a minha mulher. E hoje eu tenho plena certeza de que não há mulher melhor no mundo."
"Tem como ficar brava contigo?" Abriu um sorriso lindo, que iluminou seu rosto.
"Espero que não." Selei seus lábios, iniciando um beijo lento. "Hm... Talvez eu mudasse uma única coisa."
"O que?"
"Seu sequestro, não suportei aquela agonia, te ver toda marcada quando eu te encontrei, acho que foi a pior coisa do mundo, ainda mais por ter sido culpa minha."
"Esquece isso, já passou." Colocou as duas mãos em meu rosto. "Rebecca está fora de nossas vidas, meu amor."
"Espero nunca mais vê-la."
"Eu também, ela é uma vadia."
"E como é."
"Não vamos estragar nossa linda noite falando dela."
"Não mesmo." Entrelacei a mão na dela.
"Eu amo quando você usa essa touca, sabia? Mexe com meus sentidos mais loucos."
"Eu gosto disso." Beijei o pescoço dela.
"Não me provoca não, garoto." Levantou o indicador. "Eu não respondo por mim."
Olhei pra trás depois de um turbilhão de luzes começar a piscar, claro paparazzis, estava demorando pra nos flagrarem... Puxei a Ísa pela mão pra nos desvencilharmos deles.
"Que droga! Nunca podemos ter um momento só nosso." Ela disse ao entrarmos no carro, bufando.
"Fazer o que, não é? Fama traz isso."
"Eu sei, eu sei... Mas de qualquer jeito."
"Amor..." Peguei a mão dela antes de ligar o carro. "Não se estressa por besteira, ok? Não vale a pena, não vai mudar em nada."
"Ok... O importante é que eu te tirei de casa."
"Acho que só você consegue essas proezas."
"Que ótimo, vou sempre fazer isso por você, não é nada legal te ver triste pelos cantos."
Selei os lábios dela. "Amo você, garota."
"Também amo você." Retribuiu o selinho.
Voltamos pro apartamento e fomos pro banho juntos. Deitamos na cama e ela ligou a televisão, deixando em qualquer canal, em poucos minutos, ela se aninhou comigo, nossas pernas ficaram entrelaçadas e a cabeça dela no meu peito.
"Logo você faz 25, parece que ontem estávamos preparando sua festa de 21."
"Vamos combinar que foi uma festa foda."
"Foi." Riu. "Cada fantasia..."
"Podíamos fazer outra agora."
"Não! Está muito tarde pra pensarmos em festa grande, você que não quis, se tivesse dito antes eu até consideraria."
"Ainda dá tempo."
"Não, não dá."
"Que maldade, não vai ter nada pra mim? Beleza..." Fiz joinha pra ela.
"Vai ter uma reuniãozinha, um bolo, seus amigos, eu." Abriu os braços e apontou pra si mesma, depois beijou meu queixo.
"Só por você, já compensa, minha linda."
"Que amorzinho."
"Mas no ano que vem, não vou me importar se me surpreender com uma festa."
"Ok, mas não se esqueça que nossos filhos estarão pequenos coisa e tal."
"Eles vão nascer em...?"
"Em julho eu faço 9 meses, mas como são dois, geralmente não vai até o final."
"Podem nascer a partir de quando?"
"Acho que pode ser em junho, mais provável."
"Vou contar os meses."
Ela riu e se aconchegou novamente. "Boa noite, amanhã vamos comprar roupas."
"E quanto ao não comprar roupas até a barriga crescer?"
"Não tenho mais nenhum shorts pra usar, se não percebeu isso ainda."
Ri. "De qualquer modo, fica linda vestindo qualquer coisa."
"Ok, amanhã saio na rua vestindo qualquer coisa pra ver o que os outros falam."
"De que importa o que os outros falam quando eu estou falando?"
"Importam as opiniões, não me sinto segura."
Beijei a cabeça dela. "Não importa o que eles digam, você tem que acreditar e confiar em si mesma."
"Você não existe, é o melhor cara do mundo."
Apenas sorri. "Dorme bem, meu anjo."
Demorei mais do que ela pra pegar no sono, não estava lá numa posição muito confortável, já que depois de pegar no sono ela se jogou em cima de mim, mas não quis acordá-la e acabei por dormir do jeito que estava. Não foi uma das melhores noites, acordava no meio da noite com a cabeça cheia, pensando no trabalho, queria voltar, mas ao mesmo tempo estava sendo pressionado pra isso e essa ideia não me alegrava.
Pela manhã, ela levantou antes de mim, percebi isso ao esticar o braço na cama e não senti-la. Enrolei um pouco, me espreguicei e fui pro banheiro fazer as higienes. Segui pra sala e ela estava na sacada com a cabeça em uma das mãos enquanto olhava pra baixo, cheguei sem fazer barulho e a abracei por trás, ela se desvencilhou.
"O que aconteceu?"
"Porra nenhuma." Fungou.
"Ih... Porque o choro?"
Ela ensaiou um pouco e finalmente se virou pra mim. "O que é isso?" Levantou um maço de cigarros e a garrafinha de metal.
Vai dar merda, pensei comigo, enquanto coçava minha testa com o indicador.
"Heim? Te fiz uma pergunta e exijo uma resposta."
"Porque estava mexendo nas minhas coisas de turnê?" Mudei o rumo da conversa.
"Eu perguntei primeiro, não muda de assunto."
"E eu estou perguntando agora." Tirei da mão dela. "Que eu me lembre, não te dei direito de mexer nisso."
"Ia apenas arrumar suas coisas porque estão bagunçadas, mas isso é o que menos me importa agora!" Passou as mãos pela testa, me encarando com um semblante de raiva, mas completamente desapontado. "Você me disse que nunca ia colocar essa droga na boca! O que está fazendo?"
"Para com isso, é besteira. Me viu fumando alguma vez? Que porra, velho!"
"Não vi e espero não ver, faria você engolir, mas se está nas suas "coisas de turnê"." Fez aspas com os dedos. "É porque leva."
"Levo mesmo, isso me deixa mais relaxado, achou o que? Que eu bebia um leite quente antes de entrar no palco? De boa, né Ísa."
Não era pra tanto, claro que não, mas depois de uma noite estressante, acordar e já ser cercado de perguntas fode minha vida, ainda mais por ela ter mexido nas minhas coisas, eu odiava isso. Não que eu tivesse algo a esconder, a não ser isso, mas eu gostava do meu jeito de arrumar pra saber onde procurar.
"Eu não achava que você iria ser mais um que enriquece e passa a cultivar hábitos que antes não eram seus, eu confiava em que você era diferente deles, mas, pelo visto, não é." Sumiu de minha visão, mexendo em algo na sala.
Fazia um bom tempo que não colocava um cigarro na boca, bem que a situação toda me deu vontade, mas eu não fiz isso. Seria crime deixar algo cair da sacada? Bom, não sei, mas era tarde de mais. Apoiei os cotovelos no parapeito e fiquei pensando em tudo, desde fazer a agenda de shows até a ter sido duro com ela agora. Ouvi a porta da entrada bater e, talvez só então tenha percebido que ela havia ficado chateada comigo.
"Aonde você vai?" Perguntei ao abrir a porta, mudando totalmente o tom de minha voz.
"Vou fazer compras, não disse que ia? Pois bem..."
"Deixa eu me trocar e vou contigo."
"Não lembro de ter convidado." Ela disse e olhou pra porta do elevador, esperando que abrisse.
"Qualquer coisa me liga, pelo menos?"
"Não banca o bonzinho agora." Entrou no elevador.
As portas se fecharam, a tirando de minha visão. Ok, agora eu tinha que pensar em como pedir desculpas, mas também tinha que arrumar a situação dos dias de turnê. Ia apenas separar os dias e depois William se entenderia em arrumar os lugares, meu último mês teria que ser na Austrália, a menos que ela não concordasse comigo em dar a luz lá. Coloquei meu notebook em uma mochila e troquei de roupa, joguei a mochila no ombro e desci. Fui andando até um café, procurei uma mesa e me sentei nela, deixei o notebook preparado e escolhi o que iria comer, fazendo meu pedido pra uma garçonete. Me concentrei e comecei a procurar por datas no calendário, exatamente duas semanas na estrada e duas em casa, pra ser mais preciso, até dia 15 na estrada e o restante do mês em casa. Talvez não fosse tão ruim, estaria ganhando dinheiro, me despedindo das fãs, já que depois pegaria umas boas férias, e passaria um bom tempo em casa, acho que ela me entenderia, na verdade eu esperava que sim, seria foda ficarmos brigando agora. Depois de alguns goles de café, estava com os dias marcados, enviei pro William e mandei uma mensagem avisando.
~ POV Heloísa Dobrev ~
Parei em um Starbucks antes de ir pro shopping, tomei meu café ali e enviei uma mensagem pra Alli, perguntando se ela poderia me encontrar, a resposta veio rápido, em pouco tempo ela estaria aqui.
"Vim o mais rápido que pude." Sentou à minha frente, soltando a bolsa em seu lado. "O que houve?"
"Tudo bem, não demorou." Bebi um gole do meu Chai. "Encontrei os cigarros do teu irmão, dai a gente começou discutir e eu fiquei chateada, tanto pelo que ele disse quanto por ele estar fumando."
Ela riu da minha cara. "Acho que pegou pesado, Cody não fuma mais tem um ano, mais ou menos."
"E porquê se estressou tanto quando eu perguntei pra ele? Não faz sentido."
"Talvez por você ter perguntado de algum jeito que ele achou estar sendo julgado, pressionado, não sei, mas eu te garanto que estão lá só por estar."
"Vou acreditar quando ele se livrar."
"Conversa com ele que ele fará isso, mas converse, não grite."
"Ok." Suspirei. "Não vou voltar pra casa agora, mas depois falo com ele." Levei uma das mãos à testa ao sentir uma tontura forte.
"Tudo bem?"
"Tu..."
E tudo se apagou.
~ POV Cody Simpson ~
Juntei minhas coisas de qualquer jeito, paguei a conta e tomei um taxi o mais rápido que pude depois de Alli me ligar desesperada, dizendo que Ísa tinha ido parar no hospital.
"Dá pra ir logo? Estou indo pra um hospital, não pra um parque de diversões." Bufei no banco de trás pra apressar o motorista, que parecia tirar com a minha cara indo a 35km/h.
O que era pra demorar uns 10 minutos, demorou 20. Fui direto pra recepção, perguntei por ela e eles me disseram um quarto no final do mesmo corredor. Respirei fundo e abri a porta, Alli estava ao lado dela, que tomava soro na veia. Assim que me viu, ela beijou a testa da Ísa.
"Já vou, qualquer coisa me liga, amiga." Ísa assentiu. "E lembre-se do que eu disse." Se aproximou de mim, colocando a bolsa no ombro. "Cuida dela e meça suas palavras."
Alli beijou meu rosto e saiu do quarto, Ísa ficou me olhando e eu fui sentar a seu lado.
"Desculpa pelo que eu disse, fui grosso sem motivos, admito."
"Me desculpa também, não devia ter questionado nada daquele jeito e nem mexido nas suas coisas, mas eu só queria tirar do meio pra te ajudar mesmo."
"Sei que foi com boas intenções." Beijei a mão dela. "Como se sente?"
"Melhor, não é nada legal desmaiar."
Ri e beijei a testa dela. "Depois vai descansar."
"Nada disso, eu vou comprar minhas roupas."
"Ah, mas não vai mesmo."
"Claro que vou! Eu preciso de pelo menos uma calça e um short."
"Mas eu vou com você, nem a pau que te deixo ir sozinha."
"Pode ir comigo, vou adorar, na verdade." Sorriu, olhando pro outro lado em seguida.
"Também vou adorar ir contigo, faz um tempo que não vamos no shopping."
"Faz mesmo, podemos começar a ver as coisas de bebê, claro que sem dar muita bandeira."
"Sem dar bandeira vai ser difícil."
"Vamos passar em casa e pegar alguns disfarces, que tal?"
"Pode ser." Ri outra vez.
Assim que o médico deu alta pra ela, fomos pro apartamento, era difícil se disfarçar, coloquei um boné e um óculos escuro e a Ísa prendeu bem o cabelo e colocou um óculos também. Fomos na Rang, paramos no shopping e subimos direto pra tal loja onde ela queria ir, uma loja enorme de artigos para bebês. Fiquei maluco junto com ela enquanto olhávamos roupinhas e móveis, imaginamos mil coisas juntos e cada um por si, mas no fim era a mesma coisa. Ao invés de comprar um short e uma calça, ela comprou uns 3 modelos de cada, mais algumas blusas e vestidos. Mulheres... Ela não quis comer nada, então voltamos pra casa.
"Gostou da loja? Pretendo fazer o enxoval lá." Perguntou enquanto passava um pano na bancada.
"Gostei, tem bastante opções."
"Eles fazem os móveis por encomenda do catálogo também."
"Bom saber, mas só poderemos ver essas coisas quando a mídia souber." Sentei num dos bancos.
"Sim, eu sei."
"Ísa..." Suspirei. "Vamos voltar no assunto de hoje cedo, ok? Já me livrei de coisas desnecessárias."
"Ah..."
"Estou falando sério, foram pela sacada."
"Jogou da sacada?" Arregalou levemente os olhos.
"Na raiva... Eram desnecessários, não tinha necessidade de arrumar um lugar pra jogar."
"Fico feliz que tenha jogado." Sorriu.
"Agora eu tenho um convite parte fazer."
"Convite?"
"Sim, vamos viajar por alguns dias?"
"Viajar? Ah, não sei... Pra onde?"
"Não sei, não precisamos demorar, podem ser uns dois ou três dias apenas, só quero respirar novos ares antes de..." Parei de falar quando percebi que ia falar de mais, mas ela captou.
"Antes de...?"
"De voltar ao trabalho."
Era melhor falar logo de uma vez do que ficar esperando e adiando... Se ela tivesse que brigar, seria agora ou depois de qualquer jeito. Por alguns segundos, ela evitou me olhar, fitando o chão, mas depois subiu pra mim.
"Vai voltar ao trabalho?"
Assenti.
"Porque me perguntou se eu queria ou não se já tinha uma opinião formada?"
"Eu não tinha, mas depois dessa turnê, eu vou parar por um bom tempo."
"Um bom tempo de quanto? Um mês?" Apoiou-se do outro lado do balcão, com um olhar irônico pra mim.
"Não vou passar o tempo todo na estrada, 15 dias sim e 15 não."
"E acha que vai ser bem facinho ficar longe de você por 15 dias todo mês? Eu estou grávida, quero atenção, quero que esteja comigo, mas não vai estar, você só fode comigo, literalmente."
"Não é pra tanto, não dramatiza. Eu estou aqui pra você, sempre estive e sempre vou estar. O tempo vai passar rápido e eu vou te compensar no nosso tempo juntos."
"Eu não quero ficar sozinha!"
"Pode ir comigo enquanto der."
Ela bufou, se virando pra pia sem querer me dar mais atenção. "O que mais eu posso esperar pra hoje, Senhor?"
"Viaja comigo, amor?" Fui pra trás dela, beijando de leve seu pescoço. "Por favor."
"Vou pensar."
"Pensa direitinho, ok? Eu amo você, amo demais, mas eu tenho que cumprir o que meu empresário diz, ele nem me daria os dias em casa, por isso eu discuti com ele naquele dia, não aguentaria ficar longe de você, no fundo você sabe disso."
"Eu sei disso, mas achei que não aguentaria e não ficaria." Se virou pra mim.
"Me desculpa, tá bom?" Tirei uma mecha de cabelo do rosto dela, levando pra trás de sua orelha. "Não queria ter que fazer isso, mas eu tenho. Prometo que vou te ligar por skype todos os dias, duas ou três vezes e vamos marcar as consultas pra quando eu estiver aqui."
"Se eu disser não, não vai mudar em nada, então tudo bem." Repousou as duas mãos em minha cintura e encostou a cabeça no meu peito.
Beijei a cabeça dela. "Vem comigo no primeiro tempo? Pra matar as saudades de ter você comigo na turnê."
"Só no primeiro?"
"Até quando você aguentar, digo por causa da barriga crescer, vai ficar desconfortável você dormir naquelas camas do ônibus com a barriga grande, ainda tem as viagens longas que vão enjoar você. Acredite, só quero que esteja bem, meu amor."
"Concordo com o que disse." Sorriu. "Vou ir no primeiro tempo, então."
"Vou pedir pra que a Alli fique aqui enquanto eu não estiver, com certeza ela topa."
"Você vai sair amanhã?"
"Não."
"Então para de se preocupar com isso agora."
"Vou parar." Enlacei os braços na cintura dela. "Vamos nos concentrar no agora, apenas nisso."
"Sim, ou vamos acabar brigando outra vez." Me deu um selinho.
Dei uma mão pra ela no almoço, comemos e ela começou a insistir pra irmos na casa dos meus pais, sinceramente, eu não estava muito a fim de ir.
"Posso ir sozinha?"
"Vai me deixar sozinho?"
"Poxa, eu tenho que falar com sua irmã."
"Chama ela pra vir aqui."
"Não, eu quero ir lá."
"Vai demorar?"
"Não sei."
"Vou ficar na casa dos meninos pra colocar o papo em dia."
"Por isso que eu te amo."
"Ah, só por isso?" Levantei, ficando de frente pra ela.
"Não, né idiota?! Por vários motivos, mas não vou listar pra irmos logo."
~ POV Heloísa Dobrev ~
Ao chegarmos na casa dos Simpsons, Cody falou apenas um pouco com os pais e foi pra casa dos meninos. Ótimo, pensei comigo. Chamei o Brad e fomos pro lado de fora ensaiar a música. Já estávamos em sincronia, eu tinha ensaiado um pouco e ele também, pelo que parecia.
"Vamos nos sair bem amanhã."
"Com certeza. Já falou com a Angie do plano?"
"Não, ainda tenho que falar."
"Ela vai aceitar, já falei por alto e vai dar tudo certo."
"Espero que sim, vai ser importante fazer isso pro Cody, sei que ele vai gostar da festa, de tudo, mas já tirei da cabeça dele que vamos fazer."
"Parabéns, porque na maioria das vezes ele descobria." Riu de leve e apoiou o violão.
"Vou lá falar com a Angie." Levantei.
"Antes, como está indo a gravidez?"
"Tudo ótimo até agora e espero que continue assim." Sorri.
"É meio inacreditável ainda." Balançou a cabeça.
"Às vezes eu também acho, mas já estou conformada, quase pronta." Ri.
"Cody tem te ajudado? Pode falar a verdade que eu pego no pé dele se não estiver."
"Está sim, ele está sendo ótimo, na verdade, todo preocupado..."
"Qualquer coisa pode me falar, viu?"
"Pode deixar, obrigada, tio."
Ele entrou junto comigo, carregando o violão em uma das mãos. Falei com Angie sobre o plano de tirá-lo de casa no outro dia e ela tratou de acertar os últimos detalhes com um boleiro conhecido, ele faria parte do nosso plano, mesmo que quase sem saber. Cody me mandou uma mensagem pouco tempo depois, dizendo que ficaria uns 10 minutos com Matt e depois viria me buscar.
"Porquê o Cody está se esquivando de casa?" Alli perguntou.
"Não é da casa, e nem de vocês, ele está se esquivando da rua em geral, tenho que arrastar ele."
"Porque isso?"
"Não faço ideia, ele anda meio pra baixo, não sei porque."
"Faz uma enorme surpresa pra ele, mostra que ele não deve ficar assim, seja criativa." Riu.
"Não dá mais tempo, Als, talvez outro dia."
"Claro que dá, te mando umas ideias por mensagem, não precisa ser extravagante, só de coração."
"Está tão romântica esses tempos."
Ela deu de ombros, um sorriso duvidoso estampou seu rosto e eu a abracei, sabendo que o motivo era o Josh outra vez. A campainha logo tocou, Cody não quis entrar, preferiu ir pra casa direto e eu não discuti. Chegamos ao apartamento por volta das 16h20, arrumei algumas coisas que estavam jogadas pela casa, juntei as roupas pra lavar e coloquei na máquina. Cody ligou pro empresário pra ver algo sobre a turnê, consegui ouvir um pouco de onde estava, era referente a se ele tinha visto as datas que ele tinha enviado por email e se tinha alguma base de onde seriam os shows. Não gostava muito da ideia, na verdade quase chega a odiar, mas não podia fazer nada, ele queria estar no palco pra se despedir por um tempo, entendia isso, seria melhor ele agora ao invés de quando os bebês nascessem. Não poderia ser tão ruim ficar esperando por 15 dias, tinha minha família aqui, a família dele, e eles ocupariam meu tempo ocioso.

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oi, bom eu tenho me esforçado bastante pra fazer a fic e tal, tem algo errado? Porque estão me abandonando? :( enfim, o que acham que vai rolar? como vai ser a festa e tudo mais? vai tudo continuar um mar de rosas? comentem pra eu continuar, xoxo (p.s. o primeiro capítulo de Rebel Mistake já está no blog http://fic-rebelmistake.blogspot.com )

7 comentários:

  1. aw que cap lindo, nao sei nem oque dizer, to ansiosa pro nascimento dos bebês, também quero saber qual vai ser a reação do Cody ao saber da festa hauahuhaua e tomara que continue tudo certo com eles lol continua logo, bjao @paradiseiggy

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  2. MANU TA PERFEITO QUERO VER LOGO OS BEBÊS DA ISA E DO CODY QUERO VER TB A ISA CANTANDO PRO CODES AHHHH CONTINUE LOGO QUERO MAIS LOGO RESPONDE UM PERGUNTA PQ O ENPRESARIO DO CODY NAO MORRE E LEVA A REBECCA JUNTO ODEIOOOO FIQUEI CM ODIO DA KAREN TB Q FDP MAIS ENFIM BJSSS @heysimpson143

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  3. Manuuuuuu, to ansiosa pra saber como será a festa do cody, o que aconteceu com o josh e depois todo final da fic!
    Nao, nao tem nada errado e esta perfeito com sempre
    Muito bom
    Continuaaaaa
    XOXO
    @crashwithcody

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  4. TA PFTO MANUUU QUERO LOGO ESSA FESTA HSHSHSUSH TO CURIOSA P SABER COMO Q O CODY VAI FAZER PRA DAR ATENÇÃO P ISA QDO ELE COMEÇAR A TURNE HAHAH CONTINUA @CODYMANIA

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  5. Awn que perfeito continua por favor :) ñ vejo a hora pra essa festa supresa :)quero mais manu @paolas2_

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